Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A guerra e a censura dos gibis

[do release da editora]

A guerra dos gibis narra a chegada dos quadrinhos ao Brasil, vindos dos Estados Unidos, em meados da década de 1930, pelas mãos do jovem jornalista Adolfo Aizen. Após mostrar a descoberta a seu chefe Roberto Marinho – que não demonstrou o menor interesse –, Aizen lançou seu Suplemento Infantil no jornal A Nação. A novidade logo se tornou uma irresistível mania de crianças e adolescentes – e uma mina de ouro para editores de jornais e revistas, que se engalfinhavam na disputa por aquele mercado milionário.

De febre juvenil e editorial, os quadrinhos passaram a ser duramente atacados por políticos, jornalistas, artistas, educadores, religiosos e toda sorte de palpiteiros, que enxergavam ali apenas ‘monstruosidades e imoralidades’, ‘subliteratura infame’, ‘analfabetismo, pobreza intelectual’, ‘verdadeiras orgias de sadismo, pornografia e estupidez’, ‘corrupção de menores’, ‘mitologia truncada e monstruosa’.

As histórias em quadrinhos mobilizaram as mais altas figuras da vida brasileira, como Getúlio Vargas, Jânio Quadros, Jango, José Lins do Rego, Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Leonel Brizola, Assis Chateaubriand, Carlos Lacerda, Victor Civita, Gilberto Freyre e muitos outros – alguns contra e outros a favor do que parecia ser o mal do século.

Fruto de uma pesquisa de mais de dez anos, o livro conta ainda com um caderno de fotos recheado de capas do primeiro número de vários gibis e um anexo com a legislação – hoje, muito curiosa – que tentava pôr ordem no coreto.

O autor

Gonçalo Junior formado em jornalismo e direito, começou na imprensa nos anos 1980 como editor de fanzines e depois trabalhou em jornais de Salvador. Em São Paulo, cobriu TV e cinema para o caderno Fim-de-Semana, da Gazeta Mercantil, entre 1997 e 2003. É autor de Pais da TV (Conrad, 2001) e de Alceu Penna e as Garotas do Brasil (Cluq, 2004).