A mídia de entretenimento registrou nesta semana dois episódios graves, que talvez sejam recorrentes na atualidade. O primeiro é a disponibilização dos internautas na internet das histórias em quadrinhos das editoras Marvel e Dc Comics, muito antes do lançamento em banca. Fato que está gerando desentendimentos entre as empresas e sites especializados na arte.
A outra passagem é a censura ao fotolog – diário de fotos na web – do ilustrador baiano Túlio Carapiá. O desenhista da revista Front teve na última semana sua conta bloqueada. O profissional utilizava o site de hospedagem de imagens para mostrar um pouco do seu trabalho.
Segundo consta, o bloqueio ocorreu devido à representação de desenhos sensuais na página de Carapiá. Neste ato, os censores igualaram o artista brasileiro, a páginas e perfis fictícios com finalidades de ponte ao comércio sexual.
Perdeu com este comportamento do portal, a brasilidade, o traço brasileiro e o bom-senso. Espera-se que os analistas responsáveis por estes casos sejam mais maduros e profissionais. Não é possível permitir que mecanismos como os adotados enquadrem a arte como ato criminoso.
Controles e descontroles
Da mesma forma, acredita-se que os scans – documentos escaneados – dos quadrinhos das duas principais editoras do mundo são respostas aos altos valores cobrados. O procedimento adotado pelos fãs podem não ser os melhores, mas têm finalidade participativa e inclusiva.
Todo o material é disponibilizado na íntegra, com o devido crédito aos desenhistas, roteiristas e demais profissionais envolvidos na edição. Conforme a edição em banca. Detalhe: tudo gratuito.
Diante disso, guardadas as suas diferenças, os dois episódios redesenham os controles e descontroles do mundo virtual. Cabe aos leitores e internautas contribuir e zelar pelos conteúdos justos e comprometidos pela inclusão e participação de todos.
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Jornalista, pós-graduando em Linguagem, Cultura e Ensino pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Foz do Iguaçu, PR