Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

O caminho das pedras

Se você está lendo esta apresentação deve ser porque:

1. gosta de manuais;

2. interessa-se por jornalismo internacional;

3. quer ser correspondente;

4. é curioso sobre qualquer tema jornalístico, ou;

5. não tem nada melhor para fazer.

Se você se enquadra em alguma ou todas as opções anteriores, seja bem vindo. Este não é um manual tradicional. Não é uma obra de autoajuda que vai revelar os segredos da profissão ou o caminho certo para o sucesso. Este manual não garante um “vidão” no exterior como correspondente de uma grande empresa jornalística. Muito pelo contrário. O nosso manual é para quem está em busca de desafios e realizações no jornalismo internacional. Pode ser no exterior ou “sem sair de casa”, aqui mesmo no Brasil. Afinal, o que é um correspondente internacional? E em relação a essa tal “Era Digital”, o que é isso e qual seria a diferença de ser correspondente em eras do passado ou nessa nova era? Vamos tentar responder.

Primeiro, um pouco de história. Este manual é uma obra inovadora. Trata-se de um trabalho coletivo e foi resultado do curso de Jornalismo Internacional realizado na graduação de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina durante o segundo semestre de 2011. A proposta era realizar um curso voltado para a investigação sobre o jornalismo internacional, mas principalmente direcionado para a formação dos futuros correspondentes. Não os correspondentes tradicionais. Mas os profissionais da era digital. Jovens e não tão jovens que buscam no Jornalismo Internacional a oportunidade de fazer Jornalismo de verdade. Não como final de carreira ou prêmio por serviços – e que serviços! – a grandes empresas. Mas correspondente internacional em busca de experiência profissional e experiência de vida.

A tal “Era Digital” é o presente. O presente das oportunidades virtuais e das grandes aventuras globais. Tempos de novas tecnologias e milagres como a internet, mas também de desemprego e crise no jornalismo. Este não é um manual tradicional ou obra saudosista. Lembra o passado, tem o foco no presente, mas prepara o futuro.

Boa viagem

Os textos incluídos foram resultado dos seminários apresentados no curso de Jornalismo Internacional. Os alunos, futuros correspondentes, puderam escolher dois enfoques ou estratégias para os trabalhos de final do curso. Grupos foram formados para entrevistar correspondentes internacionais. O objetivo era obter informações sobre como eles se tornaram correspondentes ou dicas práticas e realistas de como se tornar correspondente hoje. Também procuramos revelar as rotinas profissionais desses profissionais. Outro objetivo do curso era produzir matérias no Brasil como se os alunos fossem correspondentes estrangeiros.

Os textos deste manual foram escritos como exercício da profissão, uma “vitrine” do potencial desses futuros jornalistas. Importante destacar o excelente trabalho dos alunos e a dedicação dos alunos-editores José Fontenele, Patricia Siqueira e Géssica da Silva. Também preciso agradecer ao jornalista, amigo e ex-chefe Carlos Castilho.

Nesta apresentação, seu artigo, que abre o nosso manual, dispensa… apresentações. Creio que ter convencido um dos melhores jornalistas brasileiros e chefe de correspondentes da TV Globo em Londres durante os anos 1980, no apogeu da cobertura televisiva internacional brasileira, já justifica a leitura deste manual. Agora vamos ao que interessa. Boa leitura, ou para aqueles que querem ser correspondentes internacionais da Era Digital, boa viagem. Afinal, esse manual pode ser o seu primeiro passo rumo ao futuro.

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Antonio Brasil é jornalista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina