Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Governador tira TV Educativa do Paraná do ar

Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.

 

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Folha de S. Paulo

 

Quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

 

REQUIÃO NA JUSTIÇA

Dimitri do Valle

 

Requião tira TV Educativa do ar e procuradora sai do cargo

 

‘Em novo protesto contra decisão judicial que o proíbe de usar a TV Educativa do Paraná para atacar desafetos, o governador Roberto Requião (PMDB) tirou a emissora do ar ontem e provocou, com a ordem, pedido de demissão da procuradora-geral do Estado.

 

Jozélia Broliani queria que Requião cumprisse ordem judicial para a veiculação de uma nota de desagravo da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), sem retirar a emissora do ar. A advogada disse que ele se sentiu contrariado e gritou com ela no palácio do governo.

 

‘Ele disse que eu o havia desautorizado e que eu nunca mais deveria fazer isso, mas isso [falando] aos berros. Fiquei muito chateada, muito constrangida, e resolvi sair.’

 

Com a decisão de Broliani, o governo informou por meio da assessoria que ela ‘antecipou’ sua saída, já que não estava mais ‘em sintonia’ com o governador. Carlos Marés, que já havia respondido pelo cargo no primeiro mandato de Requião (1991-1994), foi anunciado como o novo procurador-geral.

 

A transmissão da TV Educativa foi cortada por volta das 9h, quando o governador afirmou -no início do programa ‘Escola de Governo’- que a programação seria prejudicada pela veiculação de uma nota de desagravo da Ajufe.

 

Segundo ordem judicial, o comunicado deveria ser lido a cada 15 minutos por 24 horas. Segundo a assessoria do governo, o corte foi uma questão de ‘bom senso’, pois a veiculação da nota inviabilizaria a normalidade da programação.

 

A ordem para a leitura da nota partiu do juiz federal Edgard Lippmann Júnior, autor da decisão que proibiu Requião de continuar com as críticas na TV Educativa. Lippmann foi acusado pelo governador de impor ‘censura prévia’.

 

O juiz, por sua vez, ordenou a apresentação da nota de desagravo da Ajufe, cujo conteúdo diz que Requião ‘debocha’ das decisões judiciais e ‘maltrata o regime democrático’.

 

A interrupção do sinal da estatal foi feita na abertura da ‘Escola de Governo’, programa que divulga ações de secretarias, mas também é ocupado por Requião para fazer críticas à imprensa, a adversários políticos, a juízes e a membros do Ministério Público. ‘No Paraná, censura não’, disse Requião ontem no programa, ao anunciar o cancelamento das transmissões, que devem voltar hoje.

 

Depois do anúncio, o que se viu na tela foi o esvaziamento do auditório onde a ‘Escola’ é realizada. A Educativa mescla programação local com conteúdo da TV Cultura paulista.

 

Após cada veiculação da nota, surgia o logotipo da TV Educativa. Ao final da leitura, era apresentada réplica de Requião que, também em nota, acusava a Ajufe de optar pelo corporativismo no lugar de defender a liberdade de expressão.

 

Depois da réplica, mais uma declaração gravada em defesa de Requião: partia do presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azêdo, que afirmou que a decisão do juiz é ‘inconstitucional’.

 

O Ministério das Comunicações informou que os governadores têm autonomia para suspender as transmissões, desde que justifiquem a decisão.’

 

 

 

HISTÓRIA

Luiz Francisco

Bahia lembra os 200 anos da vinda de família real ao país

 

‘Trajando uniformes da época, um grupo de fuzileiros navais fez ontem um desembarque simbólico no porto de Salvador para comemorar os 200 anos da chegada de d. João 6º à Bahia. Foi na capital baiana, em janeiro de 1808, que o príncipe regente decretou a abertura dos portos brasileiros às ‘nações amigas’.

 

No período em que permaneceu na primeira capital brasileira, dom João 6º também criou uma escola de cirurgia, que constituiu o embrião para o surgimento da primeira faculdade de medicina do país.

 

Antes da solenidade no porto de Salvador -que contou com as presenças do governador do Estado, Jaques Wagner (PT), e do almirante de esquadra e comandante de operações navais da Marinha, Aurélio Ribeiro da Silva Filho- 11 embarcações participaram de uma parada naval. As embarcações fizeram um trajeto de sete quilômetros pela baía de Todos os Santos.

 

Réplica

 

Juntamente com os fuzileiros navais, à bordo do navio Cisne Branco -réplica de uma embarcação do século 19, mas que está equipado com um moderno sistema de navegação- viajaram 64 tripulantes e 60 convidados, entre autoridades civis e militares.

 

Pelo menos 5.000 pessoas, de acordo com informações da Polícia Militar, lotaram o porto da Barra (orla) para ver a passagem das embarcações.

 

Selos

 

No fim da manhã, os Correios lançaram em Salvador dois selos comemorativos dos 200 anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil.

 

Os temas e motivos dos selos retratam a construção e o desenvolvimento do Brasil, ressaltando a importância do acontecimento histórico de 1808 para o processo de independência e definição da cultura e identidade nacional.

 

A tiragem inicial da primeira emissão será de 1 milhão de exemplares, em ‘se-tenant’ (dois ou mais selos contendo um só desenho, que não se separam). Cada selo tem valor facial de R$ 2,00.’

 

 

 

MÍDIA & POLÍTICA

Rubens Valente

Hélio Costa transfere rádio para seu assessor

 

‘O locutor Antônio Marcos Pinto, 44, comanda um programa diário de uma hora na rádio Sucesso FM, a principal de Barbacena, cidade de 126 mil habitantes a 188 km de Belo Horizonte (MG). No ‘Contato Direto’, programa ao vivo que mistura notícias policiais e gerais, as referências ao ministro da Comunicações, Hélio Costa (PMDB), são freqüentes. Na última quinta, seu nome apareceu três vezes em 15 minutos.

 

‘Faço para o ministro a divulgação de suas ações parlamentares em Barbacena e região, como uma assessoria de imprensa paralela. Passo a ele as reivindicações da população. É basicamente um trabalho de apoio parlamentar’, disse Pinto na sala em que dirige o jornalismo da FM, num prédio de quatro andares em Barbacena, a cidade natal de Hélio Costa.

 

A FM pertence ao chefe-de-gabinete do ministro, José Artur Filardi Leite, mas está registrada em nome de sua mulher, Patrícia Neves Moreira Leite. Ela e o locutor Antônio Marcos são funcionários comissionados do Senado.

 

O antigo sócio majoritário da FM era o ministro. Ao assumir a pasta, em 2005, ele foi impelido pela Comissão de Ética Pública, ligada à Presidência, a tomar medidas para ‘prevenir conflitos’ de interesse entre seu cargo e a propriedade da rádio. Em 2006, Costa divulgou ter vendido sua participação.

 

A ata da reunião da comissão na qual foi lida a comunicação do ministro sobre a venda não esclarece se Costa informou que transferira a emissora para seu próprio assessor direto. Os chefes-de-gabinete ministeriais não são abrangidos pelo Código de Conduta, que fiscaliza 750 altos servidores, mas, ‘por analogia, eles estão também se guiando pelo código’, segundo informou a comissão.

 

De acordo com o registro oficial do Ministério das Comunicações, o chefe-de-gabinete de Costa não detém nenhuma participação em rádios ou TVs.

 

A compra, disse Leite, custou-lhe R$ 70 mil. E por que a rádio está registrada em nome de sua mulher? ‘Porque quando fui para o ministério, como chefe-de-gabinete, pensei que houvesse impedimento. Depois nós fomos ver a lei, e o impedimento é apenas para quem exerce função de gerência. Mas já tinha comprado’, disse Leite.

 

O chefe-de-gabinete contou que teve de pechinchar e que o ministro o escolheu por ser um ‘conhecido’. ‘Ele não queria vender para gente desconhecida. Eu falei: ‘Eu não tenho condições de comprar por mais do que isso [R$ 70 mil]’.’

 

A mulher do servidor, Patrícia, disse não ter condição de informar as circunstâncias da aquisição. ‘Essa transação quem fez foi meu marido, eu não sei o valor em reais, não.’

 

Patrícia tornou-se dona de 72% das cotas em maio de 2006. Os outros dois sócios minoritários são José Calixto (20% das cotas), irmão do ministro, e José Rubens (8%), chefe administrativo da rádio. Assim, a emissora estaria avaliada em R$ 97,5 mil. O valor está abaixo da média praticada no mercado, segundo estimativa feita pela empresa H2 Rádio Business, de São Paulo, especializada em intermediar compra e venda de rádios no país.

 

Uma FM classe ‘A’ numa cidade de cerca de 120 mil habitantes, como é o caso da Sucesso FM, valeria cerca de R$ 1,2 milhão. ‘É preciso ver todos os bens em poder da rádio, se tem prédio próprio, veículos, mas a média seria essa’, disse o consultor Joaquim Luiz Magalhães, que falou em tese, sem conhecer os donos da emissora.

 

A Sucesso FM ocupa sete salas do quarto andar do edifício Bahia. No mesmo prédio funcionam, conforme o quadro exibido na portaria, o ‘gabinete do senador Hélio Costa’, o site Barbacena Online, que é ligado à rádio, o ‘Jornal de Sábado’, do qual o casal Patrícia e José Artur disseram ser colaboradores, e uma saleta identificada como ‘Fundação Minas Gerais’. Trata-se de uma ONG que recebeu, no governo de Fernando Henrique Cardoso, a concessão de uma emissora de TV educativa em Barroso -a 27 km de Barbacena. Já a concessão da FM foi obtida na gestão de José Sarney (1985-1990).’

 

 

 

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Venda não fere a ética, diz assessoria

 

‘A assessoria do ministro Hélio Costa afirmou que a propriedade de uma rádio FM registrada em nome da mulher de seu chefe-de-gabinete não é ‘eticamente incompatível’.

 

‘A lei é clara ao definir que o impedimento se restringe ao exercício de gerência ou direção, o que não se aplicava ao senador e nem à nova sócia [Patrícia, mulher de José Artur Filardi Leite]. Eticamente, não existe incompatibilidade, porque as normas legais regem os atos administrativos e não permitem a um funcionário atuar a favor ou contra a empresa’, diz a assessoria.

 

A assessoria explicou por que Costa vendeu a rádio a Filardi Leite: ‘Como ministro, Hélio Costa entende que os ‘proprietários’ de emissoras de rádio têm somente uma autorização para explorar os serviços de radiodifusão e são donos apenas dos equipamentos eletrônicos usados na emissora. Por este motivo o ministro preferiu vender para uma pessoa próxima, não como uma mera transação comercial, mas para ter a garantia de que seria mantido com a comunidade o compromisso cultural, democrático, noticioso, totalmente isento e identificado com a cidade e região, uma tradição da rádio Sucesso’.

 

Segundo o ministério, ‘a rádio Sucesso tem uma enorme importância cultural e profissional na cidade de Barbacena. Para Hélio Costa, tem uma importância até sentimental, porque ele começou a trabalhar na rádio local aos 12 anos como um simples ‘boy’ e somente nos anos 80 pôde integrar, como sócio, uma pequena empresa de comunicação no interior de Minas Gerais’.

 

O chefe-de-gabinete de Costa, José Artur Filardi Leite, disse que a aquisição da rádio não fere a lei. Segundo ele, a posse foi informada ao ministério e à Receita, na declaração de bens de Patrícia: ‘A declaração não é conjunta, mas a norma do Imposto de Renda diz que os bens em comum são declarados em apenas uma das declarações. No dela está informado o meu CPF, aí a Receita cruza’, disse Leite.

 

Segundo a assessoria do ministério, o locutor Antônio Marcos Pinto e a sócia da rádio, Patrícia, ambos lotados no Senado, são antigos colaboradores de Hélio Costa como parlamentar. ‘O atendimento à população, às lideranças locais e regionais e o recebimento e encaminhamento de documentos e demandas destinados ao senador continuam, visto que o ministro Hélio Costa, apesar de licenciado é, com muita honra, um legítimo representante o povo mineiro. As reivindicações são feitas ao ministro, que as repassa ao senador Wellington Salgado.’

 

O ministério citou um ato normativo do Senado de 1997, segundo o qual os senadores podem ter ‘seus assessores em qualquer parte do território do Estado que representam’.

 

O locutor Antônio Marcos Pinto e a mulher de José Artur, Patrícia, também afirmaram realizar trabalho parlamentar de representação do senador em sua base eleitoral.’

 

 

 

Amigos de Costa são indicados para Telebrás

 

‘A Telebrás, estatal relegada ao esquecimento desde a privatização do sistema de telefonia, em 1998, deverá ser vitaminada com R$ 200 milhões da União para colocar em prática um ousado projeto que prevê levar internet rápida a 90% do país, a um custo estimado entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.

 

Para avaliar o impacto e o bom uso desses recursos, a Telebrás mantém um conselho de administração, com seis integrantes, e um conselho fiscal, com cinco nomes.

 

Os quatro indicados na cota do Ministério das Comunicações (dois no administrativo e dois no fiscal) são apadrinhados pelo ministro Hélio Costa (PMDB-MG): o farmacêutico Ronaldo Dutra de Araújo, ex-editor de um jornal de Barbacena, a cidade natal de Hélio Costa, a colunista social do jornal mineiro ‘O Tempo’, Raquel Cristina Faria, o advogado de Uberlândia (MG) Antônio Vicente dos Santos, irmão do assessor parlamentar do Ministério das Comunicações e ex-chefe-de-gabinete do então senador Hélio Costa no Senado, José Vicente, e Maria Tereza de Assis Lopes.

 

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério das Comunicações, Maria Tereza ‘é uma das mais valiosas colaboradoras do senador Hélio Costa há mais de 30 anos, sendo responsável pelo gabinete de Belo Horizonte desde a época em que o ministro era deputado federal’.

 

Maria Tereza confirmou à Folha ser madrinha de um dos filhos de Costa. Ela disse ser formada em desenho industrial.

 

Professor de química

 

Ronaldo Araújo tem como experiência, segundo um currículo divulgado pela agência de notícias ‘Reuters’, os cargos de professor de química da Escola Estadual Professor Soares Ferreira, editor do ‘Jornal da Cidade’, de Barbacena, e técnico de uma drogaria e de uma indústria química.

 

Esse grupo de colaboradores ajudará a interpretar e avaliar a nova economia da estatal, que hoje mantém receita de R$ 100 milhões e gastos mensais de R$ 3 milhões. Os conselheiros dizem ganhar mal, cerca de R$ 1,4 mil mensais. Reúnem-se mensalmente em Brasília, com passagens e estadia pagas pela estatal. Indagado desde sexta-feira, o ministério não informou o valor dos salários dos conselheiros e orientou a reportagem a confirmá-lo com os próprios servidores.’

 

 

 

Não precisa ser técnico, diz ministério

 

‘A assessoria do Ministério das Comunicações afirmou que os critérios para preenchimento dos conselhos da Telebrás são ‘seriedade, honestidade e confiança’. ‘Não há uma regulamentação que obrigue os integrantes de conselhos a serem técnicos’, informou.

 

O conselheiro de administração Antônio Vicente dos Santos, 39, e seu irmão, José, disseram que a escolha para o cargo ocorreu após um pedido pessoal de José ao ministro. ‘Na época, o meu irmão, que é advogado, estava buscando uma colocação. E aproveitou a oportunidade e falou pra mim: ‘Zé, pega meu currículo e entrega pro ministro Hélio Costa, vê se ele tem uma colocação pra mim’. Então eu peguei o currículo, levei lá, entreguei para o ministro’, explicou José.

 

A colunista social Raquel Faria disse, em entrevista por telefone na manhã de sexta, que conhece o ministro Hélio Costa ‘há mais de 20 anos’ e que foi escolhida conselheira ‘por indicação’, como seria normal em qualquer conselho. À tarde, voltou atrás, afirmou que não dera entrevista nenhuma e desautorizou o jornal a publicar suas declarações.

 

A conselheira Maria Tereza, madrinha de um filho do ministro, disse que trabalha com o senador há dez anos.

 

Ronaldo Araújo foi procurado na Telebrás, por telefone, mas não foi localizado.

 

Segundo o ministério, ‘os nomes de todos os membros de conselhos são previamente submetidos a uma análise sobre pendências judiciais. O senhor Ronaldo Dutra não é um técnico em farmácia. Ele tem o curso superior de farmácia e é técnico concursado do setor de informação do governo federal. A senhora Raquel Faria é analista política e jornalista. A senhora Tereza Lopes tem formação superior. Antônio Vicente é advogado e da confiança do ministro’.’

 

 

 

PROPAGANDA

José Alberto Bombig

Para alavancar Kassab, DEM antecipa as inserções na TV

 

‘Na disputa que trava com o tucano Geraldo Alckmin pelo direito de encabeçar uma chapa à Prefeitura de São Paulo neste ano, o DEM, do pré-candidato à reeleição Gilberto Kassab, antecipou suas inserções obrigatórias e gratuitas de TV.

 

Já o PT, que vive situação oposta, pois espera uma definição de Marta Suplicy, marcou seus programas para junho, quando termina o prazo dado pela lei para que a ministra do Turismo se desincompatibilize do cargo se quiser concorrer.

 

De hoje até sexta-feira, o Democratas, segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), terá dez minutos de inserções publicitárias na TV. Elas devem se concentrar nas realizações da gestão de Kassab na capital. Nos últimos dias, uma equipe acompanhou o prefeito registrando seus compromissos.

 

A estratégia é tentar aproximar Kassab de Alckmin já nas próximas pesquisas. Se isso acontecer, o democrata e até os tucanos partidários de sua pré-candidatura poderão rebater o argumento do ex-governador de que só ele tem condições de vencer Marta, nome mais forte do PT.

 

Conforme a mais recente pesquisa Datafolha (realizada entre 26 e 29 de novembro de 2007), Alckmin tem 26% das intenções de voto, contra 25% de Marta e 13% de Kassab.

 

Em agosto, no levantamento anterior, Alckmin tinha 30%, Marta 24%, e Kassab, 10%.

 

As inserções do PSDB estão programadas para o início de maio. A expectativa dos aliados de Alckmin é que até lá ele já tenha anunciado publicamente sua candidatura a prefeito.

 

Pela lei eleitoral, as propagandas devem ir ao ar até 30 de junho. Ciente dos movimentos de Kassab, Alckmin vem ampliando sua agenda pública em busca de visibilidade.

 

O PSDB também encomendou um levantamento, para consumo do partido, que deverá ser concluído nesta semana.

 

Interessados na divisão entre os aliados históricos PSDB-DEM, os petistas resolveram se concentrar na busca de apoios enquanto esperam uma decisão de Alckmin ou Kassab.

 

Se Marta não concorrer, o partido ficará com pouco tempo para ‘construir’ um candidato. Os petistas também podem ser punidos pelo TRE por conta de campanhas passadas.’

 

 

 

TODA MÍDIA

Nelson de Sá

Descolou de novo?

 

‘Na manchete da Folha Online, a Bovespa subiu ‘apesar de queda’ em Wall Street. No Globo Online, ‘Bovespa descola dos EUA’. O site do ‘Wall Street Journal’ apontou ‘euforia’ na Bovespa. No Market Watch, um analista explicou que ‘o risco é muito, muito maior nos EUA e Europa que nos emergentes’. Outro avaliou que a ‘correção’ nos emergentes já passou dos 25%, que é o ‘padrão’. E eles ‘no geral vão crescer em ritmo muito maior que os desenvolvidos’.

 

OU AGORA VAI RECOLAR?

 

John Authers, editor do ‘FT’ que mais falou em ‘descolamento’ (decoupling) dos emergentes dos EUA nos últimos meses, agora aponta ‘o grande recolamento’ (recoupling) e dá o Brasil como maior exemplo. Apesar da reação no dia, prevê mais ‘recolamento’

 

POR JÚPITER

 

No primeiro destaque de Brasil no Yahoo News, com a Bloomberg, ‘Bovespa sobe com descoberta da Petrobras e corte do Fed’. Na manchete do site de ‘O Estado de S. Paulo’, ‘Com Petrobras e corte nos EUA, Bolsa sobe’. Analistas de investimento nos EUA avaliam que Júpiter pode tornar a exportação ‘uma realidade’ e é importante para o ‘quadro fiscal’ do país. Outros analistas, no Brasil, falando à Reuters, foram mais contidos no entusiasmo.

 

GIGANTE, ENORME

 

Como no anúncio do Tupi, a repercussão no exterior do campo de Júpiter veio com adjetivos como ‘gigante’, no título da Associated Press, e ‘enorme’, no do argentino ‘Clarín’. Ecoou por BBC etc.

 

Curiosamente, agências da Rússia como Ria-Novosti e Itar-Tass e sites do Texas ao Cazaquistão vêm destacando a descoberta. Aqui e ali, com brincadeiras quanto ao nome escolhido para o novo campo.

 

BOOM EMERGENTE

 

Além de Petrobras e corte dos juros, outras notícias se amontoaram, promissoras aos emergentes e o Brasil.

 

A gigante química Du Pont apareceu em enunciados tipo ‘lucro cresce com vendas nos emergentes’. Em especial, com as vendas de produtos para agricultores brasileiros.

 

E em título do ‘Financial Times’ de ontem, ‘Boom emergente para a Philips’. Aquela mesma, do Cansei.

 

DOIS MUNDOS

 

O ‘New York Times’ abriu blog do Fórum Econômico, mas focou primeiro o Fórum Social ‘descentralizado’ (acima, nas Filipinas). Depois deu pesquisa com executivos, ‘uma história de dois mundos’: a confiança nos lucros de suas próprias empresas está elevada nos Brics (90% na Índia, 63% no Brasil) e baixa nos desenvolvidos (só 36% nos EUA)

 

DOHA EM DAVOS

 

O diretor da Organização Mundial do Comércio foi à China e, na submanchete do ‘China Daily’, falou de suas esperanças para a Rodada Doha, no encontro das partes no fórum de Davos. Os representantes de EUA e Europa se reuniram há pouco e disseram o mesmo, para Davos.

 

Nada ainda de Brasil e Índia, que também vão a Davos.

 

POTENCIAL

 

O site de estratégia militar Jane’s postou longa avaliação sobre ‘O potencial nuclear do Brasil’, diante de sua nova força ‘política e econômica’. Diz que ‘as intenções não são militares por natureza’, no programa nuclear, mas, ‘em parte, políticas e comerciais’.

 

E CORRIDA

 

Antes, o ‘Christian Science Monitor’ deu a reportagem ‘A América Latina caminha para corrida armamentista?’. O Inter-American Dialogue fala em ‘risco de escalada’ de Brasil e Venezuela, mas um consultor da Jane’s ironiza e diz que é problema menor.’

 

 

 

CINEMA

Folha de S. Paulo

Ex-traficante cuja história virou filme dedicará disco à juíza que o condenou

 

‘Treze anos após ser preso acusado de tráfico internacional de drogas, o produtor musical João Guilherme Estrella, 46, vai dedicar seu primeiro disco à juíza que o condenou. Três músicas que estão no CD, a ser lançado no final de fevereiro pela EMI, foram compostas no hospital psiquiátrico onde o ex-traficante ficou por dois anos.

 

A vida de Estrella é contada no filme ‘Meu Nome Não É Johnny’, dirigido por Mauro Lima. O filme levou, até o último final de semana, quase 850 mil pessoas ao cinema.

 

Considerada implacável, a então juíza da 2ª Vara Federal Criminal, Marilene Franco Soares -representada por Cássia Kiss no cinema-, condenou Estrella a quatro anos de prisão, convertidos em dois anos cumpridos no manicômio judiciário. Ela morreu em 1998, de câncer.

 

O título do disco será ‘Meu Nome É João Estrella’. O CD será dedicado também ao pai do produtor, João Estrella.

 

‘No processo ela cometeu um pequeno deslize: não me perguntou se eu tinha levado a cocaína para dentro da casa’, contou Estrella, representado no filme por Selton Mello. ‘Foi na hora [que eu confessei] que ela me enxergou de forma humana. Ela me deu a chance de renascer.’

 

Soares aceitou o argumento da defesa -de que Estrella era um dependente traficante, e não megaempresário do comércio de drogas- e não lhe impôs a pena mais dura. ‘O processo não reflete o que vemos no livro ou no filme. Talvez, se outro colega julgasse, daria uma pena mais dura. Ela sempre decidiu com uma terceira visão’, disse o juiz Alexandre de Abreu, substituto da juíza à época.

 

Ao cumprir a pena, Estrella recebeu um indulto de Natal e Ano Novo. A juíza permitiu também a entrada de um violão para Estrella tocar. No manicômio, compôs três das músicas do disco: ‘Por Aí’, ‘Tempo Time’ e ‘Volta pra Mim’ (esta com Rodrigo Santos, do Barão Vermelho).

 

Após sua recuperação, o produtor musical passou a ser, para Soares, ‘a prova viva de que é possível recuperar as pessoas’. Ela foi homenageada anteontem em um debate sobre o filme no Centro Cultural da Justiça Federal, no centro do Rio.’

 

 

 

Ruy Castro

 

Moreau aos 80

 

‘RIO DE JANEIRO – Um dia, o cineasta Louis Malle a pôs para andar por Paris, à noite, iluminada apenas pelos néons e vitrines das lojas pelas quais passava. Ela não precisava falar nada, nem carregar nas expressões, nem olhar para a câmera. A platéia se encarregou de atribuir significados ao seu rosto. A atriz era Jeanne Moreau, e o filme, de 1957, ‘Ascensor para o Cadafalso’.

 

Dali Jeanne continuou sendo posta para andar e despertar significados: em ‘Os Amantes’, também de Malle (1958), ‘Moderato Cantabile’, de Peter Brook (1960), ‘A Noite’, de Antonioni (1960), ‘Eva’, de Joseph Losey (1962), ‘Diário de uma Camareira’, de Buñuel (1964), ‘A Noiva Estava de Preto’, de Truffaut (1967). A cidade era quase sempre Paris, mas podia ser também Milão, Roma, Veneza, o litoral ou o interior da França.

 

Jeanne já tinha 29 anos e 20 filmes pelas costas quando Malle a descobriu. Os outros diretores a maquiavam demais, para disfarçar os círculos em volta de seus olhos e o rosto marcado, de quem acabara de fazer amor. Malle percebeu que a beleza de Jeanne estava exatamente aí e fotografou-a de rosto quase lavado em ‘Ascensor para o Cadafalso’. Nascia uma estrela, que iria aposentar as três grandes damas do cinema francês: Michelle Morgan, Danielle Darrieux e Micheline Presle.

 

Para o público, seu personagem era ela mesma: a mulher inteligente, madura e independente. Mas os diretores sabiam que aquela era apenas uma de suas facetas como atriz e que Jeanne era capaz de fazer qualquer papel. E os íntimos garantem que, na vida real, ela sabia também miar, se necessário.

 

Jeanne Moreau completa hoje 80 anos, lúcida, firme e na ativa. Como Humphrey Bogart para as mulheres, ela ensinou aos homens que a beleza feminina mais duradoura podia estar nas imperfeições.’

 

 

 

Folha de S. Paulo


‘Onde os Fracos…’ e ‘Sangue Negro’ lideram corrida ao Oscar

 

‘Duas revisões do gênero faroeste dominam as indicações ao Oscar 2008, anunciadas ontem, em Los Angeles.

 

‘Onde os Fracos Não Têm Vez’, dos irmãos Joel e Ethan Coen, e ‘Sangue Negro’, de Paul Thomas Anderson, tiveram oito indicações cada um, incluindo melhor filme, direção, montagem e fotografia.

 

Ambos foram filmados no Texas. ‘Onde os Fracos Não Têm Vez’ estréia no Brasil no próximo dia 1º. O lançamento de ‘Sangue Negro’ está previsto para 15 de fevereiro.

 

O papel de um impiedoso matador no filme dos Coen deu ao espanhol Javier Bardem uma indicação como melhor ator coadjuvante. Na trama, ele é perseguido por um xerife vivido por Tommy Lee Jones -que foi indicado a melhor ator por ‘No Vale das Sombras’.

 

Em nota divulgada pelo estúdio Universal, Bardem diz que a indicação ‘é uma honra’ e também ‘um reconhecimento ao engenho dos irmãos Coen, que souberam dar a esse personagem uma dimensão que vai além da minha interpretação’.

 

‘Sangue Negro’ se passa entre 1898 e 1927, intervalo no qual o modesto explorador de petróleo Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) se transforma num magnata do negócio.

 

A vitória do inglês Day-Lewis na categoria é dada como certa pela crítica norte-americana. Na disputa de melhor filme, no entanto, o título dos Coen concentra a maioria das apostas.

 

O Brasil, que ficara entre os nove finalistas na pré-seleção de indicados a melhor filme estrangeiro (com ‘O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias’, de Cao Hamburger), não foi lembrado pela Academia.

 

Exclusão

 

Também tiveram destaque entre os indicados o drama britânico ‘Desejo e Reparação’, de Joe Wright, adaptado do romance ‘Reparação’ (Ian McEwan), e o thriller ‘Conduta de Risco’, de Tony Gilroy, estrelado por George Clooney. Receberam sete indicações cada um.

 

Wright, no entanto, foi ignorado na categoria diretor, único caso em que um título indicado a melhor filme não emplacou uma menção a seu diretor.

 

O ‘avulso’ na categoria é o norte-americano Julian Schnabel, do francês ‘O Escafandro e a Borboleta’, que obteve outras três indicações -fotografia, montagem e roteiro adaptado.

 

Foi bem-sucedida a campanha da França pela indicação a melhor atriz de Marion Cotillard, protagonista de ‘Piaf -°Um Hino ao Amor’, que teve ainda duas indicações técnicas (figurino e maquiagem).

 

Mas foi a australiana Cate Blanchett quem conseguiu o grande feito entre os intérpretes -abocanhou uma indicação a melhor atriz (por ‘Elizabeth -A Era de Ouro’) e outra a melhor atriz coadjuvante, por sua interpretação de Bob Dylan em ‘Não Estou Lá’.

 

Animação

 

Entre as poucas surpresas da lista de indicados, está a inclusão do longa de animação ‘Ratatouille’ na disputa de melhor roteiro. No total, o filme sobre um rato que sonha ser chef de cozinha teve cinco indicações.

 

‘Ratatouille’ disputará a estatueta de melhor longa de animação com o francês ‘Persépolis’ (que perdeu a indicação a melhor filme estrangeiro) e com ‘Tá Dando Onda’.

 

Outra indicação incomum é a de uma comédia -’Juno’- a melhor filme. Ellen Page, que vive a personagem-título, uma adolescente que decide levar adiante uma gravidez indesejada, foi indicada a melhor atriz.

 

O documentarista Michael Moore, que venceu o Oscar com ‘Tiros em Columbine’ (2002), foi novamente indicado, agora por ‘Sicko – $O$ Saúde’, em que examina o sistema de planos de saúde e assistência médica dos EUA. O filme deve estrear no Brasil nesta sexta.

 

A cerimônia de entrega do Oscar está prevista para 24/2. A Academia diz que a greve dos roteiristas, em curso desde novembro, que levou à suspensão da festa do Globo de Ouro, não afetará o Oscar.

 

Com agências internacionais’

 

 

 

Excluído da disputa, diretor brasileiro compara resultado com o de ‘loteria’

 

‘‘É mesmo uma loteria’, disse ontem o diretor brasileiro Cao Hamburger, após o anúncio dos cinco concorrentes ao Oscar de melhor filme estrangeiro, em que seu ‘O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias’ não foi incluído.

 

O longa de Hamburger, ambientado no ano de 1970, quando o Brasil, sob ditadura militar, torna-se tricampeão mundial de futebol, havia ficado entre os nove finalistas no processo de seleção da categoria, que registrou 63 filmes inscritos.

 

Um comitê de 30 membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood definiu, a partir dos nove finalistas, os cinco títulos indicados ontem.

 

‘Achei uma pena não termos nenhum representante de língua latina. Uma cinematografia tão forte sem nenhum representante’, disse Hamburger.

 

Os indicados representam a Áustria (‘The Counterfeiters’, de Stefan Ruzowitzky), o Cazaquistão (‘Mongol’, de Sergei Bodrov), Israel (‘Beaufort’, de Joseph Cedar), a Polônia (‘Katyn’, de Andrzej Wajda) e a Rússia (‘12’, de Nikita Mikhalkov).

 

‘Solidariedade’

 

Apenas Ruzowitzky e Cedar são estreantes na disputa. Bodrov, Wajda e Mikhalkov já foram indicados anteriormente. Mikhalkov venceu com ‘O Sol Enganador’ (1994).

 

‘Agradeço a solidariedade e a torcida dos amigos, dos parceiros e do público brasileiro’, disse Hamburger, que avalia como ‘vitoriosa e consistente a carreira nacional e internacional’ de seu filme.

 

‘O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias’ foi lançado no ano passado no Brasil e teve cerca de 400 mil espectadores.

 

‘O filme foi lançado em mais de 20 países, incluindo os EUA, e já participou de mais de 25 festivais, ganhando prêmios importantes pelo mundo afora. O elenco e a equipe desse filme estão de parabéns, assim como meus co-produtores e parceiros’, disse o diretor.

 

O Brasil não é indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro desde 1999, quando ‘Central do Brasil’ competiu.

 

‘Tropa de Elite’, de José Padilha- que neste ano perdeu para ‘O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias’ a disputa para ser o representante brasileiro na corrida pelo Oscar de melhor filme estrangeiro-, deve tentar repetir, no ano que vem, o feito de ‘Cidade de Deus’ (2002), de Fernando Meirelles, que obteve quatro indicações nas categorias principais (diretor, fotografia, montagem e roteiro adaptado).’

 

 

 

Paralisação comprometeu calendário e pode adiar entrega

 

‘A greve dos roteiristas já comprometeu o calendário do Oscar: a equipe responsável pelos textos da cerimônia costuma trabalhar a partir de janeiro, antes mesmo das indicações. Até o momento, nenhuma linha foi escrita.

 

Se a paralisação deflagrada há dois meses e meio persistir, o cenário mais grave é o de adiamento, que ocorreu apenas três vezes em 79 anos de premiação (a mais recente, em 1981, em razão da tentativa de assassinato do então presidente Ronald Reagan). Nem mesmo a greve dos roteiristas de 1988, que se estendeu por cinco meses, impediu a realização da cerimônia.

 

‘Eu jamais cruzaria um piquete’, afirma Tony Gilroy, indicado, no Oscar deste ano, aos prêmios de direção e roteiro pelo filme ‘Conduta de Risco’. A solução poderia vir de acordo específico para a cerimônia, na suposição de que os roteiristas não estariam dispostos a estragar a festa de colegas que lhes foram solidários.’

 

 

 

Folha de S. Paulo


Morre o ator Heath Ledger, de ‘O Segredo de Brokeback Mountain’

 

‘O ator australiano Heath Ledger, indicado ao Oscar por sua interpretação do caubói gay Ennis del Mar em ‘O Segredo de Brokeback Mountain’ (2005), foi encontrado morto ontem, em Nova York, aos 28 anos de idade.

 

‘Havia pílulas para dormir perto de sua cama’, disse o porta-voz da polícia Paul Browne. ‘Estamos investigando a possibilidade de overdose, mas ela não foi confirmada.’

 

O corpo do ator, que estava nu, foi encontrado em um apartamento no Soho pela empregada e uma massagista. Segundo a edição on-line do jornal ‘The New York Times’, a empregada estava no apartamento antes de o corpo ser localizado, e deixou a massagista entrar para uma sessão com Ledger. Como ele não respondia às batidas na porta do quarto, as duas entraram e encontraram o ator inconsciente.

 

‘Não havia sinal de confusão’, disse Browne. Ainda segundo o porta-voz, foram encontrados outros medicamentos no banheiro, e não havia sinal de que Ledger havia consumido bebidas alcoólicas e nem foram encontradas drogas no local. Segundo comunicado oficial, a autópsia do corpo do ator será feita hoje, para determinar a causa da morte.

 

Ledger era solteiro e tinha uma filha, Matilda Rose, nascida em 2005, com a atriz Michelle Williams, que interpreta sua mulher em ‘O Segredo de Brokeback Mountain’, de Ang Lee.

 

O romance entre os dois, que começou na época, terminou no ano passado. Durante a época em que estiveram juntos, o casal tentou manter uma vida longe do assédio da imprensa no bairro do Brooklyn.

 

O ator está na superprodução sobre a história de Batman ‘The Dark Knight’, em que interpreta o vilão Coringa. Em entrevista ao ‘New York Times’, Ledger declarou que estava passando por problemas para dormir e que tomava remédios. O longa está previsto para estrear no Brasil em 18/7. Ele é ainda um dos seis intérpretes de Bob Dylan em ‘Não Estou Lá’, que deve sair aqui em março. Atualmente, filmava ‘The Imaginarium of Doctor Parnassus’, de Terry Gilliam.

 

Nascido em Perth, na Austrália, Ledger abandonou os estudos e se mudou para Sydney aos 17 anos, decidido a ter uma carreira como ator.

 

Sem ter feito grande sucesso em seu país, ele foi tentar a sorte nos EUA, onde desempenhou diversos papéis em filmes pouco expressivos na década de 90, mas chamou atenção por sua beleza. ‘O Patriota’ (2000), estrelado por Mel Gibson, é sua primeira superprodução. ‘Ele estava para decolar, e morrer tão jovem é uma perda trágica’, disse Gibson. Ledger ganhou 13 prêmios como ator e teve 27 indicações, além da do Oscar.

 

Em uma declaração escrita, a Aliança Gay e Lésbica contra a Difamação disse que a morte de Ledger mudou corações e mentes de uma forma imensurável.

 

Com agências internacionais’

 

 

 

PIAUÍ


Mônica Bergamo

40 mil para Zé Dirceu

 

‘A revista ‘Piauí’ bateu recorde de vendas com a polêmica entrevista de José Dirceu. Ultrapassou a marca de 40 mil exemplares -a média mensal da publicação é de 35 mil.’

 

 

 

TELEVISÃO

Daniel Castro

Justiça nega censura da Globo à Rede TV!

 

‘O juiz Sergio Ricardo de Arruda Fernandes, da 21ª Vara Cível do Rio de Janeiro, negou à Globo liminar que proibiria a Rede TV! de reproduzir imagens de todos os seus programas e de gravar entrevistas com seus artistas em eventos.

 

A Globo ainda tentou impedir judicialmente a Rede TV! de ‘assediar integrantes de seu elenco’, de ‘comentar ou divulgar quaisquer informações sobre suas obras’ e de entrevistar ex-participantes de ‘BBB’.

 

O juiz Fernandes negou a liminar justificando que ‘é mais do que natural, diante da grande penetração popular de seus programas [da Globo] e profissionais envolvidos, que sejam divulgadas informações a seu respeito’. Na decisão, publicada na último dia 14, disse que ‘eventuais excessos no exercício da liberdade de expressão podem e devem ser coibidos pontualmente’.

 

Se os pedidos da Globo fossem acatados pelo juiz, boa parte da programação da Rede TV! seria afetada, entre eles os femininos e o ‘TV Fama’, que exploram descaradamente o conteúdo da rede líder, e o ‘Pânico na TV’. O mesmo juiz já havia proibido a Rede TV!, em outubro, de reproduzir imagens de ‘Big Brother Brasil’.

 

A Central Globo de Comunicação informa que a rede está recorrendo da decisão e que não se trata de tentativa de censura, porque ‘uma coisa é liberdade de expressão; outra é se apropriar do trabalho alheio’.

 

CRESCIMENTO Emissora do Grupo Bandeirantes cuja principal programação é produzida pela Gamecorp, empresa que tem um filho do presidente Lula como sócio, a PlayTV (Rede 21) não pára de crescer. No ‘Diário Oficial’ de ontem, ganhou do ministro Hélio Costa (Comunicações) uma retransmissora em Goiânia.

 

RAÇA A Band anuncia hoje, oficialmente, a contratação de Daniela Cicarelli (ex-MTV). Ela apresentará um programa para jovens aos domingos.

 

ABRE-ALAS Tom Cavalcante grava nesta semana uma marchinha de Carnaval inspirada no quadro ‘Bofe de Elite’, que tem levado seu ‘Show do Tom’ (Record) à liderança no Ibope. Acredita que será hit na folia de 2008.

 

OFICIAL De mudança para o Rio, parte da produção do ‘Mais Você’ ocupará o espaço físico da do ‘Linha Direta’ no Projac. Apesar disso, a Globo não confirma o fim do programa policial. Diz que o ‘Linha Direta’ dará lugar a um programa de teledramaturgia no primeiro semestre, mas pode voltar no segundo.

 

DECOLOU Não é só o blog de Aguinaldo Silva que bate recordes. Sua novela na Globo também. Anteontem, ‘Duas Caras’ marcou 47 pontos. O número está longe dos grandes sucessos da emissora, mas é o maior da novela.

 

UFA Karina Bacchi queria R$ 100 mil, mas aceitou R$ 70 mil e está praticamente confirmada (ainda falta assinar o contrato) em ‘Simple Life 2’, na Record.’

 

 

 

Lucas Neves

 

‘American Idol’ perde força no 7º ano

 

‘A queda generalizada de audiência na TV americana, que veio a reboque da greve dos roteiristas -sem novos scripts, reprises pululam nas grades de programação-, não poupou nem o blockbuster ‘American Idol’, cuja sétima temporada estréia por aqui hoje, na Sony.

 

A estréia desta edição foi vista por 33,4 milhões de pessoas nos EUA, quatro milhões a menos do que na temporada passada. A queda é mais acentuada se o segundo episódio for a base de comparação: foram 6,5 milhões de espectadores a menos neste ano. A notar: os índices ainda são altíssimos e garantem ao programa o posto de número um da temporada.

 

Além da queda no ibope, os produtores do caça-talentos musical andam às voltas com críticas da imprensa. Os jornalistas fazem ressalvas à perversidade do processo de seleção (etapa mostrada nas semanas iniciais), que destaca ‘existências patéticas’ e dá a pessoas ‘com zero chance de vencer dez segundos de esperança antes de contemplar sua amargura’, segundo a revista ‘Slate’.

 

A mídia também torce o nariz para a proliferação de cantores semiprofissionais na peneira. Vários calouros têm contratos com gravadoras, outros já lançaram álbuns e há até uma indicada ao Grammy.

 

Com ou sem lisura, a busca pelo próximo ‘hitmaker’ ianque começa pela Filadélfia. AMERICAN IDOL 7

 

Quando: hoje, às 21h

 

Onde: Sony’

 

 

 

INTERNET

Daniela Arrais e Gustavo Villas Boas

Wikia deseja ajuda dos usuários

 

‘O Google ganha um concorrente de peso com a chegada do Wikia Search (alpha.search.wikia.com), um serviço de buscas que se propõe a dar resultados mais relevantes do que as ferramentas tradicionais, com ajuda da comunidade de usuários. Mas o cartão de visita da novidade é o parentesco: é primo da Wikipédia.

 

Apesar de não ter ligação comercial com a enciclopédia, a ferramenta parte do mesmo princípio: construção colaborativa de conteúdo, por meio de uma interface que permite ao usuário criar, editar, modificar ou deletar informações.

 

Criada por um dos fundadores da Wikipédia, Jimmy Wales, e pela empresária Angela Beesley, o serviço entrou no ar no começo deste mês.

 

Coincidência ou não, em dezembro, o Google anunciou que está testando sua Wikipédia, o Knol, cuja meta é encorajar pessoas a contribuírem com conhecimento. O foco é no autor dos textos -um médico escreve sobre doenças do coração, por exemplo.

 

Wikipédia e Google têm mais relações. Pelo menos desde o ano passado, blogs e sites especializados verbalizaram o que é claro para todas as pessoas que usam o Google: o predomínio de resultados ligados à Wikipédia entre os dez primeiros links apontados no buscador.

 

A Folha fez um teste. Primeiro, sorteou 50 páginas da enciclopédia em português. Em seguida, colocou os resultados no Google Brasil. Apenas seis não tiveram um link da Wikipédia entre os dez primeiros resultados.

 

Em outro avanço da concorrência, a Microsoft anunciou, em setembro, investimentos em seu buscador Live Search.

 

Colaboração

 

A Wikia Search está na versão alfa. Portanto, ainda há poucos resultados até para buscas simples. A idéia dos fundadores é que, com o passar do tempo, os usuários publiquem mais conteúdo e construam uma rede de contatos -em vez de algoritmos, a interação humana dará o tom ao projeto.

 

‘Nós esperamos melhorar significativamente a relevância e a precisão dos resultados e da experiência de busca’, diz a co-fundadora da Wikia Search, Angela Beesley, em entrevista à Folha -ela também faz parte do comitê de comunicação da Wikimedia Foundation.

 

Nos primeiros estágios, a comunidade de usuários estará envolvida na criação de um código para a ferramenta de busca. ‘A comunidade também pode adicionar miniartigos, que serão usados como suplemento para os resultados, tirando a ambigüidade e definindo conceitos para o que as pessoas estão procurando.’

 

Como em qualquer plataforma aberta, a equipe enfrenta problemas como a edição de informações incorretas e os atos de vandalismo.

 

Poucos dias após o lançamento do Wikia Search, a Folha viu xingamentos e palavrões em um verbete sobre o Brasil. ‘As pessoas vão tentar manipular os resultados em qualquer ferramenta de busca, seja ela aberta ou fechada. Nossa esperança é que elas se envolvam para assegurar a alta qualidade’, afirma Beesley.’

 

 

 

Folha de S. Paulo


Google se ajeita para enfrentar Microsoft

 

‘DO ‘NEW YORK TIMES’ – O crescente embate entre o Google e a Microsoft promete ser uma batalha empresarial de dimensões épicas. Uma batalha capaz de, provavelmente, determinar o futuro das duas empresas e a forma pela qual os consumidores e as empresas funcionarão, realizarão suas compras, se comunicarão e pautarão suas vidas digitais.

 

O Google aposta em um cenário no qual servidores remotos instalados em centros de dados seriam acessados via internet por uma série de aparelhos sem fios ou conectados por cabo -uma nuvem de máquinas, a computação cloud. A Microsoft também tem sua visão do futuro da rede, mas prevê um universo cujo centro gravitacional continuará firmemente ancorado em seus softwares para micros de mesa. Eis o conflito.

 

Em entrevista, o CEO do Google, Eric E. Schmidt, prefere manter-se na defensiva. Ao descrever uma manobra que a maior parte do setor interpreta como um ataque à Microsoft, o executivo esforça-se para dizer que não se trata disso.

 

‘Não’, afirmou Schmidt, não havia nenhum plano de derrubar a Microsoft quando, no começo de 2007, o Google lançou um pacote de softwares on-line, chamado Google Apps, que inclui serviços de agenda, processamento de texto e planilhas. São versões mais simples dos programas que integram o Office, da Microsoft.

 

Ainda assim, o Google Apps não representa nada mais do que o próximo e natural passo para oferecer maior capacidade computacional a seus usuários na internet, disse o CEO.

 

‘Para a maior parte das pessoas, os computadores são máquinas complexas e pouco confiáveis’, afirmou o executivo, referindo-se às panes e aos ataques de vírus. Se o Google conseguir prover os serviços via internet, então ‘a vida das pessoas melhorará bastante’. A Microsoft não pretende ficar parada. A empresa já gastou bilhões de dólares tentando equiparar-se ao Google nas áreas de busca e anúncios pela internet. Até agora, no entanto, sem sucesso.

 

E as duas gigantes também se enfrentam em novos e promissores campos, tais como o de mapas pela rede, o de vídeo on-line e o de softs para celulares. ‘O modelo fundamental do Google passa por tentar alterar todas as regras do mundo do software’, diz David B. Yoffie, professor da Faculdade de Administração Harvard. Se o Google for bem-sucedido, afirma Yoffie, ‘grande parte dos produtos fornecidos pela Microsoft hoje ficará obsoleta’.

 

Na Microsoft, as declarações de Schmidt soam como gritos de guerra, mas apenas isso. Os programas tradicionais representam o grosso do faturamento da empresa, e os executivos dela consideram pura fantasia a possibilidade de 90% das atividades computacionais migrarem para a internet, como acredita Schmidt. ‘Claramente, com base no que o mercado é hoje e com base nas tendências do mercado, não há como fazer esse tipo de constatação’, afirmou Jeff Raikes, presidente da divisão empresarial da Microsoft, que inclui os produtos do Office.

 

Segundo Raikes, a estratégia do Google representa um ataque não apenas mal direcionado como também arrogante. ‘O foco deles assenta-se sobre o interesse competitivo próprio. Trata-se de minar a Microsoft e não de oferecer aos clientes o que eles desejam’, disse.

 

Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO’

 

 

 

 

 

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O Estado de S. Paulo

 

Quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

 

REQUIÃO NA JUSTIÇA

Julio Cesar Lima e Paulo Darcie

Requião tira TV Educativa do ar, abre crise e procuradora se demite

 

‘Irritado com decisão judicial que o proibiu de fazer críticas a desafetos e rivais políticos pela Rádio e TV Educativa (RTVE)do Paraná, o governador Roberto Requião (PMDB) suspendeu ontem a transmissão de uma reunião com prefeitos que havia chamado ao Palácio das Araucárias e deixou a emissora pública fora do ar, sem programação. Ele se disse vítima de censura. O gesto inesperado abriu uma crise no Executivo paranaense, agravada com o pedido de demissão da procuradora-geral do Estado, Jozélia Nogueira Broliani, a quem Requião destratou em público.

 

A polêmica que levou o governador a tirar a Educativa do ar teve início em dezembro, quando o Ministério Público Federal propôs à Justiça ação civil pública contra ele e a direção da TV, sob alegação de que estaria utilizando a emissora com ‘desvio de finalidade’ para criticar adversários. Os ataques de Requião ocorriam nas reuniões da Escola de Governo, nome do programa levado ao ar às terças-feiras, quando ele recebia prefeitos e secretários de Estado oficialmente para anunciar medidas de interesse público.

 

O Ministério Público pretendia que a Justiça tirasse imediatamente o programa do ar. O desembargador Edgar Lippmann Júnior, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, não concordou com a medida extrema, mas determinou ao governador que parasse com as críticas que atingiam até mesmo o Ministério Público e o próprio Judiciário.

 

Lippmann impôs, em caso de desobediência, multa de R$ 50 mil. Na reincidência, a sanção subiria para R$ 200 mil. Para o magistrado, os comentários do governador ‘transbordam, escancaradamente, os limites da função educativa da RTVE’.

 

Como parte da punição, a TV Educativa deveria pôr no ar ontem, a cada 15 minutos, uma manifestação da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) em defesa do Judiciário. Essa ordem partiu do próprio desembargador Lippmann.

 

A emissora exibiu durante todo o dia um slide com a marca da RTVE e, de tempos em tempos, surgia um pronunciamento do presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo, a favor do governador.

 

Requião foi além. Mandou inserir a palavra ‘censurado’ na programação, ressaltando as suas críticas à decisão judicial. Ontem, depois de suspender a transmissão, ele tratou aos berros a procuradora-geral do Estado, insatisfeito com a linha de defesa por ela adotada. Inconformada, Jozélia pediu demissão por meio de carta.

 

A assessoria de Requião informou que ‘a procuradora não tinha mais a confiança necessária para o cargo e ao sair apenas antecipou um processo de demissão que estava a caminho’. Segundo a assessoria, ‘não havia mais sintonia entre a procuradoria e o governo’. O novo procurador-geral é Carlos Frederico Marés de Souza Filho.

 

À tarde, o juiz federal Loraci Flores de Lima indeferiu pedido da emissora para tentar suspender a obrigatoriedade de divulgação da nota da Ajufe.

 

A Associação Nacional dos Procuradores da República considerou as reações de Requião como atos jocosos e de desrespeito à procuradora Antonia Lelia Sanches , que entrou com a ação, e a Lippmann: ‘Não se pode admitir que o governador utilize suas prerrogativas como chefe do Executivo para ferir a honra de membros de outros Poderes e órgãos independentes da República.’

 

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná classificou de inaceitáveis as agressões verbais sofridas pela procuradora, mas lamentou a decisão judicial que obriga a RTVE a veicular nota de apoio a Lippmann. ‘A OAB considera necessário o resgate do equilíbrio, da serenidade e do respeito.’

 

A ÍNTEGRA DA CARTA

 

‘Senhor Governador

 

Há algum tempo tenho percebido haver divergência de sua parte com relação a posturas corretas por mim adotadas, sempre pautadas na defesa do Estado do Paraná e do interesse público. Em inúmeras situações percebi sua incompreensão, o que fez subtrair, de minha parte ao menos, a indispensável segurança que deve haver por parte do chefe do Poder Executivo aos seus secretários de Estado.

 

Hoje pela manhã, contudo, senhor governador, Vossa Excelência superou-se. Em público, diante da imprensa e de todos os demais secretários de Estado, as agressões verbais ultrapassavam todos os limites de tolerância, de civilidade e, com todo respeito e sinceridade, de educação também.

 

Na certeza de ter pautado minha atuação institucional sempre de acordo com o interesse público, comunico a Vossa Excelência que estou deixando, neste momento, o cargo de procuradora-geral do Estado e todas as outras atribuições que me foram delegadas.

 

Retiram-se, também, das respectivas funções, a diretora-geral, a chefe de gabinete e a assessoria técnica.’

 

Jozélia Nogueira

 

Procuradora-geral do Estado’

 

 

 

Fausto Macedo

 

‘Nunca passei por situação tão vexatória como essa’

 

‘Jozélia Nogueira Broliani pediu demissão da Procuradoria-Geral do Estado depois que o governador Roberto Requião a submeteu a ‘uma situação constrangedora, vexatória’. Procuradora há 18 anos, professora universitária, eleitora de Requião, ela assumira o cargo em abril de 2007.

 

Seus planos imediatos: ‘Vou tirar férias, mas quero voltar logo ao trabalho, porque esse governo traz muitas demandas de litigiosidade. Aqui tudo vai ao Poder Judiciário. Ele (Requião) contraria muitos interesses, às vezes com razão, mas nem sempre corretamente. Isso faz com que os procuradores trabalhem triplicado.’

 

O que a levou a pedir demissão?

 

Uma atitude desrespeitosa do governador na frente da imprensa, secretários, prefeitos e políticos. Em vez de me convocar para uma reunião e discutirmos o cumprimento da liminar, ele me destratou em público. Não admito. Minha orientação é no sentido da obediência à ordem da Justiça. O governador queria agir de outra forma. Mas não me disse. Hoje (ontem) gritou comigo, disse que eu o havia desautorizado. É o governador, mas não aceito comportamento agressivo.

 

A sra. teme represálias?

 

Estou bem tranqüila. Sou concursada, tenho estabilidade. Não fazemos nada errado, não temos motivo para preocupação. Mas, se algum integrante do governo nos perseguir, muitas pessoas certamente sairão em nossa defesa. Fui atingida por uma atitude incompatível com meu cargo. Não quis, nem poderia, me submeter mais a isso. Nunca passei por uma situação tão constrangedora e vexatória como essa. Não havia nenhuma necessidade.

 

Qual a origem do conflito?

 

Eu defendo a TV. Orientei a TV a manter a programação, inserindo a nota de desagravo da Associação dos Juízes Federais. O governador deu outra ordem, para colocar a nota dos juízes e, em seguida, uma nota dele e da ABI. Fiquei com receio de que o desembargador interpretasse como nova provocação. Prevaleceu a ordem do governador. É ele quem decide, mas não sou obrigada a passar por isso. Requião começou a me chamar a atenção aos berros: ‘Você não pode me desautorizar, nunca mais faça isso.’ Quem manda no governo é ele, mas foi muito desrespeitoso e não gostei.

 

Decepcionada?

 

Não, porque o governador é assim mesmo. É a personalidade dele. É assim com todo mundo. Compreendo, mas não estou mais disposta a suportar. Saio satisfeita com o trabalho que realizei, a certeza do dever cumprido. A orientação que eu dava era sempre técnica, em prol do interesse público, mas isso nem sempre o governador quer ouvir.’

 

 

 

MÍDIA

Richard Perez-Pena

Editor demitido critica rumo da Tribune

 

‘THE NEW YORK TIMES – Na segunda-feira, o editor demitido do The Los Angeles Times fez uma crítica contundente à indústria jornalística e especificamente à sua empregadora de longa data, a Tribune Co., argumentando que a redução de custos, a falta de investimento e a aversão às notícias sérias estão prejudicando a empresa.

 

O editor, James E. O?Shea,saiu depois de ter se recusado a executar mais uma série de reduções no orçamento da redação imposta pelo diretor-responsável, David D. Hiller. Quinze meses antes, Hiller já tinha despedido o editor anterior pela mesma divergência.

 

O atual confronto e os comentários de despedida de O?Shea provocaram uma declaração por parte de um editor visto como leal ao Tribune, que foi enviado a Los Angeles para acalmar uma equipe rebelada.

 

‘Discordo totalmente da forma como a empresa aloca os recursos para suas redações, não apenas aqui, mas em todos os jornais da Tribune espalhados pelo país’, escreveu O?Shea, num memorando à equipe do jornal, repetindo os comentários de despedida que fizera na manhã de segunda-feira na sala da redação.

 

Samuel Zell, o presidente de conselho e o diretor-executivo que assumiu o controle da Tribune há um mês, solidarizou-se com Hiller. Zell havia criticado a redução de custos da administração anterior, dizendo que mais reduções não eram o caminho para a prosperidade. Mas disse, também, que estava concedendo maior autonomia aos administradores da Tribune.

 

‘Eu disse em claro e bom tom que estou devolvendo o controle das nossas empresas para as pessoas que as administram’, disse Zell, numa declaração em resposta à cobertura da partida de O?Shea. ‘Isso significa que David Hiller tem meu total apoio. Ele é diretamente responsável pelo pessoal e pelo sucesso financeiro do Los Angeles Times. Entendo que David e Jim chegaram juntos à conclusão de que a saída de Jim era a melhor decisão tanto para a direção como para o futuro do Los Angeles Times’.

 

O?Shea repetiu várias vezes que foi forçado a sair; outros executivos do Times disseram que ele foi demitido. Mas Hiller disse, numa entrevista na segunda-feira, ter achado ‘que foi uma conclusão mútua de que estava na hora da partida’.

 

Executivos do LA Times disseram que o confronto já vinha se armando há mais de um mês e atingiu seu auge há cerca de uma semana. As apostas sobre o sucessor estão concentradas em Russ Stanton, ex-editor comercial do jornal, que há um ano ocupa o cargo de diretor de inovação, supervisionando o site da publicação. Hiller disse que, em poucos dias, já deve ter um nome para ocupar o cargo.

 

O?Shea argumentou no memorando que o LA Times tinha mostrado várias vezes que poderia gerar muito mais receita e lucros mais altos oferecendo mais, e não menos. ‘Mesmo em tempos difíceis, investimentos criteriosos, e não retração, são a resposta de longo prazo para os problemas do setor’, escreveu ele, sugerindo que os executivos da Tribune foram incapazes de ver lógica em algo, a não ser no corte no orçamento.

 

‘Quem deveria assumir a responsabilidade pela saúde financeira de nossos jornais deviam ser os jornalistas, e não os contadores’, escreveu ele. ‘Os jornais devem dizer aos leitores aquilo que não lhes convêm saber. Precisamos informar mais sobre Barack Obama e menos sobre Britney Spears.’

 

Hiller, no entanto, disse que o jornal está investindo o máximo que pode, principalmente no seu site na web, e que os cortes foram nada mais do que a aceitação da realidade. ‘No ano passado, nosso fluxo de caixa caiu cerca de 20%. É possível solucionar os problemas do jornal gastando mais?’ perguntou. ‘É atraente, mas não funciona.’

 

Zell assumiu o controle da Tribune no mês passado, numa transação de US$ 8,2 bilhões que tirou a empresa da Bolsa de Valores. Na época, disse estar confiante de que a empresa poderia aumentar a receita.

 

No ano passado, o setor jornalístico sofreu um declínio abrupto na receita publicitária, e a Tribune foi mais atingida que a maioria. O colapso dos mercados imobiliários na Califórnia e na Flórida reduziram drasticamente o número de anúncios de imóveis, e a Tribune tem grandes jornais nos dois Estados.

 

O mais recente relatório financeiro detalhado da empresa, referente ao terceiro trimestre de 2007, constata que a receita com anúncios classificados foi 18% menor que no mesmo período do ano anterior, incluindo uma queda de 26% nos anúncios de imóveis. O Los Angeles Times teve os piores declínios. Executivos do jornal dizem que o periódico tem margem de lucro operacional de dois dígitos, embora o número tenha caído.

 

Hiller é o terceiro diretor-responsável instalado pelo Tribune, e o sucessor de O?Shea será o quarto editor principal. John S. Carrol, o primeiro editor do Los Angeles Times indicado pela Tribune, preferiu abandonar o cargo em 2005 em vez de fazer cortes no orçamento. Em 2006, seu sucessor, Dean P. Baquet, e o diretor-responsável, Jeffrey M. Johnson, foram demitidos porque se recusaram a fazer mais reduções nos custos.’

 

 

 

CINEMA

Flávia Guerra

Oscar sem Brasil

 

‘‘There will be Oscar (Vai haver Oscar)’, brincou o apresentador da CNN logo após Kathy Bates e Sid Ganis, o presidente da Academia, encerrarem o anúncio dos indicados para o Oscar 2008, fazendo alusão e ironia a There Will Be Blood (Vai haver sangue, ou Sangue Negro, como o filme é chamado em português) e à greve dos roteiristas de Hollywood, que começou em novembro, já azedou a cerimônia do Globo de Ouro e ameaça entornar o caldo da maior e mais midiática festa de premiação do cinema mundial, que, como garantiu Ganis, vai ser celebrada no dia 24 de fevereiro, no Kodak Theater, em Los Angeles, em Hollywood, e transmitida ao vivo pela televisão.

 

Se habemus Oscar, não habemus Brasil. O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias ficou de fora da lista dos cinco finalistas ao Oscar de melhor filme estrangeiro. As vagas foram ocupadas por Polônia, Áustria, Israel, Rússia e Casaquistão. Se a inclusão do Brasil (que não concorre ao Oscar dessa categoria desde 1999) era de certa forma esperada, houve surpresa na exclusão do canadense Denys Arcand, dado como certo por seu A Era da Inocência.

 

Mas surpresa mesmo foi a inclusão de Juno, do jovem canadense Jason Reitman, entre os cinco finalistas a melhor filme. Ele, que também concorre a melhor direção, vai disputar a estatueta ao lado de ninguém menos que Desejo e Reparação, Onde Os Fracos Não Têm Vez (de Joel e Ethan Coen), Conduta de Risco e Sangue Negro (de Paul Thomas Anderson). Todos dirigidos por medalhões da indústria cinematográfica e com passagens por festivais como Cannes e Veneza.

 

A briga da vez deve ficar entre Sangue Negro e Onde Os Fracos Não Têm Vez, que lideram a lista de indicações, com oito cada um. Os irmãos Coen concorrem a melhor direção. Anderson, também. Javier Bardem, irreconhecível em Onde os Fracos…, já levou o Globo de Ouro de melhor ator há dez dias e disputa o Oscar de melhor coadjuvante. Bardem havia concorrido a melhor ator em 2000, por Antes do Anoitecer.

 

Já Sangue Negro tem como quase certa a premiação de melhor ator para Daniel Day-Lewis, no papel de um escroque capitalista. Lewis levou uma estatueta por Meu Pé Esquerdo, em 1989. Completam a lista dos atores George Clooney (Conduta de Risco), Vigo Mottersen (Senhores do Crime), Tommy Lee Jones (No Vale das Sombras) e Johnny Deep (Sweeney Todd The Demon Barber of Fleet Street), como mostra a tabela abaixo.

 

Quando venceu a segunda edição do Festival de Cinema de Roma, em outubro, o jovem diretor canadense Jason Reitman (o mesmo de Obrigado por Fumar) estava de fato surpreso. Responsável pelo também jovem e arrojado Juno, ele nem ao festival de Roma havia ido (mora em Nova York), por achar que não teria a menor chance (e também porque coincidia com o primeiro aniversário de sua filha). Hoje, depois de saber que é a zebra da vez entre os cinco indicados para o Oscar de melhor filme, está mais surpreso ainda. Juno é contundente e cortante em seu argumento e, mais ainda, em seus diálogos. Conta a história de uma garota que engravida aos 16 anos e decide levar adiante a gravidez, mas, em vez de criar o filho, escolhe doá-lo a um casal.

 

O filme emocionou a todos do júri de Roma, formado por jovens europeus escolhidos em vários países, e presidido por apenas um ‘profissional’, o diretor bósnio Danis Tanovic.

 

A personagem de Juno é impecavelmente interpretada por Ellen Page que representa uma história forte, mas com muito humor. Não é à toa que Page é a zebra na lista das indicadas para melhor atriz. E briga pelo prêmio com divas como Cate Blanchett (Elizabeth: A Era de Ouro), Julie Christie (Longe Dela), Marion Cotillard (Piaf – Um Hino ao Amor) e Laura Linney (The Savages). ‘Vocês não imaginam como me sinto. Eu não vinha para este festival. Ontem à noite, ligaram para mim e disseram: ‘Você tem de vir porque você ganhou.’ Imagine! Peguei o primeiro vôo para cá’, declarou Reitman, em Roma.

 

O jovem diretor, que já apresentou um bom trabalho em primeiro filme, Obrigado por Fumar, continua com a sua verve sarcástica e inteligente neste segundo. Juno oferece o que o jovem público de cinema quer. É ágil, flerta com a linguagem e os diálogos dos quadrinhos, tem diálogos cortantes, além de ser uma produção baratíssima para os padrões de Hollywood.

 

E não deixa de ter uma visão inteligente e crítica diante do niilismo cultural, de valores e social, que vivem as novas gerações de todo o mundo. O Estado afirmou em outubro que o filme tinha potencial e que era bom ficar de olho em Reitman, pois ele só tem 30 anos e pode chegar mais longe ainda. De fato, seus caminhos já o levaram muito mais longe que Roma.

 

A DISPUTA ENTRE OS ESTRANGEIROS

 

SEM LATINOS: ‘ Só lamento não ver nenhum filme latino na final. O candidato mexicano, por exemplo, Luz Silenciosa, tem sido muito elogiado’, disse o diretor Cao Hamburger ao saber que O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias não foi selecionado como finalista ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O Brasil perdeu a vaga para o austríaco The Counterfeiters, de Stefan Ruzowitzky; o israelense Beaufort, de Joseph Cedar; o casaque Mongol, de Sergei Bodrov; o polonês Katyn, de Andrzej Wajda; e o russo 12, de Nikita Mikhalkov. ‘Ouvi dizer que, depois do romeno vencedor de Cannes ter ficado de fora, a tendência da Academia era redimir este erro escolhendo ‘filmes de temática muito séria e pesada’ para a final. E foi o que aconteceu’, disse Hamburger, que não assistiu a nenhum finalista. ‘Devem ser ótimos filmes. Beaufort e The Counterfeiters estavam no Festival de Berlim ano passado, mas não tive tempo de ver.’ Procede. The Counterfeiters conta a história de judeus obrigados a fabricar moedas falsas para o exército nazista. Já Katyn narra o massacre de poloneses durante a 2ª Guerra. Apesar da falta da boa notícia, Hamburger diz-se satisfeito. ‘Fomos longe. Éramos nós contra 63 filmes! E foi fruto de muito trabalho da Gullane Filmes (produtora do filme), do Ministério da Cultura, das Relações Exteriores… A meta era botar o filme entre os nove finalistas, o que não ocorria desde 1999 (quando Central do Brasil ficou entre os cinco). E conseguimos. O resto, seria sorte.’

 

Hamburger já toca novos projeto de ficção. ‘Xingu, sobre a criação da reserva indígena, e UTI, um thriller sobre a morte’, contou o diretor, que dá continuidade à carreira do filme nos EUA. ‘Até hoje, o plano era estrear em dez cidades com 25 cópias. E isso não deve mudar.’’

 

 

 

Luiz Carlos Merten

 

Jeanne, 80 anos e 60 de carreira

 

‘Seus grandes olhos tristes e a boca amarga seduziram diretores como Orson Welles, que dizia que ela era a maior atriz do mundo. François Truffaut acrescentava que Jeanne Moreau, pois é dela que estamos falando, possuía essa capacidade rara de passar da alegria à tristeza e da depressão à cólera em segundos, o que fazia do seu rosto o território por excelência da emoção. Mas Jeanne não é o tipo da atriz cujas interpretações valem um Oscar. Ela interioriza a dor e o sofrimento. Não grita, não faz caras e bocas. Jeanne Moreau está acima do prêmio da Academia de Hollywood.

 

Mais de uma centena de filmes, dezenas de peças. Jeanne Moreau é uma mulher inteligente e uma personagem rara, que teve o privilégio de trabalhar com alguns dos maiores diretores do mundo. Ela diz que não é nostálgica nem vive no passado, mas carrega consigo artistas como os citados Welles e Truffaut e também Luís Buñuel, Michelangelo Antonioni, Joseph Losey, Jacques Démy, Louis Malle, Rainer Werner Fassbinder. No Festival de Berlim, há três anos, entrevistada pelo repórter do Estado – pelo filme Le Temps Qui Reste, de François Ozon -, relatou suas lembranças particulares de cada um. Um certo vinho, ou champanhe, ostras, trufas. São detalhes mais importantes do que a própria colaboração artística.

 

Jeanne Moreau completa hoje 80 anos. Como iniciou sua carreira de atriz em 1948, comemora também 60 anos de representação. Filha de um barman francês e de uma bailarina inglesa, teve formação de atriz clássica no conservatório, com passagens pela Comédie Française e pelo Théâtre National Populaire, o TNP, de Jean Vilar. Em 1954, com direção de Jéan Dréville, foi a primeira rainha Margot da tela. No começo de sua carreira, com raras exceções – Ne Touchez pas au Grisbi, de Jean Becker -, Jeanne era uma atriz de teatro que incursionava pelo cinema fazendo filmes com diretores sem muito prestígio de crítica, como Denys De La Patellière e Gilles Grangier.

 

Em 1958, ela fez Ascensor para o Cadafalso, de Louis Malle, e o filme é considerado um dos marcos da revolução da nouvelle vague, o movimento de renovação do cinema francês que, como uma onda, terminou por atingir as praias cinematográficas de todo o mundo. No mesmo ano, Jeanne e Malle filmaram Os Amantes e a famosa cena de sexo oral – o rosto dela em êxtase, enquanto o amante vai descendo por seu corpo até desaparecer da imagem – provocou escândalo na época. O resto é história, uma grande carreira que inclui até um filme no Brasil, com Cacá Diegues.

 

Não foi só um capricho do diretor importar a maior atriz do mundo para fazer o papel da prostituta que um coronel nordestino tira do bordel para fazer dela a senhora do seu engenho. Numa cena famosa, Jeanne é carregada nas costas por Eliezer Gomes, que fez Tião Medonho em Assalto ao Trem Pagador, de Roberto Farias. Não será isso, por acaso, uma (re)leitura da opressão do colonizado pelo colonizador? Outra interrogação – as melhores atuações de Jeanne? Faça sua lista. Terna e cruel em Jules e Jim (de Truffaut), cruel em Eva (de Losey), xaroposa em Moderato Cantabile (de Peter Brook). Jeanne é múltipla e única. Ela cantou o tema de Chico Buarque em Joana Francesa e Tourbillon em Jules e Jim. Cantar não foi só uma exigência dramática desses filmes. Jeanne também é cantora e gravou cinco álbuns elogiados pela crítica.

 

A Estrela em DVD

 

Ascensor para o Cadafalso, de Louis Malle, com Maurice Ronet. Lançamento Silver Screen

 

Jules e Jim (ex-Uma Mulher para Dois), de François Truffaut, com Oskar Werner e Henri Serre

 

A Noite (La Notte), de Michelangelo Antonioni, com Marcello Mastroianni e Monica Vitti

 

Querelle, de Rainer Werner Fassbinder, com Brad Davis. Os três da Versátil’

 

 

 

TELEVISÃO

Keila Jimenez

Marluce deixa a Globo

 

‘Marluce Dias da Silva deve anunciar em breve seu afastamento total da TV Globo. A executiva, que ocupava atualmente o cargo de consultora da presidência da Rede Globo, pediu afastamento do cargo na semana passada.

 

Marluce começou na Globo em 1996, quando assumiu o cargo de superintendente-executiva no lugar de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.

 

Em sua gestão, entre outras mudanças, Marluce tratou a grade de programação da Globo como um produto de consumo, lançando novos programas quatro vezes por ano, em vez de uma mudança de programação uma vez ao ano.

 

Ela também cortou benefícios, reduziu contratos, conteve gastos nos departamentos de criação e produção.

 

Em 2002, Marluce se afastou para tratar de problema de saúde e, mais adiante, retornou no cargo de consultora. Em seu lugar entrou o então superintendente comercial Octávio Florisbal, que assumiu oficialmente o cargo só em 2004.

 

Mesmo como consultora, Marluce tinha reuniões periódicas com Florisbal e com os Marinho para discutir programação e finanças da maior rede de TV do País.’

 

 

 

 

 

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