Em tempos de internet, em que a informação atualizada disponível a respeito de uma larga gama de assuntos pode ser obtida rapidamente, por que fazer um dicionário?
A resposta, que norteou a concepção e o desenvolvimento desta obra, é simples: porque o conteúdo aqui reunido, da forma como está organizado, não pode ser encontrado em outro lugar.
Essa é a principal justificativa para a existência deste Dicionário, cujo objetivo é oferecer caminhos para o leitor, levantando questões e referências fundamentais e funcionando como uma ferramenta útil para pensar a comunicação hoje. Algo que tentamos obter por meio de uma combinação de informação com reflexão acerca das escolas, teorias e autores da área. Tendo em vista os momentos históricos em que esses pensadores e linhas de pensamento surgiram, mas, sobretudo, a partir da percepção de sua potência interpretativa para enfrentar os desafios que os fenômenos atuais nos impõem. Seja devido à grande dispersão teórica das obras existentes e à dificuldade de caracterizar quais autores e teorias são efetivamente “do” nosso campo de saber. Seja pela relevância e centralidade da comunicação no mundo contemporâneo.
A ideia de produzir um dicionário, inicialmente de Comunicação e Marketing, remonta a 2005, ano de criação do Centro de Altos Estudos na ESPM. A proposta foi retomada de forma sistemática em 2009 e resultou, depois de um processo de cerca de quatro anos, nesta obra que se propõe a oferecer visão de conjunto dos principais marcos teóricos do campo da comunicação.
Para dar conta dessa tarefa, o percurso foi iniciado com um levantamento de obras disponíveis, que permitiu perceber que havia espaço editorial para um livro desse tipo. Um dicionário que fosse compreensivo, crítico, histórico e atento à estrutura conceitual organizativa da área. Um conjunto de características ao qual foi adicionada, no caminho de construção, outra característica importante: o fato de, além de inventariar escolas, conceitos e autores internacionais, incluir, na estrutura dos verbetes, as repercussões brasileiras, discutindo de que forma essas referências estão presentes nos estudos comunicacionais realizados no país.
As escolas, as teorias e os autores que integram este Dicionário foram definidos a partir da consulta a dicionários e publicações dedicadas às teorias da comunicação, e definida pelo grupo organizador da obra, composto pelo professor Adilson Citelli e professoras Christa Berger, Maria Aparecida Baccega, Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Vera Veiga França, com a colaboração dos coordenadores editoriais Pedro F. Bendassolli e Ricardo Zagallo Camargo, e dos professores Gisela Granjeiro da Silva Castro, Maria Isabel R. Orofino, Manolita Correia Lima e Vander Casaqui.
O processo de elaboração envolveu rodadas sucessivas de lapidação do conjunto de verbetes constituintes da obra; escolha dos verbetistas; redação dos verbetes, em diálogo com pareceres emitidos pela equipe organizadora; preparo do texto, envolvendo edição e ajustes até a redação final; revisão e diagramação.
Procedimentos que resultaram na produção de 65 verbetes, classificados em ordem alfabética e divididos em três tipos:
>> Escolas – Contextualizam a origem, os momentos mais importantes, os conceitos teóricos e metodológicos propostos, os autores-chave e os desdobramentos da escola no tempo.
>> Teorias – Apresentam e analisam os conceitos de uma teoria, sua evolução ao longo do tempo, seus desdobramentos e delimitações. Conjunto que inclui, além dos verbetes de teorias específicas, mais dois tipos: os que abordam as mídias do campo da comunicação, agrupados a partir do verbete Estudos de Mídia (ou Media Studies), e os temáticos, ou de grupos de teorias, criados ao longo da construção da obra para dar conta de conjuntos de teorias e autores ligados a um determinado tema ou objeto, tais como comunicação e consumo, marxismo e comunicação, comunicação e educação, entre outros.
>> Autores – Dizem respeito a estudiosos cujas obras e ações promoveram e ainda promovem contribuições expressivas para o campo da comunicação.
É possível acessar o conteúdo deste dicionário de várias formas. Os verbetes podem ser encontrados pela ordem alfabética, consultando-se o sumário, ou pelos índices temático e onomástico. Vale destacar que, no sumário, verbetes de autores associados a uma determinada linha de pensamento foram incluídos como subitens dos verbetes dessas linhas. Não no sentido de reduzir suas propostas ao arcabouço de determinada escola ou teoria, mas por entender que esses autores não construíram suas reflexões de forma isolada, mas como tributários de um conjunto de pensadores que se debruçaram sobre temáticas semelhantes. Algo que vale para todos os autores, mas que fica mais evidente em alguns casos.
O Dicionário conta também com um capítulo metodológico, que apresenta de forma mais detalhada por que e como esta obra foi desenvolvida no Centro de Altos Estudos da ESPMe explicita sua principal missão: permitir que o leitor – seja estudioso, curioso ou praticante da comunicação – possa fazer uso das principais referências teóricas do campo.
Esperando cumprir essa missão, esta obra nasce aberta ao diálogo. Pois é somente a partir do uso e das críticas que ela se transformará numa ferramenta viva de construção do conhecimento.
Bom uso!
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Sobre a obra
Este Dicionário de comunicação, escrito por especialistas de todo o Brasil, reúne questões e referências fundamentais. Funciona, dessa forma, como uma ferramenta valiosa para pensar a Comunicação hoje. Os 65 verbetes combinam informação e reflexão acerca dos principais autores, escolas e teorias da área.
Os verbetes relativos às escolas e às teorias contextualizam a origem, os momentos mais importantes e sua evolução. Já aqueles relativos aos autores destacam os estudiosos cujas obras e ações promoveram e ainda promovem contribuições expressivas para o campo da comunicação.
Este dicionário é, assim, abrangente, crítico, histórico e atento à estrutura conceitual organizativa da área. Além disso, inclui, na estrutura dos verbetes, as repercussões brasileiras, discutindo de que forma essas referências estão presentes nos estudos comunicacionais realizados no país. A obra foi concebida e sistematizada pelo Centro de Altos Estudos da ESPM.
Coordenação Editorial: Ricardo Zagallo Camargo e Pedro F. Bendassolli
Autores dos verbetes:
Adilson Citelli
Afonso de Albuquerque
Alberto Efendy Maldonado
Alberto Klein
Ana Carolina Escosteguy
André Lemos
Andres Kalikoske
Angela Prysthon
Antônio Fausto Neto
Beatriz Marocco
Beth Brait
Boris Kossoy
Carlos Eduardo Lins da Silva
Celso Frederico
Christa Berger
Ciro Marcondes Filho
Clóvis de Barros Filho
Cristiane Freitas Gutfreind
Daniela Schmitz
Edgard de Assis Carvalho
Eduardo Meditsch
Eduardo Yuji Yamamoto
Edvaldo Pereira Lima
Esther Hamburger
Fábio Josgrilberg
Fabrício Silveira
Fátima Regis
Francisco Rüdiger
Gabriel Cohn
Gisela Granjeiro da Silva Castro
José Luiz Fiorin
Julio Pinto
Juremir Machado da Silva
Leandro Leonardo Batista
Lucia Santaella
Lucrécia Ferrara
Luiz Gonzaga Motta
Luiz Peres-Neto
Marcelo Gabbay
Marcia Perencin Tondato
Maria Aparecida Baccega
Maria da Graça Jacintho Setton
Maria Helena Weber
Maria Immacolata Vassallo de Lopes
Maria Isabel Rodrigues Orofino
Marialva Carlos Barbosa
Marlene Oliveira Teixeira de Melo
Mauro Wilton de Sousa
Mayra Rodrigues Gomes
Muniz Sodré
Nilda Jacks
Norval Baitello Junior
Olgária Matos
Paula Guimarães Simões
Paulo Nassar
Rafael Foletto
Raquel Paiva
Raquel Recuero
Reges Schwaab
Regina Zilberman
Richard Romancini
Sérgio Praça
Silvia Borelli
Simone Luci Pereira
Sonia Virgínia Moreira
Tabita Strassburger
Valério Cruz Brittos
Veneza Mayora Ronsini
Venício A. de Lima
Vera Veiga França
Vladimir Safatle
Wilson Gomes
Wolfgang Leo Maar
Yvana Fechine