A Fapesp assinou na quarta-feira (27/7), em São Paulo, um acordo de cooperação técnica com a Fundação Memorial da América Latina para o início da criação da Biblioteca Virtual da América Latina (BV@L).
A parceria visa a promover a indexação, o armazenamento, a preservação e a disseminação de informações sobre a produção técnica, científica, cultural e artística dos países da região, geradas pelo Memorial da América Latina e por outras instituições do exterior que tenham coleções sobre o continente para fins de pesquisa, ensino e extensão.
A primeira iniciativa do convênio deverá ser o desenvolvimento da plataforma tecnológica necessária para a implementação da BV@L no Memorial, com base em recursos avançados das tecnologias de informação e comunicação.
‘O protocolo de intenções nos dá o direito de utilizar toda a experiência técnica acumulada pela Fapesp na formação de sua Biblioteca Virtual. Tão importante quanto essa transferência de conhecimentos será a utilização da biblioteca do Memorial para a integração dos países latino-americanos por meio de atividades de reflexão e de disseminação cultural’, disse Fernando Leça, diretor-presidente da Fundação Memorial da América Latina, à Agência Fapesp. ‘Essa é uma missão que o Memorial persegue desde sua fundação, há 18 anos, e que agora está mais próxima, com a possibilidade de usarmos modernas tecnologias a serviço da integração do continente’, destacou Leça.
Iniciativa de médio e longo prazo
O conteúdo da BV@L incluirá informações sobre as coleções existentes no acervo bibliográfico da Biblioteca Latino-Americana Victor Civita, instalada dentro do Memorial e que conta com cerca de 30 mil títulos, em vários campos do conhecimento, incluindo materiais impressos e audiovisuais.
‘É importante ressaltar que uma biblioteca virtual não necessariamente deve abrigar, em formato digital, todo o conteúdo de uma biblioteca física’, disse Marcia Rosetto, coordenadora técnica do projeto de implementação da BV@L. ‘A biblioteca virtual também deverá conter uma área de arquivos digitais, mas isso é um passo que será dado mais adiante.’ Segundo ela, o objetivo da etapa atual do projeto, que se formaliza com a assinatura do convênio com a Fapesp, é a construção de um diretório com dados sobre a América Latina, tendo em vista a criação de uma rede de contatos e o aprimoramento do diálogo com outras instituições importantes do continente. ‘Será preciso, em um primeiro momento, identificar onde estão as informações sobre o continente e quem são as instituições que as detêm. Essa é uma iniciativa de médio e longo prazo. Por outro lado, já estamos planejando a digitalização de publicações em que o memorial seja detentor dos direitos autorais, como a revista institucional Nossa América‘, explicou.
Preservação da memória
Segundo Carlos Vogt, presidente da Fapesp, o convênio tem especial relevância para otimizar a divulgação da memória cultural, das atividades científicas e da produção tecnológica na América Latina.
‘As possibilidades que nos são dadas pelo mundo virtual, pela informatização e pela socialização do acesso criam espaços virtuais capazes de agregar instituições’, disse. ‘Esse movimento de consolidação das bibliotecas virtuais, que é o espírito desse convênio, nos permite sonhar com a criação de uma nova biblioteca de Alexandria. Além de ser uma grande honra e satisfação, trabalhar em parceria com o Memorial, uma instituição sui generis na América Latina, nos motiva a encontrar novas fórmulas de ação e preservação da memória dos acervos, de maneira que o resultado seja o maior entrelaçamento das relações entre os países envolvidos com a iniciativa’, destacou Vogt.
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Repórter da Agência Fapesp