A tecnologia e a velocidade na informação, principalmente no Brasil, são privilégio de poucos. Infelizmente, as condições de acesso de boa parte da população a estes mecanismos estão ainda muito distantes. Esta realidade do povo – sobretudo, dos bolsões – provavelmente não é amargada no dia-a-dia pelos mandatários da nação.
No país em que poucos decidem e escolhem as formas de como falar, de que forma dirigir o fato e que história contar, pedir igualdade no desfrute de tecnologias pode parecer piada, mas não é.
O Brasil pode e o povo merece. Como acontece no Japão, onde muitos jovens podem fazer download de quadrinhos e diversos outros conteúdos – a valores acessíveis ao produto –, através de seus telefones celulares.
Em território nacional, este serviço poderia ser consumido na mesma época e momento de lançamento. Isso, se não custasse o olho da cara. Atualmente, nossos simplórios impostos de telefonia celular tornam este e muitos outros serviços disponíveis e, como neste caso, quase mais caros que o próprio aparelho telefônico.
Faceta da telefonia móvel
Isso talvez só aconteça aqui e talvez em mais alguns países engessados por impostos, taxas, tributos, licenças, siglas e outras coisas do estilo. Segundo o falatório cotidiano de muitos veículos de informação, ‘hoje todos têm celulares. São milhares de aparelhos em todo o país’.
Sim! Excelente informação. Talvez mais alguns dados fossem interessantes também, como quantos desses telefones efetuam ligações sem ser a cobrar e o número de aparelhos pré-pagos que não fazem recargas há mais de um ano.
Provavelmente, o confronto dessas duas estatísticas – ausentes da maioria das notícias relacionadas ao assunto – poderiam esclarecer e fornecer bons subsídios para compreender a real faceta da telefonia móvel no país.
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Jornalista, pós-graduando em Linguagem, Cultura e Ensino pela Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) – Foz do Iguaçu, PR