[do release da editora]
No sábado, 27 de setembro, a partir das 15h, acontecerá a tarde de autógrafos do livro Televisão em 3 Tempos: Três épocas de um Brasil que viu nascer a televisão em preto e branco, cores e digital (Editora In House, Coleção Pró-TV), do pesquisador Elmo Francfort.
O livro será lançado em comemoração aos 64 anos da TV Brasileira (desde 1995, a Pró-TV festeja o Dia Nacional da Televisão, 18/08, durante o mês de setembro).
O lançamento será no Memorial da América Latina (Portão 5), na Biblioteca Latino-Americana Victor Civita.
O evento será aberto ao público e contará com uma pequena exposição, organizada pelo autor, sobre os três tempos da televisão: preto e branco, cores e digital.
A obra tem prefácio do crítico de TV José Armando Vannucci e apresentação do pesquisador, consultor da Rede Globo e Doutor em Teledramaturgia da Universidade de São Paulo (USP), o Prof. Dr. Mauro Alencar.
A obra
O livro Televisão em 3 Tempos, do pesquisador Elmo Francfort, é o primeiro a abordar vários aspectos importantes até então não tratados em obras sobre a área. A obra insere a televisão na realidade sociocultural do país, mostrando-a como parte integrante do processo de desenvolvimento do Brasil.
Além disso, esta é a primeira que aborda, com profundidade, a implantação dos três formatos de televisão no país: o preto e branco, em 1950; as cores, lançadas oficialmente em 1972; e a alta definição, inaugurada em 2007. Tanto a chegada das cores e da TV digital até então não foram documentadas historicamente em livros. Na obra, as trajetórias de todas as emissoras são abordadas.
O leitor escolhe – O autor montou o livro de uma forma interativa, de modo que o leitor é que escolhe o que pretende ler e como a forma como quer exercer a leitura. Esse caráter aproxima boa parte do livro dos “almanaques”. De forma independente, o leitor poderá ver apenas os capítulos temáticos que interessar (ex: futebol, política, infância, religião etc). E poderá também ler o livro verticalmente (por capítulo, do início ao fim) ou horizontalmente (cada capítulo temático é dividido em três partes: 1950, 1972 e 2007 – se o leitor quiser, por exemplo, ler apenas os assuntos de 1972, poderá apenas ir de capítulo em capítulo lendo o assunto referente à época).
Divisão do livro – A obra divide-se em quatro partes: “Testemunha Ocular”, “Televisão em 3 Tempos”, “Panorama Geral” e “Grades de Programação”. Conheça abaixo algumas curiosidades do livro:
>> Testemunha ocular
Entrevista inédita com Vida Alves – Elmo Francfort, que trabalha na Pró-TV, desde 2002, fez um desafio à presidente da entidade e pioneira da televisão. Através dessa entrevista inédita, o autor abordou assuntos que normalmente a atriz não aborda em entrevistas, resgatando registros importantes da evolução da TV por uma testemunha ocular. Muito além de ter dado o primeiro beijo na TV (em “Sua Vida Me Pertence”, na TV Tupi), Vida Alves contou o que viu nos bastidores das três inaugurações da televisão no Brasil (ela é hoje o único brasileiro que participou in loco dos três momentos). Na entrevista, Vida conta, por exemplo, como foram as primeiras impressões quando ela e os colegas souberam que a televisão começaria a ser montada: “Quisemos fazer até greve”, conta a atriz. Ela foi também apresentadora do programa colorido “Vida em Movimento”, na TV Gazeta; e estava na Sala São Paulo assistindo à inauguração da TV digital. Vida Alves já confirmou presença no lançamento, em que também autografará seu livro da Coleção Pró-TV.
>> Televisão em 3 tempos
1950: A chegada da TV no Brasil – Todo processo, da compra dos equipamentos por Assis Chateaubriand, a detalhes – quadro a quadro – da inauguração da TV no Brasil.
1972: O surgimento da televisão em cores – As dificuldades da implantação da TV em cores no Brasil, até a pressão do Governo Militar (a transmissão colorida da Festa da Uva, por exemplo, foi escolhida porque o Ministro das Comunicações, Hygino Corsetti, era de Caxias do Sul) e a estreia oficial, em 31 de março, aniversário do Golpe de 1964. É possível descobrir que foram os brasileiros que inauguraram a TV em cores na Argentina, também nos anos 1970.
2007: A TV digital estreia no país – Das primeiras experiências até os últimos testes, em 8K, na Copa do Mundo de 2014. É narrada, pela primeira vez, com uma riqueza de detalhes, a cerimônia da inauguração em 02 de dezembro de 2007, na Sala São Paulo. Hebe Camargo, curiosamente, faltou na inauguração, em 1950, e também na da TV digital, em 2007. É possível também saber como ter acesso à televisão digital, o panorama atual da implantação e como será o desligamento da TV analógica, previsto para 2018.
O rádio – A importância do rádio no processo de criação da televisão e como ele se transformou com a evolução do novo meio. Abordam-se aspectos curiosos, como a ainda forte radionovela nos no final dos anos 1950.
Televisores, telespectadores e televizinhos – Manias dos telespectadores, desde assistir televisão no escuro para ter “cinema em casa” até a colocação de uma tela colorida na frente da TV para dizer que tinha “TV a cores”. Descobre-se o nome da primeira telespectadora do Brasil e até que Chateaubriand deu um dos primeiros televisores que exportou ao futuro concorrente Roberto Marinho, da Globo.
Programação da TV – Uma abordagem geral, nas três fases, de toda programação da TV no Brasil. Desde a criação dos primeiros programas, até fatos curiosos como a exibição, em 1972, de “Meu Pedacinho de Chão” quatro vezes por dia, na TV Cultura e na TV Globo (foi o ano que “Selva de Pedra” atingiu 100% de audiência e estreou a primeira versão de “A Grande Família”).
Entre fases – Tudo que ficou pelo meio do caminho: a batalha da TV Excelsior para implantar as cores, que acabou não chegando ao canal 9; o fim da Rede Tupi; a passagem meteórica da Rede Manchete, que abalou a audiência da concorrência, com “Pantanal”.
>> Panorama geral
Brasil e Mundo – O panorama histórico do Brasil e do mundo, inclusive com o que aconteceu no dia em que a televisão chegou ao país. É possível ver fatos históricos como a Guerra da Coreia, o crescimento da Guerra Fria, o Atentado terrorista em Munique, a tragédia dos Andes, até a queda do vôo da TAM, em 2007 e o lançamento do Iphone.
Carro do Ano – Quais os carros de cada época e curiosidades como a mania dos jovens de colocar os carros sobre os trilhos do bonde para deslizarem suavemente pela Rua Augusta.
Cinema – Do auge da Cinelândia Paulista e a criação da Vera Cruz até Tropa de Elite (2007), passando pelo filme “Independência ou Morte”, com Tarcísio Meira e Glória Menezes em 1972, em comemoração aos 150 anos da Independência do Brasil. A importância de Mazzaropi, Renato Aragão e Xuxa para sobrevivência do cinema nacional. A transformação de cinemas e estúdios em instalações de TV: do Cine Sol (futuro Teatro Silvio Santos) até a criação do RecNov (antiga sede dos Estúdios Renato Aragão).
Comerciais – Das garotas-propaganda ao surgimento do merchandising e Grazi Massafera anunciando os primeiros patrocinadores da TV digital.
Comportamento – O espírito que movia cada época: a vontade de mudar o mundo após o fim da 2ª Guerra Mundial, passando pela Ditadura Militar, até o anúncio de que o Brasil iria ser a sede da Copa do Mundo de 2014.
Comunicações – As formas como os telespectadores se comunicavam com os programas de TV. Dos telegramas e cartas até os smartphones.
Concorrência – A mudança no panorama geral da televisão. Da TV Tupi reinando sozinha, como único canal de TV no país, em 1950, até a consolidação da Rede Globo e a disputa pela vice-liderança entre SBT e Record.
Crítica de TV – Pela primeira vez são abordados os profissionais da crítica televisiva. De Helena Silveira e do crítico (e apresentador) Airton Rodrigues até os colunistas de hoje, que fazem suas críticas até em blogs e redes sociais.
Divisão territorial do Brasil – É possível conhecer um Brasil cuja capital federal era o Rio de Janeiro e não existia nem Brasília, Mato Grosso do Sul, muito menos Tocantins.
Economia – As moedas de cada época e quanto valiam os televisores de cada período.
Educação – Da época do “Clássico” e “Científico”, passando pelas disciplinas extintas Organização Social e Política Brasileira (O.S.P.B) e Educação Moral e Cívica (E.M.C.), do período militar, até os primeiro curso universitário voltado ao ensino técnico da televisão digital.
Expansão da TV no Brasil – Do alcance de até 100 Km de distância, do sinal da TV Tupi, na inauguração, até a evolução, estado por estado, da televisão em todo país, chegando à programação internacional da Globo e Record no Japão.
Futebol – A Copa de 1950 e o “Maracanaço”, as seleções de cada época, os vencedores do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Paulista, a transmissão em cores da Copa de 1970, até a transmissão de uma partida no dia da inauguração da TV digital.
Infância – Os brinquedos de cada época e as brincadeiras infantis, além das atrações infantis, como as séries, desenhos e seriados. Do carrinho de rolimã aos jogos em tablets, da Cidade da Criança ao Hopi Hari, de Sonia Maria Dorce a Maísa Silva.
Interatividade – A interativade com o público, de “O Céu é o Limite” e “Tribunal do Coração”, passando por “Você Decide”, até chegar ao “SuperStar” e as webnovelas.
Miss Brasil – Quais foram as moças mais belas do Brasil nessas três épocas? De Marta Rocha até Natália Guimarães.
Moda – Do estilo James Jean e Audrey Hepburn, passando pelos hippies e a Era Disco, até chegar ao “estilo” do funkeiros. A televisão influenciando na moda, como em “Dancin’ Days”, que introduziu as meias multicoloridas no vestuário brasileiro.
Música – Das big bands, boleros e serestas, até a explosão do Tropicalismo, chegando até a separação de Sandy e Júnior. Do LP 78 rotações ao download de músicas pela Internet.
Política – Quem eram os líderes de cada período? Os presidentes, Ministros das Comunicação, os governadores e prefeitos de São Paulo. Em época de eleições, é possível saber curiosidades como Getúlio Vargas usando a televisão para anunciar sua volta à política e o futuro Governador Lucas Nogueira Garcez, fazendo campanha nos bastidores da inauguração da TV Tupi. Saiba até que quando a televisão nasceu as concessões eram dadas pelo Ministério de Viação e Obras Públicas – a concessão de uma TV tinha a mesma prioridade que legalizar a pavimentação de uma estrada ou rua, nesse Ministério. Na fase da TV digital, o Ministro Hélio Costa era o mesmo que foi apresentador da primeira versão do “Linha Direta”, na Globo.
Religião – Desde a apresentação do Frei Mojica, passando pela igreja católica construída pela TV Record (por Paulo Machado de Carvalho) e a criação dos canais religiosos.
Teatro – O que passava no teatro nos dias que estrearam as três fases da televisão? A importância do teleteatro no panorama cultural do país e sua influência na teledramaturgia. Ao final, o regresso do público para assistir aos grandes musicais, como “O Fantasma da Ópera” e “Miss Saigon”.
Tecnologia – A evolução tecnológica, da instalação da primeira torre de TV até a chegada do homem na Lua, o videoteipe, e os novos artistas surgidos da Internet – como Mallu Magalhães, Felipe Neto e Porta dos Fundos.
>> Grades de programação
Documentação inédita – Pela primeira vez todos poderão comparar a evolução da TV no início das três fases, com a grade de programação de 18 de setembro de 1950 (TV preto e branco, com apenas com a programação da TV Tupi), de 31 de março de 1972 (TV em cores, com sete canais abertos) e de 02 de março de 2007 (TV digital, com mais de 50 canais, de TV aberta e TV paga).Um verdadeiro registro histórico e inédito para o grande público.
O autor
Elmo Francfort é radialista e jornalista, bacharel em Comunicação Social pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduado em Comunicação Empresarial e Institucional, pelo Centro Universitário Nove de Julho, tendo cursado Museologia no MAE-USP; Marketing Cultural e Estratégias e Planejamento de Marketing na ESPM.
Desde cedo se aproximou do universo da televisão, sendo de uma família de pioneiros da área. Francfort é pesquisador de TV desde o final dos anos 1990, integrando a Pró-TV desde 2002. Hoje é coordenador da Coleção Pró-TV e curador do acervo do Museu da Televisão Brasileira, gerenciando a área de eventos da entidade.
Foi recentemente curador da exposição “60 Anos da Telenovela Brasileira”, da Rede Globo, que itinerou de Porto Alegre a Manaus, por 14 emissoras da rede carioca; e também curador da mostra no exterior “A História da Telenovela Brasileira: Viagem ao Mundo da Ficção” (Globo Internacional), hoje presente em Portugal.
Francfort foi também pesquisador de mais de dez livros da “Coleção Aplauso” (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo) e autor das obras “Av. Paulista, 900: A História da TV Gazeta” (2010) e “Rede Manchete: Aconteceu, Virou História” (2008).
Já trabalhou para mais diversas emissoras, tendo sido também diretor do programa “TV História” (Rede NGT) e roteirista do “Todo Seu”, de Ronnie Von, na TV Gazeta (na Fundação Cásper Líbero também coordenou o projeto “Gazeta 40 Anos” e o Centro de Memória Cásper Líbero).
Comentários sobre Televisão em 3 Tempos
Trecho do prefácio da obra, por José Armando Vannucci, crítico de TV da Rádio Jovem Pan e do programa “Todo Seu”, de Ronnie Von, na TV Gazeta.
“Minha história parece em muito com a de Elmo Francfort, autor de Televisão em 3 Tempos, livro que você vai começar a ler daqui a algumas páginas e que não conseguirá largar antes do final. Ele é um apaixonado pela televisão, viu sua família trabalhar em diversas emissoras e também é obrigado a olhar para este veículo de comunicação de uma forma crítica para estudá-lo e reunir informações que serão muito valiosas para as próximas gerações de telespectadores, que precisarão saber dos esforços dos pioneiros, das dificuldades das transmissões, dos programas e astros, da época em que os sonhos não eram coloridos, muito menos ricos de detalhes em alta definição.
Em Televisão em 3 Tempos, Elmo Francfort nos leva a uma viagem que vai bem além do registro histórico da televisão em seus momentos mais importantes. É claro que o leitor terá ricos detalhes sobre o surgimento da TV através das instalações do Sumaré, a chegada da cor com toda a pressão política e empresarial da década de 70 e o início da era digital que amplia os horizontes desta indústria de entretenimento e informação. Mas, recordará também os carros, moda, costumes, comerciais, brinquedos e muitas outras coisas que sempre foram influenciadas pela TV. Este livro traz um pequeno panorama da política e economia em 1950, 1972 e 2007, mostrando que o Brasil, o mundo e o homem eram bem diferentes nestes três momentos”.
Apresentação do livro
Por Mauro Alencar, doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana da USP, membro brasileiro do Emmy – Academia Internacional de Artes e Ciências da Televisão de Nova York, consultor e pesquisador da Rede Globo de Televisão
“Se os portugueses foram os primeiros empreendedores na globalização, a semente lançada na catequese do Padre José de Anchieta, ao redor dos tupis, transformou-se na mais profícua realidade dentro do vasto pomar televisivo brasileiro. Quantos frutos e linguagens não estão à nossa disposição desde o show inaugural “TV na Taba”, da PRF-3 TV Tupi-Difusora, em 1950? A taba erigida por Assis Chateaubriand no primeiro tempo: a chegada da TV no Brasil, cantada em versos de Guilherme de Almeida com o charme de Lolita Rodrigues: “Vingou como tudo vinga/ No teu chão Piratininga, a cruz que Anchieta plantou.” É por aí, por essa trilha, que tem início a viagem capitaneada pelo pesquisador e historiador Elmo Francfort, sob a efervescência de um tempo próximo a “Era JK”, a bordo de um classudo Ford. Ainda, como num flash-back, apresenta-nos breve panorama do Rádio.
No segundo tempo, a partir de 1972, e em plena Ditadura Militar, o real aproxima-se ainda mais da ficção por meio das cores que começam a invadir os lares da nação. O carro do ano na Europa era o Fiat 127 e, no Brasil, a Revista Autoesporte elegia o Chevrolet Opala como símbolo de automóvel.
Adentrando a miscelânea do século XXI, temos a estreia da TV digital, em 2007 e a invasão das grandes montadoras internacionais. Estamos em pleno paroxismo da globalização.
E nessa viagem conduzida por Elmo, vivenciamos as transformações de outras manifestações artísticas como o Cinema e a Literatura; o Teatro; a Dramaturgia na TV; o Jornalismo; os Comerciais; a Crítica de TV e, claro, os fatores psicossociais – como a Política, a Economia e a Educação – que constituem a base de todo o processo industrial da história televisiva e definem a existência dos três tempos, dos três “Brasis” apresentados pelo autor com talento e paixão ao convidar-nos para ler (e ver) a sua, a nossa televisão”.