Não é a primeira vez que o governador Roberto Requião do Paraná mete-se numa briga. Seu histórico de confrontos é imbatível, supera em muito o do falecido Antonio Carlos Magalhães, denunciado pelos inimigos como Toninho Malvadeza e aclamado pelos acólitos como Toninho Ternura.
Requião, ao contrário, é uma unanimidade: rei do arranca-rabo e do bate-boca. O seu confronto com o Judiciário e agora com o Ministério Público são em si reveladores de uma personalidade autoritária e totalitária.
Mas o que interessa de fato nesta nova pendenga de Requião é o uso que vem fazendo da TV Educativa do Paraná desde que assumiu, há seis anos. Ele a converteu em instrumento de uso privado, esqueceu que a emissora é um bem público, a serviço da coletividade.
A questão não se restringe ao programa semanal Escola de Governo que Requião, segundo seus detratores, usa a seu bel-prazer. No momento em que se tenta criar no país uma rede de TV a serviço do cidadão e do interesse público, aparece um governador trabalhando na direção contrária – ele é o estado, o estado é dele, portanto a TV do estado é sua.
Há muito que a TVE do Paraná só exibe programas aprovados pelo governador, que interessam ao governador. Não está afiliada à TV Brasil nem à Rede Cultura.
O problema da censura está mal colocado: quem censura a TV Educativa do Paraná é o governador do Paraná. O resto é briga de comadres.
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