Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Thomson faz oferta
de US$ 17 bi pla Reuters


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 9 de maio de 2007


MERCADO EDITORIAL
O Estado de S. Paulo


Canadense Thomson faz oferta de US$ 17,6 bilhões pela Reuters


‘Aquisição criaria o maior grupo de informações econômicas do mundo, à frente da Bloomberg


O grupo canadense Thomson está negociando a compra da Reuters por US$ 17,6 bilhões. A operação pode criar a maior companhia de notícias e dados financeiros do mundo. Segundo o acordo proposto pelas empresas, o presidente-executivo da Reuters, Tom Glocer, assumirá a direção do grupo Thomson-Reuters. Os termos do negócio foram divulgados ontem em um comunicado conjunto.


A família Thomson, que detém 70% da companhia baseada em Toronto, teria 53% da empresa combinada. Os Thomson ocupam o 10º lugar no ranking dos mais ricos do mundo da revista Forbes, com uma fortuna de US$ 22 bilhões. Os investidores da Reuters receberiam 352,5 pence em dinheiro e 0,16 ação da Thomson para cada ação detida, o equivalente a 697 pence, com base nos preços de fechamento dos papéis na segunda-feira.


A oferta representa um prêmio de 42% sobre o preço do papel na quinta-feira passada, um dia antes de a Reuters ter informado que estava sendo sondada por uma interessada em comprá-la. O segundo maior acionista da Reuters, o fundo ValueAct, disse que o preço proposto parece ‘justo’.


A notícia da negociação fez com que as ações da Thomson caíssem 3,09% na Bolsa de Toronto. Já as ações da Reuters na Bolsa de Londres subiram 2,3%, para 630 pence, valor bem abaixo da proposta feita pela Thomson.


A Thomson tem ampliado suas operações com dados financeiros, já que pretende se envolver mais nos mercados globais em crescimento. A indústria global de dados financeiros é um mercado anual de US$ 12,5 bilhões. Atualmente, a Thomson ocupa o 3º lugar nesse setor, com 11% de participação. O grupo Thomson-Reuters teria 34% por cento do mercado. A nova empresa ficaria ligeiramente à frente da Bloomberg, atual líder, que detém 33% do mercado, segundo informações da Inside Market Data.


A Thomson e a Reuters informaram esperar sinergias anuais acima de US$ 500 milhões no prazo de três anos a partir da conclusão do acordo, o que deve ocorrer neste ou no próximo ano.


Mas o negócio precisa da aprovação da Reuters Founders Share Company, administrada por 15 curadores, que tem uma ‘golden share’ (ação com direito de veto) e pode bloquear o negócio. ‘É preciso enfatizar que as discussões estão em um estágio onde não pode haver garantia de que um acordo será alcançado’, disseram as empresas.


Há dois anos, porém, o presidente da Reuters Founders Share Company, o sueco Pehr Gyllenhammar, disse em entrevista ao Financial Times que esta ‘golden share’ era muito mais nobre do que uma pílula de veneno, porque visava ‘proteger os princípios da Reuters, e não impedir uma operação de compra ou venda’.


BRASIL


No Brasil, a Thomson tem quatro empresas: Thomson Financial, que vende estudos, análises e informações financeiras para grandes empresas, bancos e corretoras; Thomson Scientific, que atua na área de informações médicas; Editora Síntese, especializada em informações jurídicas eletrônicas; e IOB, especializada em informações regulatórias e jurídicas.


Segundo o balanço da companhia, a América Latina é responsável por apenas 1% do faturamento do grupo. Mais de 80% das receitas vêm da América do Norte. AGÊNCIAS INTERNACIONAIS


PERFIS


REUTERS


O que é: Agência de notícias e fornecedora de informações financeiras e de negócios


Sede: Londres


Faturamento: US$ 5,1 bilhões


Funcionários: 16,9 mil


Escritórios: 94 países


Fundação: 1851


Origem da receita: Mais de 90% vêm dos serviços financeiros


THOMSON


O que é: Fornecedora de informações financeiras, contábeis e científicas


Sede: Toronto


Receita: US$ 6,6 bilhões


Funcionários: 32 mil


Escritórios: 37 países


Fundação: 1934


Origem da receita: 80% vêm de softwares, produtos eletrônicos e serviços’


Dan Milmo


Bancos serão decisivos na avaliação jurídica do negócio


‘Os bancos de investimento poderão desempenhar um papel importante na decisão dos órgãos reguladores sobre a proposta união entre Reuters e Thomson Corporation, por US$17,6 bilhões, em meio a inquietações de que a fusão das duas maiores empresas de dados financeiros possa se tornar anticompetitiva.


Juntas, Reuters e Thomson controlam 34% do mercado de dados financeiros, que fornece informações, como preços de ações e rendimentos de títulos, para operadores de bolsas e administradores de fundos de investimentos em instituições financeiras. Esse novo grupo ficaria um pouco à frente da Bloomberg, líder do setor com 33% do mercado.


Para David Anderson, editor da empresa Inside Market Data, pelo menos um grande banco manifestou preocupação com a proposta associação entre a segunda e a terceira maiores empresas desse mercado. ‘Conversei com o pessoal de um importante banco, que se mostrou muito nervoso’, disse. ‘Uma fusão de duas das três maiores empresas do setor vai limitar as escolhas dos bancos.’


Anderson disse que, há dois anos, o Departamento de Justiça dos EUA realizou várias consultas a bancos e analistas sobre uma associação de muito menor porte, quando a Reuters adquiriu a Telerate por US$175 milhões, o que não é um bom sinal para esta transação, cujo valor é muito maior.


‘Para as pessoas envolvidas com essas operações nesses grandes bancos seria interessante um duopólio, no campo de vendas e negócios entre Reuters e Bloomberg, com a Thomson sendo uma terceira protagonista’, disse. ‘Eles gostariam que a Thomson fosse uma alternativa mais competitiva para a Reuters e a Bloomberg.’


Quando a fusão for examinada por órgãos reguladores, as empresas deverão argumentar que suas forças estão em nichos separados. A Reuters é mais forte em vendas e produtos comerciais, tendo um peso particular nos mercados monetários e de operações cambiais. Os produtos da Thomson são direcionados a banqueiros de investimentos e conselheiros de investidores ricos.’


O Estado de S. Paulo


Wall Street Journal recebe oferta, mas não dá a notícia


‘THE NEW YORK TIMES – Uma das coisas mais complicadas para uma organização noticiosa é cobrir a si mesma. Essa foi a situação na qual se viram editores do The Wall Street Journal no mês passado, quando souberam que a News Corp, de Rupert Murdoch, estava fazendo uma oferta de US$ 5 bilhões pela controladora do jornal, a Dow Jones, no mínimo uma semana antes que a notícia surgisse em outros lugares.


Foi um dos maiores eventos noticiosos sobre finanças do ano, o tipo de coisa que o Wall Street normalmente iria atrás agressivamente. Mas Paul E. Steiger, o principal editor do jornal, que sabia da oferta de Murdoch, decidiu não publicar nada sobre ela, segundo pessoas de dentro da Dow Jones.


O resultado é que o Wall Street Journal foi furado na reportagem sobre si mesmo quando a proposta foi noticiada na terça-feira no canal de notícias financeiras CNBC. Logo depois, o Wall Street postou sua versão. Naquele dia, as ações da Dow Jones subiram para US$ 58,47, uma alta de mais de 50%.


Não é incomum que editores seniores de organizações noticiosas ponderem o papel de sua empresa e seu próprio papel como editor quando confrontados com decisões desse tipo. Mas um aspecto invulgar desta reportagem foi que alguns investidores também podem ter sabido da transação antes que a notícia irrompesse e tenham lucrado com a informação.


Ontem, a SEC – Securities and Exchange Commission (o equivalente à CVM) – apresentou uma denúncia contra um casal de Hong Kong, acusado de fazer negócios ‘altamente lucrativos e altamente suspeitos’ com ações da Dow Jones antes da oferta.


A SEC e o procurador-geral de Nova York também estão investigando atividades suspeitas de negócios em opções para comprar ações da Dow Jones nos dias anteriores ao anúncio da oferta.


Ninguém insinuou que alguém da Dow Jones fez uso indevido das informações e, de fato, muita gente fora da empresa também estava a par da proposta antes que se tornasse de conhecimento público.


A decisão do Wall Street Journal levanta, porém, uma questão embaraçosa para a mídia: quais são as obrigações de uma organização noticiosa de informar importantes notícias sobre si mesma ou sobre sua empresa matriz antes que a notícia seja oficialmente revelada? Por meio de um porta-voz, a Dow Jones negou-se a comentar o processo de tomada de decisão do jornal. Steiger também se recusou a dizer quem mais sabia da proposta ou sobre as conversas que ele pode ter tido com outros editores. Mas insistiu que foi ele quem decidiu segurar a notícia – e não Richard F. Zannino, diretor-presidente da Dow Jones, nem qualquer outro membro da administração da Dow Jones.’


LIBERDADE DE IMPRENSA
Expedito Filho


Reunião aponta maiores ameaças


‘Em plena era da internet, com uma rede mundial de computadores interligados, a América Latina ainda tem três países que, por ação de governos autoritários ou por influência de grupos terroristas e do crime organizado, têm a liberdade de imprensa reprimida. Cuba, Venezuela e Colômbia são acusados por seus próprios jornalistas de não respeitarem a livre circulação de informações.


Os relatos foram feitos ontem, no auditório da Câmara, durante a 2ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa, organizada pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Unesco, órgão das Nações Unidas para educação, ciência e cultura.


Ao encerrar o encontro, que traçou um painel sobre o nível de liberdade de imprensa no continente, o presidente da ANJ, Nelson Sirotsky, leu um manifesto que foi entregue depois ao ministro da Justiça, Tarso Genro. Assinado por entidades do setor, o documento defende a imprensa livre e condena ‘a interferência do Estado no livre fluxo de informações e opiniões’.


CASOS


Em Cuba, um dos três países citados, 29 jornalistas estão presos. O conjunto das sentenças que esses profissionais receberam do regime de Fidel Castro soma 456 anos de prisão, segundo informou Humberto Castelló, diretor do El Nuevo Herald, de Miami. Na Venezuela, o governo Hugo Chávez, além de já ter anunciado que não vai renovar a concessão da RCTV (tradicional emissora do país), tem sido duro com os profissionais locais. ‘Quem não concorda (com o chavismo) é chamado de traidor, mercantilista e representante dos interesses imperialistas’, disse Elides Rojas, chefe de redação do El Universal.


Na Colômbia, o problema são os assassinatos de jornalistas. De 1992 a 2006, foram mortos 98 profissionais de imprensa – quase 60% dos assassinatos são atribuídos ao narcotráfico e a milícias paramilitares ligadas ao crime organizado. ‘O que explica as mortes é o aumento da corrupção e da impunidade’, disse Álvaro Sierra, editor do El Tiempo, de Bogotá.


Ao tratar do Brasil, o ministro Tarso Genro considerou a morte do jornalista Barbon Filho ‘uma barbárie’ e disse que a Polícia Federal pode ajudar a investigar o caso, se necessário.’



Alex Periscinoto


Liberdade de expressão


‘Em plena contramão diante de todos os países livres do mundo, assim como já acontece há décadas em Cuba, a Venezuela também poderia oficializar o dia 3 de maio como o dia de Finados da Liberdade de Imprensa.


Só o prometido fechamento da RCTV – a maior emissora de TV do País, que teima em exercer seu direito democrático de discordar do estilo mussolínico do governo Hugo Chávez – já é suficiente para mostrar o quanto devemos estar felizes em poder comemorar aqui, no mesmo 3 de maio, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.


Merecemos esse momento depois de 25 anos de ditadura militar, para ficar na História recente. Vimos, numa lição amarga, o quanto é sofrido viver num ambiente sem liberdade de expressão. Apesar de termos sido obrigados a conviver praticamente três gerações com a inteligência e a criatividade submetidas ao toque de recolher, essa violência psicológica acabou sendo pedagógica pelo caminho inverso – a falta da liberdade de pensar, escrever, falar, criar gerou um oposto: o tudo pode. Para baixar a bola de exageros cometidos pelos veículos de comunicação, existe a lei específica que até pode ser agregada a algo nascido dentro do próprio meio profissional, como fizemos com a publicidade ao criarmos o Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar).


A auto-regulamentação dos veículos de comunicação, para que exerçam a liberdade prevista por nossa Constituição, é o único caminho possível para continuarmos a garantir no País o livre fluxo do pensamento e da criatividade. Não podemos aceitar iniciativas que, a pretexto de defender a sociedade dos abusos dos veículos de comunicação, querem, na verdade, estabelecer um controle nas mãos dos governos transitórios. Sempre foi assim na História: os censores nunca confessam que estão a serviço de seus próprios interesses, eles procuram se legitimar dizendo que trabalham para salvar os cidadãos indefesos.


No Conar, os próprios publicitários, por meio de um conjunto de normas serenas e firmes criadas por quem vive a realidade profissional, exercem uma ação saneadora necessária diante de abusos na forma ou conteúdo de peças publicitárias que agridem os direitos das pessoas não apenas como consumidores, mas também como cidadãos, preservando sempre, é claro, o direito sagrado de defesa da agência ou anunciante.


Essa maturidade das instituições ligadas à comunicação foi, por mais absurdo e indigesto que seja, um efeito colateral positivo da repressão. Mas não é por isso que vamos dar a chance de que tentem nos fazer engolir novamente o veneno do autoritarismo. Para isso, temos de estar espertos para duas coisas: ter inteligência para usar a liberdade de expressão como aquilo que ela é, ouro em pó, e saber construir empresas de comunicação empresarialmente fortes, porque só assim elas conseguirão blindar sua independência opinativa contra ataques dos déspotas de plantão. Fazer empresas fortes vai além de ter gente talentosa escrevendo e criando com vocação, garra e coragem. Significa ser altamente profissional na gestão dos recursos gerados de forma transparente e legítima pela publicidade.


É aqui que nós entramos na vida da imprensa livre como seu irmão siamês. Somos aliados fiéis, fortes e decisivos da liberdade de expressão porque graças à atividade publicitária profissional as empresas privadas obtêm resultados que geram lucros, aumento de produção, empregos, melhores salários, maior poder aquisitivo, que, por sua vez, levam à repetição saudável do ciclo produtivo. Desse êxito nasce a verba publicitária que, administrada pelas agências junto aos veículos de comunicação, cria condições para que elas se fortaleçam e ganhem condições até para se proteger contra a bílis dos autocratas que, manipulando sua gigantesca dinheirama estatal a serviço das próprias ambições ou megalomanias, acham que têm o poder divino de fazer nascer ou morrer emissoras de TV, jornais e revistas.


Empresas de comunicação solidamente montadas e profissionalmente inseridas no ambiente publicitário são instituições com vida própria, diante das quais o Estado, mesmo com o poder sedutor e milionário das suas verbas publicitárias, não conseguirá transformar lobo em ovelha – desde que, é lógico, o lobo seja autêntico e não fuja gritando ‘méééé’ no primeiro safanão.


A emissora de TV venezuelana RCTV está mostrando exatamente essa heróica resistência. Pode até ser que, apesar de ser empresarialmente forte, ela não sobreviva à truculência do maluco-beleza. Mas a pancada dele terá de ser explícita, simplória, vulgar, intelectualmente indefensável, coisa que nem o ‘revolucionário-bolivariano’ gosta de expor. Ele vai inventar ‘razões’ abstratas, ‘legais’, etc., para tirar a RCTV do ar. Pode até ser apenas mais um show histriônico do déspota não esclarecido. Mas pode não ser.


De qualquer maneira, a RCTV tem minha torcida. Assim como também estou fazendo a maior figa para que os publicitários venezuelanos consigam sobreviver ao tsunami que está aniquilando a iniciativa privada e, no seu bojo, as fontes de recursos que fazem da publicidade uma atividade profissionalmente forte, decente, útil e necessária numa sociedade economicamente moderna. Mas, não sei não.


Pode até acontecer, se continuar do jeito que a coisa vai, de sobrarem apenas dois tipos de anúncios para os criativos venezuelanos fazerem: um, vendendo as boinas fashion do Chávez. E outro, com artigos importados dos dois países vizinhos, cujos poderosos compartilham as mesmas idéias caducas do milico: da Bolívia, ponchos indígenas by Evo Morales, e de Cuba, os Chevrolets 51.


*Alex Periscinoto, publicitário, é diretor da SPGA Comunicação’


CASO BARBON
Brás Henrique


Jornalista avisou ter outra ‘notícia bombástica’


‘O amigo com quem o jornalista Luiz Carlos Barbon Filho se encontrou uma hora antes de ser assassinado quando bebia no sábado em um bar de Porto Ferreira , na região de Ribeirão Preto, revelou que ele tinha ‘mais uma notícia bombástica’. Luís Fernando Sartori recebeu a visita de Barbon em sua lanchonete na noite do crime. Segundo o comerciante, o jornalista foi pegar emprestada a chave de seu rancho, pois queria abrigar no local os pedreiros que fariam a piscina de sua casa.


Barbon iria limpar o rancho, mas, de moto, desviou o trajeto para o Bar das Araras, onde foi baleado por um homem que desceu de outra moto, atirou e fugiu. ‘Ele (Barbon) era peitudo, não tinha medo de nada’, disse Sartori. Ele afirmou que o jornalista não disse qual era a ‘notícia bombástica’, pois havia uma pessoa perto deles. Barbon contaria na segunda-feira.


Ontem, a mulher do jornalista, Kátia Rosa Camargo, prestou depoimento à polícia, mas não apresentou documentos repassados ao promotor Fábio José Moreira dos Santos, que abriu inquérito civil público para investigar um possível superfaturamento em licitação da prefeitura. A documentação poderia ajudar nas investigações. O advogado dela, Ricardo Ramos, disse que Kátia e a polícia procuram uma pasta com provas das denúncias. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Luiz Flávio Borges D’Urso, divulgou nota repudiando o assassinato de Barbon, citando que ‘a morte foi uma execução e deve ser vista como tentativa de intimidação’.’


GOVERNO LULA
João Domingos


Rede pública de TV deve custar R$ 300 milhões


‘A rede nacional de TV pública que o presidente Lula decidiu criar deve ter verbas do Orçamento da União e de um fundo de financiamento, venda de serviços e patrocínios de empresas. ‘Não adianta ter o melhor modelo de gestão se não tivermos um modelo de financiamento que vá além dos recursos orçamentários’, disse o ministro da Comunicação de Governo, Franklin Martins. O fundo poderia receber dinheiro da cultura e de loterias. Não há, ainda, cálculo fechado, mas o custo da rede deve chegar perto dos R$ 300 milhões.


‘Se a TV pública tiver só recursos orçamentários, isso pode deixá-la vulnerável a um governo que não goste de TV pública e, pelo corte de verbas, tente sufocá-la’, explicou Franklin na abertura do 1º Fórum Nacional de TVs Públicas. Ele contou que a TV pública implicará a fusão entre a Radiobrás e as TVs Educativas do Rio e do Maranhão e funcionará a partir de 2 de dezembro, mesmo dia em que as emissoras de TV aberta começarão a mudar o sinal analógico para digital.


Franklin disse que em 15 dias vai entregar a Lula o estudo sobre a TV pública, baseado em três pontos: modelo de gestão, formas de financiamento e modelo de TV a ser adotada. Em seguida, o presidente editará medida provisória para criar a rede nacional. ‘Nossa intenção é estar com tudo preparado para 2 de dezembro’, afirmou.


As idéias debatidas no fórum, que vai até sexta-feira, serão enviadas aos Ministérios da Cultura e da Comunicação de Governo, que fecharão o projeto que será entregue a Lula. Uma idéia é oferecer às emissoras estaduais que vão colaborar com a programação formas de financiamento para renovar máquinas, pois muitas estão sucateadas. O dinheiro poderia sair do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Franklin disse que só serão assinados acordos que não permitam aos Executivos estaduais manipularem a programação.


No fórum, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), apresentou um slogan para a nova rede de TV que acreditava ser novidade, mas parece inspirado no da TV Globo. A frase, que Chinaglia disse ter sido criada por deputados do PT, é: ‘A TV onde o Brasil poderá se ver.’ Mas desde 2000, a Globo usa o slogan ‘Globo, a gente se vê por aqui’, que, com o passar dos anos, sofreu algumas variações, como ‘Globo, o Brasil se vê na sua TV’.’


VENEZUELA
O Estado de S. Paulo


TV pública substituirá RCTV


‘O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou ontem que já aprovou o corpo diretivo para formar uma nova rede de TV pública, que substituirá a emissora privada RCTV. ‘Não vou adiantar os nomes, mas será uma senhora direção, com verdadeiros comunicadores’, disse ele a milhares de simpatizantes no Teatro Teresa Carreño, em Caracas. ‘No mesmo segundo em que a RCTV sair do ar, terá início uma programação que será livre, recreativa, saudável e de acordo com a nossa campanha por moral e luzes.’


A concessão da RCTV vence no dia 27 e Chávez se recusa a renová-la. A decisão suscitou protestos de diversos órgãos de imprensa e organismos internacionais, que acusam Chávez de cercear a liberdade de imprensa. ‘Não vou renovar essa concessão. Façam o que façam, digam o que digam’, insistiu o presidente.


A rede pública que deve substituir a RCTV se chamará Canal 2. ‘Fiquei emocionado quando comecei a ver a lista de programação (do Canal 2)’, disse Chávez. ‘Ela refletirá a diversidade e pluralidade de opiniões que é a Venezuela.’


Também ontem, centenas de trabalhadores da Siderúrgica do Orinoco (Sidor) – a maior da Venezuela – realizaram uma manifestação na frente da empresa em favor de sua nacionalização, mencionada por Chávez na semana passada. Segundo o representante do Sindicato Único de Trabalhadores Siderúrgicos do país, Valdemar Álvarez, 1.500 funcionários da empresa participaram do protesto. O dirigente afirmou que a nacionalização restabeleceria os direitos trabalhistas dos funcionários, que teriam sido violados. A empresa não comentou as acusações e a manifestação.’


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


SBT quer foco jovem


‘Um programa dirigido a universitários, com as possibilidades comerciais que esse nicho tem potencial de abraçar, começou a ser oferecido ao mercado publicitário desde a semana passada, com quatro cotas de patrocínio abertas. O peixe é vendido pela MundU, agência que se dedica ao tema há cinco anos, e pelo SBT, a quem a atração foi oferecida. A MundU tem consultoria de Mauro Lissoni, ex-diretor de Programação do SBT e ex-Band.


Diferentemente do Canal Universitário, que no entender de Caio Romano, um dos idealizadores da MundU, atende mais a professores e reitores que a alunos, a TV MundU terá seu foco voltado ao universitário. Para tanto, o conteúdo se abastece muito do comportamento e das baladas desse universo, como as cervejadas, do que da, digamos, didática escolar.


A aposta do SBT e da MundU se apóia nos seguintes números: os universitários consomem cerca de R$ 76 bilhões por ano, segundo dados da FGV/Ibope. Hoje, os universitários somam 4,5 milhões de cabeças no País e a projeção para 2010 chega a 9 milhões. A idéia é levar o programa ao ar aos domingos, no fim de noite.’


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TV somou 20 condenações em sete anos


‘A portaria 796 do Ministério da Justiça, que rege a classificação indicativa da TV, tem sete anos de vida. Nesse período, foram 20 as ações na Justiça que resultaram em condenações a emissoras de TV por terem cometido, no entender da Justiça, abusos que feriram os direitos infantis ou de outros segmentos.


Esse foi um dos argumentos que José Eduardo Romão, do MJ, levou ao ministro João Otávio Noronha, do STJ, em audiência, anteontem, para derrubar um mandado de segurança que libera as TVs para exibirem o que quiserem, quando quiserem.


entre-linhas


Final familiar em O Profeta. Leandro Fragoso, irmão do Thiago, participará do último capítulo da trama como Daniel, filho de Marcos (Thiago Fragoso).


Psych estreou anteontem à meia-noite na Record na vice-liderança – 6 pontos de média. CSI e Monk chegam a 10 pontos.


O encontro de Daniel (Fábio Assunção) e Paula (Alessandra Negrini) deu 43 pontos de média no ibope a Paraíso Tropical, anteontem, na Globo.


A Rede TV! vai estrear o reality A Corrida Milionária no dia 13 de outubro, às 20 horas.’


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 9 de maio de 2007


GOVERNO LULA
Kennedy Alencar e Felipe Seligman


Futura TV pública planeja usar recursos de 3 fundos


‘A futura rede nacional pública de TV deverá ter recursos fixos (pelo menos três fundos). Seus modelos de gestão e financiamento serão apresentados pelo governo em até 15 dias. Estreará em 2 de dezembro, data do início da transmissão do sinal da TV digital aberta no país.


De acordo com o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, a rede pública de TV não poderá depender apenas de recursos orçamentários ‘porque o governo bota e tira ao seu bel-prazer’. Na abertura do 1º Fórum Nacional de TVs Públicas, ele disse que será necessário uma fonte fixa para que haja independência em relação ‘ao governo de plantão’.


Defendeu um conselho enxuto e executivo para a gestão. Tal conselho teria representantes da sociedade, como na TV Cultura de São Paulo, que seriam indicados pelo Executivo.


O governo estuda criar dois fundos e abocanhar parcela de outros constitucionais que já existem. Um dos novos fundos será destinado à modernização de equipamentos da TV nacional, que deve nascer da junção da Radiobrás e da TVE, e das emissoras estaduais que integrem a rede pública e assumam compromisso de ter o mesmo modelo de gestão. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deve financiar esse fundo.


Um segundo fundo seria usado para financiar de ‘quatro a cinco horas diárias’ de produções independentes. Recursos viriam de programa que já existe no Ministério da Cultura.


Franklin se negou a dar detalhes sobre um terceiro fundo, dizendo que está em discussão no governo. A idéia é que parcela de fundos constitucionais da área de comunicação que já existem possa ser destinada à rede pública nacional.


Outras fontes


Para completar o modelo de financiamento, haveria recursos orçamentários (que União e Estados fixariam ano a ano), a Lei Rouanet (incentivo fiscal em troca de patrocínio cultural), patrocínio de estatais e de empresas privadas a programas específicos e doações de pessoas físicas ou jurídicas.


Segundo Franklin, após a apresentação em até 15 dias dos modelos de gestão e financiamento, haverá um tempo para debates com a sociedade e o Congresso. A intenção é aprovar o marco legal no início do segundo semestre e preparar o início das transmissões da rede pública para 2 de dezembro.


Entre outros, discursaram na abertura do fórum os ministros Franklin, Gilberto Gil (Cultura) e Fernando Haddad (Educação), e os presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Renan Calheiros (PMDB-AL). Gil disse que a TV pública não deve ‘ter medo do entretenimento’. Defendeu que seja ‘elemento de estímulo e um espelho’ para TVs comerciais.


Haddad disse que a TV pública ideal ‘não é a TV que o povo quer, mas a TV que o povo ainda não sabe que quer’. Ele criticou a TV comercial, que seria ‘bastante conservadora no conteúdo’. Chinaglia e Renan se comprometeram a trabalhar para a aprovação rápida da legislação que criará a rede.


O fórum começou em setembro de 2006. Ontem, foi sua abertura oficial, que contou com cerca de 600 pessoas. O encerramento será na sexta, quando o texto com propostas do fórum será divulgado.’


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Evento custa R$ 670 mil; BNDES e Petrobras bancam maior parte


‘Segundo o Ministério da Cultura, o 1º Fórum Nacional de TVs Públicas custou R$ 670 mil. Desse valor, R$ 300 mil foram bancados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e R$ 270 mil pela Petrobras.


Os demais R$ 100 mil foram dados pela Abepec (Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais).


Apesar de haver previsão de uso de verba do Fundo Nacional de Cultura, os organizadores disseram que não foi preciso, pois o BNDES, a Petrobras e a Abepec cobriram os gastos.


Segundo a Petrobras, ela deu o patrocínio porque o fórum ‘é de grande valor cultural e estratégico, na medida em que visa discutir e regulamentar as TVs públicas e digitais’. Apesar de a Folha ter solicitado a justificativa do BNDES, o banco não a apresentou até o fechamento desta edição.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


O que ele vai querer falar?


‘Ontem na Rede Vida, Lula sorriu ao dizer, sobre o papa, ‘eu não sei o que ele vai querer falar comigo’ (dir.). O dia todo repercutiu sua resposta, divulgada antes, sobre aborto -das agências à Globo, esta citando que ‘Lula disse ter duas posições sobre a legalização: pessoalmente é contra, mas como chefe de estado considera questão de saúde pública’. Não tardou e o presidente da CNBB surgiu na BBC Brasil em entrevista sobre ‘o respeito à vida’. Anunciou que, ‘se for confirmado o plebiscito sobre o aborto, vamos fazer uma campanha grande’.


Mais um tempo e o novo porta-voz declarou à Folha Online que Lula ‘não deve discutir aborto na reunião reservada com o papa’. E que a visita ‘é pastoral’. Na home da Agência Brasil, entrevista com o arcebispo de Aparecida destacava a declaração dele de que ‘a visita não tem caráter político, mas um objetivo pastoral’.


O padre em ação, na ‘Time’


EM CRISE


A Igreja Católica pode querer uma agenda de aborto e sexo, mas a cobertura no exterior se concentra nos pentecostais. No editorial ‘Bento 16 e o Brasil’, o francês ‘Le Monde’ avaliou que ‘a igreja da América Latina está hoje em crise’, rememorou a repressão à Teologia da Libertação e fechou com ‘a explosão das igrejas evangélicas’.


Em dois artigos, ‘Viagem à igreja em crise’ e ‘Missão: frear a fuga de católicos’, o espanhol ‘El País’ foi pela mesma linha.


ÍDOLO POP


Os americanos se voltaram aos católicos carismáticos como a resposta aos pentecostais. ‘Los Angeles Times’ e ‘Time’ deram longos textos dos correspondentes, privilegiando a figura do padre Marcelo Rossi.


Para a revista, a ‘notícia encorajadora’ de que foi contido o ‘êxodo’ católico se deve à economia e à adoção de ‘métodos de sucesso nas denominações protestantes’. O padre é ‘o melhor exemplo’. O ‘La Times’ acompanhou missa do ‘ídolo pop’ e arriscou que ‘ele é o tipo de padre capaz de salvar a Igreja Católica Romana aqui’.


AGORA, BACH


De quebra, a Reuters entrevistou o padre, que pediu crédito pelo fim do ‘êxodo’. ‘Sou um dos que ajudaram, eu contribuí.’ Em sintonia com os tempos de Bento 16, anunciou um trabalho de música clássica, ao lado de João Carlos Martins. ‘A idéia é fazer Bach visitando Tom Jobim’, disse o maestro.


O FUTURO


Tem mais. O ‘Washington Post’ assistiu a uma missa de carismáticos em Queens, em Nova York, para ‘vislumbrar o futuro da Igreja Católica na América’. ‘Nas últimas décadas, o movimento avançou pela América Latina, em países como México e Brasil, onde líderes católicos usam padres pop-stars para conter a perda de rebanho para outras fés cristãs.’


EM NEGOCIAÇÃO


O laboratório Merck, seguindo conselho do ‘FT’, acenou com acordo sobre o remédio antiAids. Seu presidente falou à Reuters, em Berlim, ‘ainda estamos querendo trabalhar com o governo brasileiro e chegar a uma solução’.


Quanto ao gás da Bolívia, após ameaças que confundiram os blogs de José Dirceu e Míriam Leitão, o ministro da energia de Lula elogiou o tom ‘absolutamente pacificador’ de Evo Morales. E novo encontro foi marcado para hoje.


O OUTRO APAGÃO


Num longo dossiê de reportagens sobre a ‘Energia nas Américas’, o ‘Financial Times’ pouco tratou de Bolívia e gás -e se concentrou, antes, nos riscos de novo ‘apagão’, um ‘big switch-off’ no Brasil, como o que ‘atingiu duramente’ a economia em 2001/2002 e que pode voltar pela ‘incerteza regulatória’.


Em outros textos, ‘o modelo do Brasil’ para o álcool voltou a ser lembrado para as Américas em geral, inclusive Cuba, e os EUA em particular.’


TELEVISÃO
Lucas Neves


Gimenez pode ser freira em ‘Desperate’ brasileiro


‘Sônia Braga e Lucélia Santos, respectivamente Mary Alice e Susan da adaptação brasileira do seriado cômico norte-americano ‘Desperate Housewives’ -que a Rede TV! exibe a partir de agosto-, podem ganhar a companhia da apresentadora/modelo/atriz Luciana Gimenez no set de filmagens em breve. Segundo o vice-presidente da emissora e marido de Gimenez, Marcelo de Carvalho, há dois papéis em estudo para ela: o da amante sadomasoquista de Rex (Ricardo Fernandes na versão brasileira), marido de Bree (Elisa Fernandes), e o de uma freira ‘saidinha’ que se engraça para cima de Carlos Solis, o sr. Gabrielle.


No evento de apresentação do programa, na semana passada, em São Paulo, ele disse à Folha que tudo depende de uma conciliação da agenda de Gimenez com o cronograma de gravações do seriado, que ocupa os estúdios da produtora Pol-ka, em Buenos Aires, até julho. A empresa funciona como QG das versões latino-americanas da comédia de tons funestos que estreou na televisão dos EUA em setembro de 2004 e, desde então, acumula Globos de Ouro e Emmys (o Oscar da TV norte-americana).


Se aceitar encarnar a musa sadomasô Maisy Gibbons (ainda sem nome na adaptação tupiniquim), ela apareceria já na primeira leva de 23 episódios. Na trama original, é na cinta-liga e nos apetrechos de couro da amante que Rex vai se desanuviar da caretice e dos pudores da neurótica Bree. Mas é também na companhia dela que o médico sofrerá o primeiro de vários ataques cardíacos…


Entretanto, Carvalho acredita que seja mais provável emplacar uma ponta na segunda temporada -se ela eventualmente vier a ser gravada, o que depende do sucesso da primeira-, com Gimenez na pele de uma freira disposta a ajudar Carlos Solis, marido de Gabrielle (Gabriela por aqui), a encontrar algo mais do que a simples paz de espírito, depois de ele ser preso.


Procurada pela reportagem, Luciana Gimenez não respondeu até a conclusão desta edição.’


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Governo vai ao STF contra redes de TV


‘O Ministério da Justiça e a Advocacia Geral da União decidiram ontem que recorrerão ao Supremo Tribunal Federal para derrubar a liminar que desobrigou as TVs a exibir programas em horários definidos pelo governo. A liminar foi concedida em abril pelo Superior Tribunal de Justiça à Abert (associação de TVs). Desde então, qualquer atração, mesmo não indicada a crianças, pode passar a qualquer hora.’


MEMÓRIA / OCTAVIO FRIAS
Painel do Leitor


Octavio Frias de Oliveira


‘‘Não tive a oportunidade e a felicidade de conviver com Octavio Frias de Oliveira, mas senti, como muitos brasileiros devem ter sentido, a perda de alguém que considerávamos próximo. Muitas vezes ouvi de Tancredo referências à importância dele na vida do país. Em nome de toda minha família, envio aos familiares os nossos sinceros sentimentos.’


AÉCIO NEVES, governador de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)


‘Amigo de tantos anos, Octavio Frias de Oliveira era para mim um exemplo que segui, um homem que respeitei, um jornalista que admirei sempre, um amigo que venerei, mesmo quando os últimos tempos impediram nosso convívio. Escrevi um livro que será publicado em maio e em um dos capítulos registrei tudo isso, inclusive a ventura que ele teve em ser privilegiado com filhos magníficos. Isso me dá a certeza de que ele foi feliz.’


SAULO RAMOS, advogado, ex-ministro da Justiça (São Paulo, SP)


‘Octavio Frias de Oliveira foi um bravo, além de elegante como poucos, que ajudou muito para que hoje pudéssemos comemorar nossa jovem democracia. Meu abraço amigo.’


HORÁCIO LAFER PIVA, ex-presidente da Fiesp, membro do Conselho de Administração da Klabin (São Paulo, SP)


‘Lamento profundamente o desaparecimento de Octavio Frias de Oliveira.


Nas reuniões em que tive o privilégio de poder conversar com ele, retive a visão de um homem muito lúcido e apaixonado pelo Brasil e pelo seu trabalho. Com certeza ele vai deixar um vazio grande.’


BERNARD MENCIER, presidente do banco BNP- Paribas Brasil (São Paulo, SP)


‘Permitam-me expressar meus profundos sentimentos pela morte do senhor Frias. O jornalismo lhe deve muito. E eu, em particular, cultivo um profundo carinho por ele e pela empresa que me fez crescer como jornalista. Um forte abraço de consideração à família. Com respeito.’


JUCA VARELLA, repórter fotográfico (São Paulo, SP)


‘O Instituto Nacional de Prevenção às LER/Dort, que eu dirijo, foi uma realização de Octavio Frias de Oliveira. Foi ele quem o incentivou, era sócio benemérito do instituto, abriu portas e nos fez viajar por todo o Brasil fazendo prevenção às LER/Dort. O mundo ficou mais pobre sem o senhor Frias.’


MARIA JOSÉ AMERICANO (São Paulo, SP)


‘Não conheci o ‘seu Frias’ pessoalmente, mas sei da grandeza dele pelo depoimento de quem teve esse privilégio ou com ele trabalhou. O jornalismo brasileiro perde um de seus alicerces.’


VALDIR ZWETSCH, diretor da TV Record (São Paulo, SP)


‘Do pouco contato que tive com o senhor Frias, me marcaram a sua energia, a disposição, o bom humor e uma inspiradora simplicidade. E tive o orgulho de receber das mãos dele os dois prêmios Folha que ganhei. Não há como evitar o clichê: uma grande perda para todos e para o Brasil, estagnado em mediocridade e imobilismo.’


ERIKA PALOMINO (São Paulo, SP)


‘A missa foi um ato de fé, emocionante, cristão. Inesquecível, com falas de cortar o coração. Profundamente chocado com a morte do Frias… Um brasileiro cheio de idéias e ideais. Conheci-o em 1953, com Carlos Lacerda, que fora pedir apoio à ‘Tribuna da Imprensa’. Um amigo, um mestre, um homem bom.’


LUIZ ERNESTO M. KAWALL, jornalista (São Paulo, SP)’


LIBERDADE DE IMPRENSA
Folha de S. Paulo


Texto divulgado por entidades condena interferência do Estado


‘O presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Nelson Sirotsky, entregou ontem ao ministro Tarso Genro (Justiça) o documento ‘Manifesto pela Liberdade de Expressão’, durante a 2ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa, realizada na Câmara.


No texto, ANJ, Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas), entre outras entidades, criticam a falta de condições para o exercício do jornalismo em Cuba e na Venezuela e condenam ‘a interferência do Estado no livre fluxo de informações e opiniões’.


O evento foi promovido pela ANJ e pela Unesco em comemoração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado em 3 de maio.


Sobre o Brasil, o documento reconhece a existência de ‘legislação garantidora’ de liberdade de imprensa, mas adverte sobre ‘iniciativas isoladas’ que seriam uma ‘ameaça’, como a possibilidade de o governo criar uma agência para ‘legislar sobre o conteúdo publicitário’.


Na abertura da conferência, Nelson Sirotsky também mencionou a morte do publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira, ocorrida no último dia 29. Frias foi ‘símbolo da imprensa livre e independente que hoje festejamos’, disse.


Tarso disse que a Polícia Federal pode ajudar a investigar o assassinato do jornalista Luiz Carlos Barbon Filho. ‘Foi uma insanidade. E tem o agravante de ele estar ajudando o poder público na luta contra a corrupção.’


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