Um estudo com 11 mil internautas em nove países – inclusive o Brasil – revelou que jovens de 25 a 34 anos estão mais dispostos a pagar por notícias online do que leitores mais velhos. Segundo a pesquisa, parte do relatório Digital News Report 2013, do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, 20% dos jovens desta faixa etária afirmaram que pagariam por notícias online; entre o público acima de 55 anos, menos de 10% fariam o mesmo. Além do Brasil, foram entrevistadas pessoas no Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, Japão, Itália, França e Espanha.
Segundo a pesquisa, 49% dos jovens de 18 a 24 anos leem pelo menos um jornal digital – o maior alcance de qualquer faixa etária. Mais de 2/3 destes jovens leram um jornal nacional em qualquer formato na semana anterior à pesquisa, comparado a 72% dos jovens de 25 a 34 anos.“Estamos começando a ver mudanças significativas em relação ao conteúdo online, com mais pessoas pagando por notícias digitais ou parecendo aceitar que, no futuro, provavelmente terão que pagar por um serviço que atualmente têm de graça”, afirma Nic Newman, autor do estudo e pesquisador-associado do Instituto Reuters. “Conteúdo pago e aplicativos não são mais vistos como novidades e são, cada vez mais, parte da vida cotidiana para muitos dos que querem ter acesso a notícias”.
Perfil brasileiro
O Brasil registrou aumento de 24% no número de leitores que pagam por notícias, em comparação ao ano anterior. Dos que atualmente não pagam por conteúdo digital, 58% dos brasileiros entrevistados consideram pagar no futuro – bem acima da média, de 14%.
No Brasil, as redes sociais são o principal meio de se chegar às notícias – 60% dos entrevistados nas áreas urbanas indicaram que as redes sociais ocupam o primeiro lugar de um ranking de cinco caminhos importantes para se obter notícias. Com relação ao compartilhamento das notícias, os brasileiros são cinco vezes mais dispostos a comentar notícias do que alemães ou japoneses, e o Brasil ocupa o topo da lista no quesito engajamento (92%).
Quando indagados sobre se preferiam obter notícias por meio de sites que conhecem e confiam, 90% dos brasileiros responderam que sim – em comparação a 82% nos EUA e 77% no Reino Unido. No entanto, quando questionados de outra maneira – se percebem que sites acessam quando são direcionados a uma notícia –, a porcentagem no Brasil foi de 34%, comparada a 16% no Reino Unido. Apenas 28% dos entrevistados brasileiros responderam preferir notícias “sem ponto de vista” – comparado a 81% no Japão.