Depois de meses de especulação, na sexta-feira (18) a Amazon lançou um serviço digital de assinaturas que oferece acesso ilimitado a livros eletrônicos e audiobooks digitais por US$ 9,99 ao mês.
O serviço, Kindle Unlimited, oferece uma abordagem em estilo Netflix que permite acesso a mais de 600 mil livros eletrônicos, entre os quais séries de sucesso como “Jogos Vorazes” e “Diário de um Banana”, obras de não ficção como “Flash Boys”, do jornalista Michael Lewis, clássicos e ficção literária.
Até o momento, nenhuma das cinco grandes editoras dos Estados Unidos está oferecendo seus livros.
A HarperCollins, a Hachette e a Simon & Schuster, por exemplo, estão fora.
A Penguin Random House e a Macmillan se recusaram a comentar, mas uma busca na Amazon sugere que os livros dessas editoras tampouco estão disponíveis.
Como resultado, alguns títulos populares eram notáveis pela ausência quando o serviço começou a operar.
E como muitos escritores oferecem livros por mais de uma editora, os assinantes podem descobrir que têm acesso a certos livros de Michael Chabon e Margaret Atwood, mas não a outros.
Vantagem competitiva
A introdução do serviço surge em um momento de crescente tensão no relacionamento entre a Amazon e as grandes editoras.
O grupo de varejo on-line está sofrendo escrutínio cada vez mais intenso por seu domínio do mercado de livros eletrônicos e pelas táticas duras que usa nas negociações com as editoras.
A Amazon e a Hachette estão envolvidas em um duradouro e público impasse sobre os termos de venda de livros eletrônicos da editora, e a situação não parece próxima de uma solução.
Entre as editoras que estão oferecendo títulos pela assinatura estão a Scholastic, da série “Jogos Vorazes”, e a Houghton Mifflin Harcourt.
As notícias sobre o Kindle Unlimited começaram a surgir semanas antes de seu lançamento, quando a Amazon postou acidentalmente um vídeo promocional sobre o modelo de assinatura. O vídeo foi retirado do site, mas não antes que blogs de tecnologia comentassem sobre ele.
Ao oferecer o serviço, a Amazon está ingressando em um mercado cada vez mais lotado. Concorrerá com empresas iniciantes de distribuição digital de livros que oferecem serviços semelhantes, como a Scribd e a Oyster.
A Scribd conta com cerca de 400 mil títulos, e cobra US$ 8,99 ao mês. A Oyster tem mais de 500 mil títulos e oferece acesso ilimitado aos leitores por US$ 9,95 ao mês.
Com modelos de preço semelhante, a concorrência entre os serviços de livros eletrônicos por assinatura pode ser decidida com base no conteúdo e autores disponíveis.
O serviço da Scribd inclui livros de mais de 900 editoras, entre as quais Simon & Schuster e HarperCollins.
A Oyster oferece títulos de seis das dez maiores editoras norte-americanas.
Ainda assim, a Amazon ingressa no segmento com uma imensa vantagem: seu predomínio na publicação de livros eletrônicos e sua vasta biblioteca de audiobooks, que ela está integrando ao seu serviço por assinatura.
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Alexandra Alter, do New York Times