Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Governo endurece com
a publicidade de álcool


Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 22 de maio de 2007


GOVERNO LULA
Marta Salomon


Decreto de Lula endurece conceito de bebida alcoólica


‘O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar amanhã, em cerimônia no Palácio do Planalto, decreto que muda o conceito de bebida alcoólica para efeito de controle da propaganda e demais medidas destinadas a conter o ‘consumo indevido’ de álcool no país.


Pelo texto do decreto, serão consideradas alcoólicas as bebidas com teor de álcool a partir de 0,5 grau Gay Lussac, como cervejas, ‘ices’ e ‘coolers’.


Hoje, a legislação que regulamenta a publicidade de fumo e bebidas -em vigor há quase dez anos- só considera alcoólicas as com mais de 13 graus, como vinho, cachaça e uísque. Isso exclui, por exemplo, as cervejas, mercado que fatura R$ 20 bilhões/ano e é o principal alvo da nova regulamentação.


O decreto de Lula, a que a Folha teve acesso, instituirá a Política Nacional sobre o Álcool, que, segundo o texto que acompanha o decreto, tem como objetivo explícito reduzir o ‘consumo indevido de álcool no país, associado a episódios de violência e criminalidade’.


Entre os pilares dessa política estão novos limites à propaganda de bebidas, por meio de regulamentação a ser aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e proposta de proibição de venda de bebidas nas estradas federais.


A Anvisa quer proibir propaganda de cerveja das 8h às 21h no rádio e na TV. Publicidade nos meios de comunicação (jornais, revistas e internet) terá de ser acompanhada de alertas sobre o risco à saúde, como acontece hoje com a do cigarro.


A política nacional sobre o álcool é resultado de debate interno do governo iniciado há mais de quatro anos, com um grupo de trabalho interministerial criado em 2003, embora algumas das medidas propostas por ela, como as restrições à venda nas estradas e postos de gasolina, ainda dependam de nova rodada de negociações.


Gastos com bebida


Na cerimônia, o governo reforçará a associação entre alcoolismo e acidentes de trânsito e o volume de dinheiro público investido no tratamento de alcoólatras -segundo o governo, esses gastos na rede de saúde superaram R$ 40 milhões em menos de quatro anos.


O tratamento de dependentes de álcool e outras drogas em unidades extra-hospitalares consumiu, entre 2002 e 2006, R$ 36,9 milhões do SUS (Sistema Único de Saúde). Outros R$ 4,3 milhões foram gastos em procedimentos hospitalares relacionados ao uso de álcool e de outras drogas nesse período.


Esses números são citados na exposição de motivos que acompanha o decreto presidencial. Outra estatística que sustenta a política é o percentual de acidentes de trânsito associados à embriaguez. Pesquisa feita no ano passado pela Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego) relaciona 61% dos acidentes ao consumo de bebidas alcoólicas.


Com a nova política, o governo também espera conter a crescente dependência do álcool, apontada no levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil, em 2005. Promovida pela Secretaria Nacional Antidrogas, a pesquisa apontou que 12,3% dos entrevistados entre 12 e 65 anos ingerem bebidas alcoólicas com freqüência.


‘É imprescindível que o governo institua de imediato uma política nacional sobre o álcool, visando a redução do impacto negativo do uso abusivo desta substância na sociedade brasileira’, diz o documento que acompanha o decreto de Lula.’


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Medida reforça proposta da Anvisa sobre publicidade


‘Um dos objetivos do decreto do Lula é fortalecer a proposta da Anvisa de restringir as campanhas publicitárias de bebidas -medida que já foi contestada por entidades de propaganda e mídia no início deste mês.


Essas entidades, lideradas pelo Conar (Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária), cogitam recorrer à Justiça contra as restrições à propaganda. Elas julgam ser suficientes as advertências impressas nos rótulos de bebidas, como ‘beba com moderação’.


Dizia a nota publicada em jornais e revistas que ‘a propósito de manifestações de autoridades do Executivo Federal reconhecendo à Anvisa a competência para legislar sobre publicidade’, elas esclarecem que a ‘Constituição federal determina, expressamente, que compete privativamente à União legislar sobre propaganda comercial’.


A indústria de cervejas fatura mais de R$ 20 bilhões por ano e gastou em publicidade, em 2006, mais de R$ 700 milhões.


A lei que trata de propaganda de bebidas desde 1996 só fala daquelas que têm mais do que 13 graus Gay Lussac (percentagem de álcool). A última versão do regulamento da Anvisa já adota o novo conceito de bebida alcoólica -acima de 0,5 grau- a ser referendado por decreto do presidente Lula.


Antecipado pela Folha em abril, o regulamento proíbe a veiculação de propaganda de bebidas no rádio e na TV das 8h às 21h. Em jornais, revistas e internet, terá de ser acompanhada por alertas do Ministério da Saúde que associam o consumo de álcool a acidentes de trânsito com vítimas, má-formação de bebês e até ao abuso sexual e episódios de violência.’


VIRADA CULTURAL
João Sayad


Sanduíche de pernil na Virada Cultural


‘‘NÃO PRECISA de ficha no caixa. Podem pegar os refrigerantes ali na geladeira de vidro.’ O bar na esquina da Major Quedinho serve o melhor sanduíche de pernil em São Paulo. A fome era grande, mas eu não queria entrar: estava apinhado de gente, por causa da Virada Cultural. Imaginei fila no caixa, espera no balcão. Surpresa: fizemos o pedido a um garçom exausto e gozador. O sanduíche veio rápido, repetimos e pagamos ali mesmo, na rua.


Nas padarias e bares do Brasil, os garçons parecem animadores culturais. Têm uma palavra diferente para cada freguês, o serviço é rápido, diferenciado (pão com manteiga na chapa -prensado ou não?).


Na Starbucks (café), são filas imensas. Atrás do caixa, uma moça negra luta com o computador, pede ajuda à supervisora, que olha espantada para o teclado. Depois, você pega um café aguado, muito quente, queima a mão e vai pôr açúcar e pegar uma colherzinha de plástico num balcão melado de café e açúcar. Custa uma fortuna.


No McDonald’s, os atendentes fizeram curso para atendimento rápido e delicado, mas é coisa forçada e você tem que ficar na fila. Depois, come sanduíche carregado de gordura trans e senta numa mesa pequena e incômoda. McDonald’s e Starbucks valem fortunas na Bolsa.


Os brasileiros mais jovens preferem fast food às coxinhas, empadas, churrasquinhos e mistos-quentes das padarias sempre próximas. Aprenderam a gostar, desde os anos 90, quando o Brasil começou a se ‘modernizar’. Foram seduzidos pelas instalações modernas, pela novidade e pelo que viam nos filmes e na televisão.


Culinária não é arte. Mas a mesma coisa acontece no mundo da arte. A indústria cultural -o filme de entretenimento, a novela da televisão, o ‘reality show’- ganha o espaço da música erudita, da música popular, do teatro de texto ou de criação coletiva, das congadas e do balé.


Gosto é gosto, e a política cultural não pode ter a pretensão de incentivar o bom gosto definido pela ‘elite branca’ da academia ou dos museus. Ou pelos saudosistas do folclore e da arte regional. A política cultural deve apenas abrir espaço para todas as formas de arte que precisam de apoio -porque não dão lucro, porque não têm cacife para publicidade ou porque não conseguem furar a barreira da moda, o gosto da maioria.


Se fast food fosse uma forma de arte e a moda fosse o pão com manteiga, a política cultural deveria dar incentivo fiscal para o café aguado em copo de papel da Starbucks. Se não existisse legenda e o filme americano não fosse o gosto da maioria, a Lei Rouanet deveria financiar as legendas.


Há duas semanas, São Paulo passou a noite acordada na Virada Cultural promovida pela Prefeitura de São Paulo. Piano e muitos pianistas na praça Dom José Gaspar. Balé clássico e contemporâneo no vale do Anhangabaú. Música jovem, com luz estroboscópica no centro velho. Malabaristas no prédio da Light. E uma fila de dois quilômetros para entrar no Teatro Municipal.


No final de semana passado, o governo do Estado, com as prefeituras e o Sesc, fez uma virada em dez cidades do interior. Que ouviram a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), Beth Carvalho, o violonista Yamandu, o teatro Mágico, Arnaldo Antunes, o balé de São José. Foram 300 espetáculos. Teatros municipais ficaram cheios, as praças ficaram apinhadas de gente. Duzentas mil pessoas passaram a noite acordadas e continuaram na rua até as 18h de domingo. Tomaram posse da cidade e viram ou ouviram o que não costumam ver ou ouvir. Centenas de artistas viajaram de cá para lá e de lá para cá, exibindo-se para novas platéias. O centro foi para a periferia; a periferia, para o centro; a capital, para o interior; o erudito, para a rua; o popular, para o teatro municipal.


Fim de semana de arte, uma forma nova de ler o mundo, a vizinhança, as ansiedades e os desejos que nos movem durante a semana.


Fim de semana civilizado, onde todos se encontram na rua, sem medo, andando para lá e para cá, como nos quadros e fotos de cidades no início do século passado, quando havia poucos carros, as ruas pertenciam às pessoas e os crimes eram passionais. Civilizado pelo clima de confiança, não era necessário fazer fila no caixa.


Um prazer desconhecido para os cidadãos motorizados em carros de vidro fechado, modernos e apavorados. Uma oportunidade para centenas de artistas. Deu certo. No ano que vem, vamos fazer de novo.


JOÃO SAYAD, 61, doutor em economia pela Universidade Yale (EUA) e professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, é secretário da Cultura do Estado de São Paulo. Foi secretário de Finanças e Desenvolvimento da prefeitura de São Paulo (gestão Marta Suplicy), secretário da Fazenda do Estado de São Paulo (governo Montoro) e ministro do Planejamento (governo Sarney).’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


O Silas rodou?


‘O ‘Fantástico’ empurrou e o blog de Ilimar Franco cravou, ontem à tarde, que ‘Silas vai renunciar’. O blog de Josias de Souza confirmou que ‘o conselho partiu justamente do grupo do PMDB que patrocinou a nomeação de Rondeau’. Por fim, os blogs de Lauro Jardim e Guilherme Fiúza espalharam pela internet um ‘trocadilho infame’ de Brasília, ‘o Silas rodou’.


Até o fechamento, a aposta não se oficializou. Mas, da Folha Online aos telejornais, o ministro Tarso Genro e o senador Renan Calheiros prestigiavam o colega, dizendo não existir ‘absolutamente nada’ de ‘prova física’ que comprovasse seu envolvimento.


NADA VAI ATRAPALHAR


Na manchete do site da estatal Agência Brasil e na submanchete do Globo Online, até o início da tarde, com base no programa de rádio ‘Café com o Presidente’, ‘Lula diz que nada vai atrapalhar crescimento do país’.


O presidente relacionou dados da economia, nada de Operação Navalha. Só acrescentou, curiosamente, que até o fim do ano serão construídos 350 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, ligando Brasília e Maranhão. Aquela, rememorada por Janio de Freitas na Folha, no domingo.


JÁ CHEGOU


‘Grau de investimento já chegou com a ‘promoção’ da dívida interna’, avisou ontem a submanchete do ‘Valor’. Para José Roberto Campos, ‘a melhor notícia já foi dada: a Standard & Poor’s elevou o ‘rating’ da dívida interna’.


Jonathan Wheatley, no ‘Financial Times’, acresceu que ‘parece não haver mais dúvida de que o Brasil obtém seu grau de investimento no ano que vem, no mais tardar, com ou sem as reformas’. Ele mesmo só evita ‘apostar que sai antes do fim do ano’ por conta da disputa entre as três agências de classificação.


‘EU ESTAVA CERTO’


O mesmo ‘FT’ deu longo perfil de Christian Deseglise, que chefia o investimento em emergentes do HSBC. Ele, que já foi chamado de ‘louco’, se declara agora ‘vingado’.


O MELHOR DE WALL ST.


O ‘Wall Street Journal’ de ontem soltou especial sobre os melhores da rua, ‘Best on the Street’, de Wall Street, a bolsa de valores de Nova York. E lá estavam a Gerdau, em ‘mineração e metais’, e a Gol, em ‘empresas aéreas’, entre as empresas que mais deram lucro ao investidor.


Sobre a segunda, declarou um gerente de investimento que, no setor, ela é uma das ‘companhias de crescimento alto em economias com muito potencial de crescimento’.


A NOVATA DE LONDRES


Já o ‘FT’ destacou ontem a inglesa Wellstream, ‘novata’ no mercado principal da bolsa de Londres -onde há um mês fez lançamento e já em junho, segundo o jornal, entra para o índice FTSE, das maiores. O motor é a fábrica de oleodutos que abre ‘em dias’, no Rio.


ANSIOSO POR UM ACORDO


Lula segue em sua carreira de caixeiro-viajante, ainda que seja recebido com pedras pela imprensa do Paraguai, ontem novamente, e não tenha outro assunto que não Silas Rondeau, na cobertura que o ‘JN’ fez da viagem.


Mas até a Rodada Doha, com suas eternas negociações globais, indica ter boas novas para o comércio, como anunciou Clóvis Rossi na Folha. O primeiro-ministro britânico Tony Blair saiu cobrando, ontem na Reuters, que saia logo, em ‘semanas’, antes de ele deixar o cargo. Diz que EUA e Brasil querem. Este último, até ‘ansioso’.


ÀS BATATAS FRITAS


Da rede de jornais Cox, dos EUA, à primeira página do ‘WSJ’, prosseguiam ontem os alertas de que o etanol de milho vem elevando os preços dos alimentos. Não apenas para consumo humano, como no México destacado na Cox, como para animais, como na criação americana de porcos -que, diz o ‘WSJ’, passaram a comer chocolate Kit Kat e, sobretudo, batatas fritas.


CONTRA-ATAQUE


O blog Washington Wire, do WSJ.com, noticiou ontem que o PhRMA, grupo ligado à indústria farmacêutica, abriu o contra-ataque à quebra de patente por Brasil e Tailândia. O presidente da organização argumenta que são países ‘médios’, não pobres, e que ‘deveriam estar ajudando os americanos a pagar pelas pesquisas’. É, também por lá, uma cartada nacionalista.’


GOVERNO CHÁVEZ
Fabiano Maisonnave


Venezuela inaugura rádio multiestatal e tira TV do ar


‘O governo Hugo Chávez lança amanhã a Rádio do Sul, projeto de rádio multiestatal composta por emissoras de 17 países, entre os quais o Brasil.


‘É uma rede de emissoras da qual participam rádios públicas, privadas e comunitárias que têm afinidade conosco’, explicou à Folha Helena Salcedo, coordenadora do projeto.


‘Há uma campanha midiática não só contra a Venezuela mas contra todos os países que estão buscando a inclusão do maior número de pessoas. E a rádio tem muito mais penetração do que a TV’, disse Salcedo ao justificar o projeto.


Segundo a coordenadora, participam da Rádio do Sul emissoras também da Argentina, de Cuba, do México e dos EUA, entre outros países.


No Brasil participam, sempre segundo Salcedo, a Radiobrás e a rádio Pop Goiaba, ligada à Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niterói.


A Radiobrás, no entanto, ainda não respondeu à Rádio do Sul sobre a proposta de parceria entre as emissoras.


De acordo com a chefe do departamento de rádio da Radiobrás, Taís Ladeira, a proposta é de que a emissora brasileira disponibilize conteúdo para compor a grade de programação da nova rede. Por serem programas já produzidos, a Radiobrás não teria custos, caso resolva se engajar no projeto.


‘O objetivo fundamental é que seja um meio de comunicação como ferramenta para a mudança, para a transformação’, disse Salcedo, que acumula o cargo de diretora da Rádio Nacional da Venezuela.


As transmissões devem começar às 18h de amanhã, pelo site www.radiodelsur.org.


RCTV


A Rádio do Sul entrará no ar no momento em que a Venezuela vive a expectativa do fim da RCTV, que deve deixar de transmitir a partir da madrugada de domingo, quando termina sua concessão. No lugar, o governo Chávez colocará mais uma emissora pública, a Tves- há ainda a Telesur, a VTV e a Vive TV.


O fim da RCTV tem provocado manifestações em Caracas nas últimas semanas, tanto de oposicionistas quanto de chavistas. Ontem jornalistas fizeram um cartaz de 1 km de extensão para protestar contra o fim da concessão. Colaborou a Sucursal de Brasília’


MÍDIA & FUSÕES
Folha de S. Paulo


Gravadora EMI aceita proposta de US$ 4,7 bi feita por fundo britânico


‘A gravadora EMI anunciou ontem que aceitou uma oferta de 2,4 bilhões de libras esterlinas (cerca de US$ 4,7 bilhões) feita pelo fundo de ‘private equity’ britânico Terra Firma. A oferta foi recomendada pela companhia aos seus acionistas.


No entanto, segundo analistas, a tendência é que novas propostas sejam feitas nos próximos dias pela terceira maior gravadora do mundo -a primeira é a Universal, seguida pela Sony-BMG. ‘A empresa está totalmente na disputa’, disse à Bloomberg Claire Enders, da empresa de pesquisa de mídia Enders Analysis.


As especulações aumentaram mais depois que a cotação da ação da EMI atingiu 271 pence na Bolsa de Londres, superior aos 265 pence oferecidos pelo Terra Firma. Entre os cogitados para entrar na disputa estão a Warner Music e os fundos One Equity Partners, Cerberus e Fortress.


As negociações entre Warner e EMI se arrastam desde 2000, quando as autoridades regulatórias não aceitaram o negócio. Novas tentativas de fusão foram feitas em 2003 e 2006, mas novamente esbarraram no setor regulatório. O último capítulo foi em março, quando a Warner ofereceu 260 pence por ação, proposta que a EMI considerou ‘inadequada’.


Caso seja concretizado o negócio, a Terra Firma vai adquirir uma gravadora que conta em seu catálogo com artistas como Beatles, Coldplay, Radiohead e Norah Jones. No Brasil, ela tem artistas como Marisa Monte e Jorge Vercilo.


Ela também assume um grupo que teve um prejuízo de 263,3 milhões de libras esterlinas em seu ano fiscal (encerrado em 31 de março) e cujo faturamento caiu 15,8% na comparação com o período anterior.


‘O objetivo da Terra Firma é fortalecer a atual posição da EMI como uma das líderes do mercado fonográfico e acelerar o desenvolvimento de suas estratégias on-line e digital e explorar totalmente a oportunidade de crescimento de longo prazo’, disse o criador do fundo, Guy Hands.


O negócio é mais um da onda de transações feitas por fundos de ‘private equities’, que vêm acelerando o número de fusões e aquisições neste ano. Segundo cálculos da Bloomberg, as fusões e aquisições atingiram US$ 2 trilhões até meados de maio -60% a mais que no mesmo período de 2006.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Universal acusa TV Globo de virar ‘igreja’


‘Jornal da Igreja Universal do Reino de Deus, a ‘Folha Universal’ desta semana faz fortes ataques à TV Globo, numa reedição reduzida da ‘guerra santa’ travada na década passada.


A ‘Folha Universal’ agora acusa a Globo de ‘usar sua programação para beneficiar a Igreja Católica e prejudicar as igrejas evangélicas’. Sob a manchete ‘TV Globo vira igreja eletrônica’, diz que ‘a empresa assumiu de vez a posição de rede oficial da Igreja Católica’ com a cobertura da visita do papa ao Brasil, que teria ‘pecado’ por ‘exagerado sensacionalismo’ e ‘expressões fervorosas’.


Seu principal texto reclama que a repórter Ilze Scamparini se referiu às igrejas evangélicas como ‘seitas’. Um quadro cita ‘casos históricos’ de ‘ataques aos evangélicos’, entre eles a minissérie ‘Decadência’ (1995, em que um pastor enriquecia).


O jornal declara tiragem de 2,308 milhões de exemplares. A edição foi distribuída gratuitamente em locais de circulação de classe média alta, como o Parque Villa-Lobos, em SP.


Diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger diz que ‘como sempre, nossa cobertura foi proporcional à importância da notícia’. ‘ Tanto assim que a própria Folha dedicou um espaço especial à visita do papa. Gostaríamos de destacar que, diferentemente da Igreja Universal, que tem espaços de mídia próprios, a Igreja Católica não compra espaço na TV Globo’.


VILA OLÍMPICA Fátima Bernardes voltará, durante os Jogos Panamericanos do Rio, a ancorar o ‘Jornal Nacional’ fora dos estúdios da Globo. Apresentará parte do telejornal nos locais de competição e fará reportagens.


PEIXADA A exibição do milésimo gol de Romário durante o ‘Domingão do Faustão’ registrou 25,6 pontos. A Globo não tirou pontos de nenhuma concorrente, mas sua audiência subiu 3,3 pontos durante a transmissão. Ou seja, muita gente ligou a TV para ver o tão esperado gol.


NOVA FASE O ‘Domingo Legal’ reagiu e deixou de perder no Ibope para o ‘Tudo É Possível’, de Eliana. Anteontem, deu média 13. Foi a segunda maior audiência do SBT na semana.


RECICLAGEM Silvio Santos foi para Los Angeles com a mulher, Íris, e as filhas Daniela (diretora artística do SBT) e Rebeca (futura diretora de teledramaturgia da emissora). Foi conferir as novidades em uma das principais feiras mundiais de televisão. E garimpar novos formatos de programas para o SBT.


ESTRATÉGIA A Record vai antecipar a estréia da novela hispânica ‘Zorro’. Será dia 28, não mais em 4 de junho. Durante uma semana, a produção entrará às 18h. Depois, deve ir para o lugar de ‘Alta Estação’(18h30).


TEMPERO O ‘Caldeirão do Huck’ do último sábado marcou média de 21 pontos, com picos de 28. Foi a maior audiência dos sete anos do programa da Globo.’


Laura Mattos


Governo debate classificação da TV com as redes


‘O Ministério da Justiça marcou para quinta reunião com TVs para debater a classificação de programas. No dia 30, há encontro com defensores da criança e do adolescente e, em junho, o governo se reúne com ‘os dois lados’.


A portaria 264, que classifica programas por idade e determina horários de exibição, entraria em vigor em 13/5. Após pressão das TVs, o governo prorrogou por 45 dias o início da vigência e prometeu reavaliar o tema.’


INTERNET
Laura Mattos


‘Vai Tomar no C…’ é novo fenômeno da internet; autora vira celebridade


‘‘Quando você mandar tomar no c… pela primeira vez, você vai retomar as rédeas da sua vida… Comigo, irmãos! [começa a música] Vai tomar no c…, vai tomaaaar no c…, vai tomar no c…, beeeem no meio do olho do seu c…’ A letra de ‘Vai Tomar no C…’ (no original, o palavrão está por extenso) não sai disso. Também conhecida como ‘VTNC’, tornou-se o novo fenômeno da internet.


Criada por brincadeira pela atriz Cris Nicolotti, 49, e seu marido, o músico Cacá Bloise, foi gravada por ela e enviada a um amigo por e-mail há pouco mais de uma semana. Propagou-se de forma impressionante, virou homenagem a chefes, Bush, políticos etc. e inspirou mais de 60 videoclipes no YouTube (www.youtube.com).


Ao ver os primeiros clipes feitos a partir de sua música, Cris decidiu produzir o ‘Vai Tomar no C… Original’. No vídeo, interpreta sua canção com uma peruca engraçada e um visual ‘meio místico, meio bispa Sônia’. Ontem, era o 20º mais visto do mundo na categoria comédia. Somado às versões, teve mais de 600 mil acessos. ‘Após 30 anos de carreira, tanta luta atrás de patrocínio, de estudar a vida inteira, faço sucesso por causa de um c…’, diz, rindo, a atriz.


Além do teatro, Cris tem um rosto conhecido em razão do trabalho no canal de vendas na TV Shop Tour, de 89 a 99. Conta ter sido a primeira televendedora do país.


‘Vendi de peixe a jazigo. No meio dos túmulos, elaborei o texto: ‘A gente tem que ter glamour até para morrer’. Também anunciei sapatos de plástico brancos número 43! Foi a minha grande escola de improviso.’


Já o sucesso ‘VTNC’ surgiu quando ela fazia uma festinha em seu apartamento, em São Paulo. Um vizinho, irritado com o barulho, abriu a janela e lascou o ‘vai tomar no c…’. Seu marido começou a dedilhar o violão e cantar ‘Vai tomar no c…’ e Cris emendou ‘Vai tomaaaar no c…’.


Em poucos dias, Cris virou a queridinha de blogs, Orkut, recebeu ofertas de patrocínios, propostas para gravar CD e até convite para voltar ao Shop Tour. ‘VTNC’ fará parte do monólogo ‘Se Piorar Estraga’, que Cris estréia em julho. Será cantada pela personagem do YouTube, a Roberléia (mãe fã de Roberto, pai, de Wanderléia), que cria a ‘culosofia’, baseada no ‘cusistencialismo’.


‘O sucesso veio porque, no fundo, é isso que todo brasileiro precisava dizer. Inspirou vídeos engraçados, mas alguns sérios, com imagens de políticos, da miséria. Tem uns bobos, com meninos mostrando a bunda. É bom deixar claro não falo do c… físico, mas do intelectual’, diz a bem-humorada atriz.’


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 22 de maio de 2007


EQUADOR
O Estado de S. Paulo


Equador quer discutir limites da liberdade de imprensa na Constituinte


‘O governo do Equador anunciou ontem que vai submeter à Assembléia Constituinte a discussão sobre limites da liberdade de expressão e os termos da Declaração de Chapultepec. O documento, assinado no México em 1994, contém dez princípios considerados fundamentais para a imprensa livre cumprir seu papel numa democracia.


Segundo a secretária de Comunicação do país, Mónica Chuji, o presidente Rafael Correa está hesitando em assinar a declaração. ‘O presidente ainda precisa analisar o conteúdo do documento’, disse Mónica. ‘Esse é um tema interessante para ser discutido na Assembléia Constituinte.’


Mónica também afirmou que durante a Constituinte – que será eleita em setembro – o governo vai promover debates sobre o monopólio dos meios de comunicação e mecanismos para regular a imprensa.


‘Não é certo que apenas uma pessoa seja proprietária de 20 emissoras de rádio e 3 canais de TV quando muitos setores têm interesse no acesso a esses espaços. Isso deve ser regulamentado’, disse Mónica, que aproveitou para anunciar que o governo socialista de Correa também pretende acabar com a ‘exploração trabalhista’ dos comunicadores, que ‘ganham pouco e são maltratados’.


Nas últimas semanas, as relações entre o governo equatoriano e a imprensa do país estão estremecidas.


No sábado, o presidente ordenou a retirada do editorialista do jornal El Universo, Emilio Palacio, do palácio do governo por ter interrompido Correa em meio a um debate sobre liberdade de expressão.


Há duas semanas, Correa processou o diretor-presidente do jornal La Hora, Francisco Vivanco, por um editorial que dizia que o presidente governa com ‘tumultos, pedras e paus’. Correa disse que retiraria o processo se Vivanco se retratasse, mas ele se recusou a pedir desculpas pelo que foi publicado. Se for condenado, Vivanco pode ficar de 6 meses a 2 anos na prisão.


No domingo, Correa convidou a ‘comunidade internacional de imprensa’ para visitar o Equador e ‘comprovar a existência da liberdade de expressão no país’.’


USP OCUPADA
O Estado de S. Paulo


Blogs e vídeos no YouTube para divulgar ocupação


‘O grupo de estudantes que ocupa a reitoria da USP usa a internet para difundir a ação. O popular site YouTube contém mais de 20 vídeos ligados à ocupação e um blog é mantido desde o segundo dia de ocupação.


A maioria dos vídeos fornece fragmentos de assembléias e debates. Alguns mostram os bastidores da ocupação, como no intitulado ‘Fejoada (sic) das mães’. Nele, um dos estudantes lê um poema com palavras de ordem enquanto a música Gente Humilde, de Chico Buarque e Vinicius de Moraes, é dedilhada no violão. ‘Não aceitaremos mais a forma imposta, a reflexão não mais se molda’, diz. Nas imagens, estudantes limpam a reitoria e cozinham para convidados. Entre as palavras-chave de busca (tags), estão ‘mãe’ e ‘socialismo’.


Outro vídeo faz uma paródia de um telejornal. O ‘apresentador’ chama o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de ‘José Serrando’ e diz que ele ‘foi preso em flagrante assinando decretos que interferem na autonomia das universidades públicas’.


No blog oficial – decorado com a silhueta de ninjas -, os estudantes divulgam comunicados sobre o movimento e a programação dos próximos atos. Ele leva a outros, como o Da Autonomia, eu não abro mão! e o Revoga, Serra!, que reproduzem notícias veiculadas em mídias nacionais e publicam comentários de professores que apóiam a ação.


Na agenda divulgada no blog da ocupação, é prevista uma série de debates e reuniões, além de período para ‘massagem, meditação e outros’.’


MÍDIA & FUSÕES
O Estado de S. Paulo


Murdoch pode desistir de oferta pela Dow Jones


‘As ações da Dow Jones chegaram a cair 3% ontem em Nova York após um analista da Pali Capital ter escrito que a News Corp, de Rupert Murdoch, pode estar perto de desistir da oferta de compra da dona do Wall Street Journal por US$ 5 bilhões. ‘Acreditamos que a News Corp está cada mais frustrada com a família Bancroft (dona da Dow Jones)’, disse o analista Richard Greenfield.’


TELEVISÃO
Etienne Jacintho


Novos heróis na tela


‘A rede americana NBC aposta em seus maiores heróis. A série Heroes encerra sua primeira temporada com altos índices de audiência. Para não perder essa boa fase, a NBC colocará no ar, durante a entressafra, um especial derivado de Heroes, com seis episódios, em que serão apresentados novos personagens que poderão ou não estar no elenco do segundo ano da série. Tudo dependerá da aceitação do público, que votará em seus novos heróis favoritos.


Além da segunda temporada de Heroes, a NBC também estreará quatro dramas nesta próxima temporada de novas atrações na TV americana: Viva Laughlin, Cane, Moonlight e Swingtown.


Já a rede ABC, responsável por produções como Desperate Housewives, Lost e Grey’s Anatomy – anuncia que vai estrear nessa próxima temporada 11 séries. Serão sete dramas e quatro comédias. Um dos dramas, Private Practice é um derivado de Grey’s e traz como protagonista a dra. Addison (Kate Walsh). Lucy Liu está no elenco de Cashmere Mafia e Peter Krause (Six Feet Under) é protagonista em Dirty Sexy Money. A atriz Christina Applegate ganhará uma nova comédia: Sam I Am.


entre-linhas


As séries têm levantado a audiência da Record. Na última sexta-feira, CSI, no ar das 23h05 à 0h04, atingiu a vice-liderança com 11 pontos de média no ibope. A estréia da terceira temporada de Monk, de 0h04 à 0h55, obteve 9 pontos e também ficou em segundo lugar. No horário, a Globo estava com 11 pontos.


Amanhã, o Saia Justa, do GNT, fala sobre os 40 anos do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, com participação do crítico do Estado Jotabê Medeiros. No ar às 22h30.


O músico Jon Bon Jovi dá dicas aos finalistas do reality show American Idol, que cantarão sucessos antigos do popstar. No ar amanhã, às 21 horas, no canal Sony.


Amanhã também tem aparição especial em Las Vegas, série exibida do AXN, de Richard Burgi, que interpreta Karl Mayer em Desperate Housewives.


Faltou conversa entre diretor e autor: anteontem, quando o Domingão do Faustão perguntava se o casal Lucas e Ana Luísa deve voltar à cena no final de Paraíso Tropical, Gilberto Braga, em depoimento gravado, disse que não. E Dennis Carvalho, em outro depoimento, falou: ‘com certeza’, é claro que eles voltam.


E a boa do fim de semana foi a entrevista de Edmundo à Mesa Redonda da TV Gazeta, na noite de domingo. O programa coletou depoimentos dos filhos e dos pais do jogador, e de Osmar Santos, que o batizou como Animal, no melhor sentido de craque.’


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