Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A batalha de Porto Alegre

[do release da editora]

No dia 3 de outubro de 1930, a população de Porto Alegre viveu um dos momentos mais dramáticos e significativos da História brasileira. No final da tarde, um contingente da Guarda Civil, sob o comando de Flores da Cunha e Osvaldo Aranha, desfechou um sangrento ataque contra o Quartel General da 3ª Região Militar, dando início ao movimento armado que, três semanas mais tarde, culminaria com a deposição do presidente Washington Luís. Acabava ali a chamada República Velha. Era o fim da política do ‘café com leite’, que transformava o país num comodato de mineiros e paulistas. Com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, o Brasil entrava em uma nova era.

Em A Batalha de Porto Alegre, o escritor gaúcho Sinval Medina reconstitui os acontecimentos políticos que antecederam o dia 3 de outubro de 1930, desde a campanha da Aliança Liberal até a eleição do paulista Júlio Prestes para a presidência. Descreve, ao mesmo tempo, os bastidores da conspiração vitoriosa. Valendo-se de minuciosa pesquisa bibliográfica e de consultas à imprensa da época, o autor sai do terreno da ficção – consagrado em seus romances – e se lança na reportagem histórica. Informações colhidas na documentação e a peregrinação aos vestígios da época recriam cenas com dramaticidade literária.

A narrativa destaca personagens que jogam papéis centrais na revolução: do Nordeste, emergem as figuras de João Pessoa e Juarez Távora; de Minas, Antônio Carlos de Andrada e Virgílio de Melo Franco; do Rio Grande do Sul, Osvaldo Aranha, Flores da Cunha, João Neves da Fontoura, Assis Brasil, Batista Luzardo. Nos bastidores, a presença enigmática, mas decisiva de Getúlio Vargas. A ele caberá pronunciar as palavras que, naquele momento crucial, estão no coração de todos os gaúchos: ‘Rio Grande, de pé pelo Brasil. Não poderás faltar ao teu destino heróico!’

A modernização urbana de Porto Alegre nos anos 1930 serve de moldura aos acontecimentos e se atualiza no ensaio fotográfico de Enio Soliani Júnior, que flagra na capital gaúcha, hoje, marcos e marcas da inesquecível jornada de 3 de outubro de 1930.

O autor

Sinval Medina, escritor, jornalista e ex-professor universitário, nasceu em Porto Alegre em 1943 e vive em São Paulo desde 1971. Publicou seu primeiro livro em 1969 e em 1980 estreou no romance com Liberdade Condicional. Figurou entre os vinte nomes que representaram a moderna ficção brasileira em 1986, na Feira Internacional do Livro de Frankfurt, Alemanha. Nessa mesma década, publicou dois outros romances, Cara, Coroa, Coragem e Memorial de Santa Cruz; dedicou-se também à literatura para crianças e adolescentes. De 1997 é o Tratado da altura das estrelas, que conquistou em 1999 o Prêmio Passo Fundo de Literatura para romances em língua portuguesa. Seguem-se O herdeiro das sombras (2001) e A faca e o mandarim (2004). Em 2009 concluiu O cavaleiro da terra de ninguém — vida e tempos de Cristóvão Pereira de Abreu, seu sétimo romance, ainda inédito.

Desde 1997, Sinval Medina tem na literatura sua ocupação principal. ‘Não vivo do que escrevo, mas vivo para escrever’, costuma dizer o autor de A Batalha de Porto Alegre. A obra é uma publicação da Martins Livreiro-Editor, um selo editorial sempre a serviço da cultura gaúcha.