[do release da editora]
Vinte e três anos depois de lançado, Tirando o capuz volta às livrarias com o status de clássico dos anos de chumbo. Publicado na década de 1980, resistiu à passagem do tempo e pode ser lido hoje, especialmente pelos jovens, como um relato que reconstitui uma fase dramática da história brasileira recente, marcada pelo confronto entre a ditadura militar e as organizações de esquerda armada, em boa parte constituídas por estudantes que se engajaram na resistência.
Lançada originalmente pela editora Codecri, do Pasquim, a obra teve sua primeira edição em junho de 1981, ainda em pleno regime militar. Foi recebida com louvores pela crítica e integrou as listas de mais vendidos das principais publicações nacionais, entre elas Veja e O Globo. A quarta edição, esgotada, foi publicada em 82.
Tirando o capuz reconstitui a aventura existencial e política de uma geração, do golpe de 64 à opção pela luta armada, seguida da descida ao inferno da tortura nos porões do DOI-CODI e da prolongada vivência carcerária. Símbolo de regimes de opressão e violência contra o indivíduo, a imagem do capuz no livro tem duas faces. Metáfora do terror imposto pela ditadura e da crença inabalável e irreal da esquerda armada, o capuz marcou aqueles tempos no Brasil.
O autor
O carioca Álvaro Caldas nasceu em Goiânia, Goiás. Jornalista, trabalhou nas principais redações de jornais do Rio e de São Paulo: Globo, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, O Estado de S. Paulo, Diário do Comércio e Indústria (DCI), Folha de S. Paulo, Última Hora, TV Globo e Tribuna da Imprensa. Colaborou com jornais da imprensa alternativa nas décadas de 1970/80, entre eles Opinião, Movimento, Pasquim e Em Tempo. Autor dos livros Balé da utopia, estréia na ficção (Editora Objetiva, 1993), Cabeça de Peixe, contos (Garamond, 2002) e organizador de Deu no Jornal, o jornalismo impresso na era da internet, (Loyola/PUC, 2002). É professor da Faculdade de Comunicação da PUC-RJ. Militante da esquerda armada, foi preso em fevereiro de l970 no Rio e passou dois anos e meio no cárcere. Balé da utopia, uma novela ambientada nos subterrâneos da luta armada, em que três personagens, confinados numa estranha cabine, interrogam o destino de sua geração, deverá virar filme. A produtora LC Barreto Produções adquiriu os direitos de filmagem em 2002.