Terça-feira (8/5) à tarde o programa Sem Censura foi ao ar com alguma censura, tudo por causa do 1º Fórum Nacional de TVs Públicas.
Parece uma daquelas histórias absurdas escritas por Franz Kafka mas é rigorosamente verdadeira. Produzido e apresentado pela jornalista Leda Nagle, Sem Censura é o nome do mais popular programa da TVE do Rio de Janeiro, transmitido todas as tardes, há 21 anos.
A emissora que retransmite o programa em Brasília é a TV Nacional que faz parte do sistema da Radiobrás. Então aconteceu o seguinte: como havia interesse em valorizar a abertura do Fórum de TVs Públicas, que deveria ocorrer em Brasília no mesmo horário do programa, alguém decidiu substituir o Sem Censura pela transmissão da solenidade.
O programa foi ao ar normalmente na TVE para o Rio e o resto do país, mas foi omitido em Brasília.
O Fórum inaugurado terça-feira foi uma iniciativa rigorosamente democrática do Ministério da Cultura para discutir o projeto de uma rede alternativa de TV, o que também é uma iniciativa inovadora e democrática.
A soma destas boas intenções não conseguiu evitar uma gafe que não chega a ser dramática, mas é simbólica: a TV Pública precisa ser pensada prioritariamente para o cidadão-telespectador. Caso contrário, não fará sentido.