Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornal sofre segundo ataque com granada

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condena o atentado realizado com uma granada contra os escritórios de Cambio de Sonora, na quarta-feira (16/5). Este é o segundo ataque com uso de explosivos cometido contra o diário de Hermosillo em um mês.

Às 15h35, uma granada estourou no estacionamento de Cambio de Sonora, em Hermosillo, situada 1.600 quilômetros a noroeste da Cidade do México, segundo informes da imprensa e entrevistas do CPJ. Ninguém ficou ferido após o ataque de quarta-feira, mas três carros tiveram pequenos danos, disse ao CPJ Beatriz Espinosa, diretora de notícias do jornal. Testemunhas viram três pessoas escapando em uma pick-up cinza minutos depois do ataque, informou Espinosa.

Na noite de 17 de abril, indivíduos não identificados que estavam em um veículo em movimento lançaram uma granada no jardim frontal do Cambio de Sonora, informou em abril ao CPJ o diretor-geral do diário, Roberto Gutiérrez. Não houve feridos, mas a explosão causou alguns danos à fachada do edifício.

Devido ao aumento da violência relacionada ao tráfico de drogas, o Cambio de Sonora não publica reportagens investigativas sobre o crime organizado e o narcotráfico, informou hoje Gutiérrez. E acrescentou que não sabe quem poderia ter instigado os ataques.

Medidas concretas

‘Estes ataques ameaçam o direito constitucional dos mexicanos à liberdade de imprensa e, assim, as autoridades federais devem intervir’ declarou Joel Simon, diretor-executivo do CPJ.

No México, a guerra entre poderosos cartéis de droga se intensificou nos últimos três anos. As investigações do CPJ indicam que os repórteres mexicanos que informam sobre narcotráfico e crime organizado estão enfrentando perigos cada vez mais graves. Desde o ano de 2000, seis jornalistas foram mortos em represália direta por seu trabalho, enquanto o CPJ continua analisando as circunstâncias que cercaram outros 12 assassinatos. Além disso, outros cinco jornalistas desapareceram desde 2005, sendo três deles este ano.

Em 9 de maio, uma delegação do CPJ se reuniu com o embaixador mexicano nos Estados Unidos, Arturo Sarukhan Casamitjana. A delegação instou o governo federal do México a adotar medidas concretas para proteger a liberdade de imprensa e processar os responsáveis por crimes contra jornalistas. [Nova York, 17 de maio de 2007]

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O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, que se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo