No Jornal Nacional de quarta-feira (23/5), o estado de Alagoas foi apresentado com o foco do escândalo revelado pela Operação Navalha. Errado: com base num levantamento do jornal O Estado de S.Paulo, Alagoas tem cinco suspeitos formais, embora o governador Teotônio Villela esteja numa situação muito desconfortável.
Colado com Alagoas está Sergipe com quatro suspeitos formais e mais o atual governador, também encalacrado. Mas quem ganha disparado, verdadeira goleada em matéria de suspeição, são os políticos maranhenses: são nove suspeitos, sendo um ex-governador, mais o atual governador e o ministro que já se foi.
Acontece que o dono da política maranhense nos últimos 40 anos é o ex-presidente da República, José Sarney, padrinho assumido do ex-ministro Silas Rondeau e o primeiro, diga-se, a puxar o seu tapete.
É preciso não esquecer também que a série de flagrantes de formidáveis somas de dinheiro vivo feitos pela Polícia Federal começou no escritório da empresa Lunus, pertencente à filha e genro de Sarney, no início de 2002. Todos inocentados pela Justiça.
Pergunta-se: qual a poção mágica que usa o senador José Sarney para tornar-se invisível nas horas difíceis? Fácil descobrir: quando presidente da República, Sarney foi extremamente generoso com as grandes e médias empresas de mídia, eletrônicas e impressas. Como se não bastasse, Sarney pertence ao seleto clube de barões da mídia brasileira. E, como se sabe, aos amigos, tudo.