[do release da editora]
Eles ajudaram a escrever a história do telejornalismo brasileiro e agora se reúnem em No próximo bloco… O jornalismo brasileiro na TV e na internet para registrar em livro suas experiências. Uma seleção de jornalistas renomados (muitos deles professores de jornalismo) – que têm suas trajetórias ligadas às principais redes de TV – foi escalada com o objetivo de oferecer este verdadeiro manual do jornalismo televisivo brasileiro na atualidade.
O time coordenado por Ernesto Rodrigues se distribuiu em capítulos, em que cada autor ficou responsável por narrar um dos grandes temas associados ao exercício do telejornalismo. O diferencial de No próximo bloco… é que cada bloco – cada texto – tem a marca registrada do jornalista que o escreve, que conta experiências do dia-a-dia do ofício que somente profissionais com muita experiência são capazes de relatar com tal maestria.
No conjunto de 15 ensaios, encontram-se textos que estão mais voltados à prática do telejornalismo, os que fazem a crítica do modelo de telejornalismo brasileiro e o associam aos fatos históricos e aqueles que abordam os desafios da profissão. Heródoto Barbeiro, Jorge Pontual, Luís Nachbin e Ernesto Rodrigues, entre outros, escrevem sobre as diversas funções que podem ser atribuídas ao jornalista de TV: ser âncora, correspondente internacional, videojornalista, produtor, repórter de rua, editor de imagens, produtor de telejornal local etc.
O tom crítico ao telejornalismo brasileiro é mais evidente nos verdadeiros depoimentos históricos com que nos brindam Carlos Amorim e Octavio Tostes, que já ocuparam posições de destaque nas principais redes de TV brasileiras.
Os desafios impostos ao jornalismo na atualidade estão presentes no texto de Carlos Castilho, que escreve sobre webjornalismo a partir do fenômeno de explosão dos blogs de informação, no ensaio de Roberto Wertman, que oferece um painel sobre o processo de implantação do sistema de TV digital, enquanto Patrícia Maurício discute a importante questão do controle legal sobre o conteúdo dos programas jornalísticos televisivos.
Sobre os autores
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Ernesto Rodrigues, 51 anos, formou-se em Jornalismo pela PUC de Belo Horizonte, em 1977. Trabalhou como repórter do jornal O Globo nas editorias de Política e Cidade, e na sucursal de Brasília do Jornal do Brasil, cobrindo a Presidência da República e o Congresso Nacional. Foi editor-assistente da revista IstoÉ em São Paulo e editor-assistente da sucursal da revista Veja no Rio. Em 1986, iniciou uma carreira de 14 anos na TV Globo. Foi editor do Jornal da Globo e do Jornal Nacional, diretor de programas do Globo Repórter, chefe da sucursal da TV Globo em Londres, diretor-executivo do Fantástico e chefe de redação da emissora em São Paulo. Dirigiu o primeiro programa da TV brasileira – um Globo Repórter – sobre os mortos e desaparecidos durante a ditadura. Participou, como editor-executivo, da cobertura da Copa do Mundo de 1994, do processo de impeachment do presidente Collor. Foi um dos três repórteres que acompanharam a primeira expedição brasileira à Antártida, em fevereiro de 1983. Publicou, em 2004, Ayrton, o herói revelado, uma biografia do piloto Ayrton Senna. É professor de Jornalismo da PUC-Rio.**
Carlos Amorim é jornalista profissional há 36 anos. Começou, aos 15, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete, na Band e na Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; diretor do Fantástico; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Foi diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular, na Record. Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 94, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado. É autor de CV/PCC – A irmandade do crime. Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba. É professor-convidado dos cursos de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas do Rio e de São Paulo.**
Octavio Tostes, jornalista formado pela UFRJ em 1980. Trabalhou no Rio de Janeiro e em São Paulo em imprensa (O Globo, IstoÉ); TV (Globo, Cultura, STV, Band, Record) e internet (Globo.com, Aol Brasil). Colaborou com a CNN em Atlanta, EUA, e trabalhou na CBS Telenotícias Brasil, em Miami. Foi consultor da Rede Amazônica, afiliada da Globo, e da editora Conteúdo Editorial (SP), especializada em Tecnologia da Informação.**
Carmem Petit, 32 anos, é jornalista formada pela PUC-Rio e, desde 2002, professora das disciplinas de Telejornalismo e Introdução ao Rádio e à TV do Departamento de Comunicação Social. Há quatro anos, coordena o Núcleo de TV do Projeto Comunicar da PUC-Rio, que produz quatro programas para o Canal Universitário do Rio de Janeiro (UTV). Como jornalista, foi editora do Núcleo de Publicações da Casa da Leitura/Fundação Biblioteca Nacional e repórter da TV CNT.**
Heródoto Barbeiro é âncora da CBN/TV Cultura e gerente regional de jornalismo do Sistema Globo de Rádio-SP.**
Luís Nachbin tem 40 anos. Graduou-se em Jornalismo pela PUC-Rio e em Ciências Econômicas pela UFRJ. Tem o título de Mestre em Televisão pela San Francisco State University, na Califórnia, Estados Unidos. Dentre outras atividades, foi correspondente internacional do jornal O Globo, nos Estados Unidos, e repórter da TV Educativa e da Rede Globo de Televisão. Desde janeiro de 1998 Nachbin vem produzindo e dirigindo projetos internacionais de séries de reportagens e documentários para televisão. Nachbin é professor da cadeira de Telejornalismo no Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio. Em 1999, criou a TV PUC-Rio.**
Rafael Freitas é jornalista, radialista e mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi editor de imagens do programa Esporte Espetacular, da TV Globo e hoje é produtor de reportagens da emissora.**
Lilian Saback tem 20 anos de experiência em televisão, rádio, jornal, revista e Comunicação Empresarial. Foi durante dez anos repórter e editora da TV Educativa/RJ, com passagens pela TV Manchete, Tribuna da Imprensa, Rádio Roquete Pinto e Canal Futura. Como colaboradora de revistas femininas da Editora Abril, participou da série de reportagens ‘O Brasil que dá certo’, da revista Claudia, vencedora do Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo 1999. Em Brasília, foi repórter da TV Manchete e editora da TV Brasília. Em 2003, ingressou na Prima Press Assessoria em Comunicação, onde atuou como assessora de imprensa. Em 2004, criou a Neographia Assessoria em Comunicação. Atualmente, leciona no departamento de Comunicação Social da PUC-Rio.**
Lenira Alcure é professora do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio desde 1984. Formada em Letras Clássicas e em Jornalismo pela PUC-Rio, é Master of Sciences, pela Florida State University. Depois de 18 anos, no rádio e na imprensa escrita, foi editora internacional da TV Manchete (1991-1992) e comentarista e editora internacional da TVE (1993-1998).**
Jorge Pontual é correspondente freelancer em Nova York, desde 1998. Contribui para programas da Globo News e telejornais da Rede Globo. De 1970 a 1972, foi copy desk do Jornal do Brasil; de 1972 a 1975, redator do Jornal Internacional da Rede Globo (futuro Jornal da Globo); de 1977 a 1983, redator, editor internacional e chefe da redação do Jornal do Brasil; de 1983 a 1996, editor-chefe do Globo Repórter; de 1996 a 1998, chefe do escritório da Globo em Nova York; de 1998 a 2000, correspondente da revista Época.**
Ricardo Pereira é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e em Economia pela Faculdade Candido Mendes. Trabalhou no SBT e foi de repórter a editor-chefe de Jornalismo na TV Sergipe. Na TV Globo, foi editor do RJTV, editor-chefe do Globo Esporte, editor de esportes do Jornal da Globo e do Jornal Nacional, e editor especial do programa Fantástico, antes de assumir o cargo de editor-chefe do programa Esporte Espetacular. Ricardo Pereira participou da equipe da Globo na Copa do Mundo de 1998 e coordenou a cobertura das Olimpíadas 2000, em Sidney. Foi também professor das cadeiras de edição em TV e Reportagem em TV, nas Faculdades Integradas Hélio Alonso.**
Roberto Wertman é jornalista formado na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ). Iniciou sua carreira em 1994, na TV Globo, onde fez parte de programas especiais como Contagem Regressiva (sobre os 35 anos da TV Globo), 100 anos luz, além de vários Globo Repórter. Trabalhou no escritório da Globo TV International. Foi produtor sênior na Central Globo de Jornalismo. Como assessor de imprensa, foi gerente de atendimento na Companhia de Notícias (CDN). De volta à TV, editou a primeira edição do Big Brother Brasil, mais uma vez na TV Globo. Em 2003, fez a produção internacional do Projeto Ayrton Senna, biografia do piloto brasileiro. Atualmente dedica-se à produção audiovisual como sócio da Ópera Prima Produções Artísticas.**
Carlos Castilho, 62 anos, começou como repórter na extinta agência Asapress. Depois, trabalhou na Rádio Jornal do Brasil, revista Fatos e Fotos, Jornal do Brasil e no jornal Opinião. Foi editor-chefe do Jornal Internacional (futuro Jornal da Globo) da TV Globo, chefe do escritório da emissora em Londres, correspondente da Televisa, do México, editor dos Cadernos do Terceiro Mundo, correspondente do jornal Público, de Portugal, editor internacional do Jornal do Brasil, diretor da agência Inter Press Service e consultor de comunicação da União Européia. Como jornalista free lancer baseado em Florianópolis desde 1996, Carlos Castilho se especializou em jornalismo pela internet e comunicação online. É colaborador permanente do Observatório da Imprensa e do Instituto Fernando Henrique Cardoso.**
Patrícia Maurício é professora da PUC-Rio, mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ (com a dissertação O jornalismo econômico em jornal no Rio de Janeiro), trabalhou como repórter de economia nas redações de O Globo e O Dia, e cobrindo economia e também política na Rádio Jornal do Brasil AM, Rádio MEC e Panorama FM (programa Panorama Brasil). Foi também pauteira no jornalismo da TV Bandeirantes e no primeiro programa de TV sobre meio ambiente no Brasil, Meio Ambiente Urgente (TV Bandeirantes/produtora Azul Vídeo), entre outras atuações na área de Comunicação.***
Apresentação de No próximo bloco…
Ernesto Rodrigues
‘A televisão é, de certa forma, avessa ao pensamento. O fluxo de imagens sem hierarquia, a linguagem que estabelece sua sintaxe pela alternância de sensações, a ausência de silêncios; tudo isso conspira contra o pensar. O que, aliás, é justamente um dos grandes atrativos da televisão, ou seja, sua capacidade de amortecer o pensamento, fazer esquecer, alienar, é um dos principais motivos de sua enorme popularidade’.
Com estas palavras, publicadas na Folha de S. Paulo do dia 24 de julho de 2005, a colunista Bia Abramo arremata um artigo em que critica uma tentativa, para ela frustrada, do programa Fantástico, da TV Globo, de tratar do tema Filosofia. A visão da colunista em relação aos limites de profundidade da televisão, concordemos ou não com ela, é uma espécie de síntese do pensamento que, nas últimas décadas, tem dominado boa parte de nossa intelectualidade e, dentro dela, um grande contingente de jornalistas, teóricos e estudantes de Comunicação.
Os autores deste livro mostram que a televisão, ao contrário do que sugere o pressuposto – e como qualquer outro veículo de comunicação – não nasce com pecado original. Eles demonstram que, a exemplo do que ocorreu ao longo do desenvolvimento da imprensa escrita, hoje sitiada por crises agudas de mercado e de identidade, os fatores determinantes da profundidade, do alcance e da importância histórica e cultural da televisão são, ao menos no que se refere ao jornalismo, a capacidade que os jornalistas tenham de entendê-la e utilizá-la, as condições tecnológicas que adquiram para operá-la, o grau de liberdade que conquistem para explorá-la e a criatividade que ousem ter para transformá-la.
Carlos Amorim, autor do capítulo ‘Travessias e travessuras de uma indústria caótica’, viveu este desafio. Estava nos switchers ou nas salas de comando das principais redes de TV brasileiras em muitos momentos decisivos da história recente do país e do mundo. Seu relato é uma emocionante e envolvente reconstituição de como o telejornalismo brasileiro avançou ou recuou, na hora de informar, nos últimos 20 anos. Em ‘De volta para o futuro’, Octavio Tostes faz uma viagem pela história do telejornalismo brasileiro e mostra o que fizeram os pioneiros e os renovadores do jornalismo de TV no país . É um retrospecto desde os tempos da TV Tupi até o início de um século no qual a tecnologia, a ciência e a globalização transformam profundamente o papel, as técnicas e a linguagem dos jornalistas da chamada mídia eletrônica.
Como egresso da imprensa escrita, procuro mostrar, no capítulo ‘Da pauta ao switcher‘, que, na televisão, o jornalista aprende que o texto é, sim, um companheiro inseparável da imagem, mas obrigatoriamente discreto, contido, enxuto, coadjuvante e, de certo modo, imperceptível. E que telejornalismo diário seria inviável, não fossem o trabalho anônimo dos produtores, a parceria obrigatória do repórter com o cinegrafista e o compromisso dos editores com o tempo e a hierarquização da notícia.
Telejornalismo local
Em ‘Vida de repórter’, Carmem Petit mostra como é a tumultuada cobertura da televisão da vida real, nas ruas, aponta os erros jornalísticos e as responsabilidades éticas específicas às quais uma equipe de TV costuma ficar exposta, alerta sobre o perigo de o telejornalismo ser refém de fontes oficiais, descreve os equívocos do chamado ‘repórter de manual’ que ‘embrulha e manda’ e dá dicas para um bom texto na TV.
Em ‘Ancoragem’, Heródoto Barbeiro decreta o fim do mito do improviso e da verborragia, além de questionar o atual conceito brasileiro de ancoragem, lamentando o estrelismo que tende a se espalhar na categoria. Heródoto também defende a importância da naturalidade na apresentação e dá dicas importantes sobre o trabalho em equipe e a operação ao vivo.
No capítulo ‘O vôo solo do videojornalismo’, Luís Nachbin mergulha no mundo do chamado repórter-abelha (o profissional que opera a câmera e também faz entrevistas) seus desafios, vantagens e limites. Nachbin também faz um alerta sobre os exageros inspirados por este modelo de telejornalismo que busca preservar a espontaneidade com o máximo de qualidade audiovisual e um mínimo de peso. Ele se posiciona na polêmica sobre se o repórter-abelha é sinônimo de encolhimento ou expansão da atividade e mostra como o mercado ainda é arredio e mal-informado sobre o videojornalismo. O autor aponta a multifuncionalidade como requisito fundamental deste modelo de trabalho. E destaca a irreversibilidade das mudanças tecnológicas introduzidas na televisão.
Em ‘Quem fica para contar a história?’, Rafael Freitas entra no debate sobre a extinção e a aglutinação de funções na edição em telejornalismo. Ele também faz um histórico das origens técnicas da função de editor de imagem, desde o tempo dos ‘apertadores de botão supervisionados por editores de texto’ até a evolução tecnológica dos dias atuais e a conseqüente multiplicação do instrumental colocado à disposição dos jornalistas. Ao mesmo tempo em que prevê o fim iminente do chamado ‘editor de corte seco’, Rafael traça o novo perfil da função e das perspectivas que a era digital e a convergência tecnológica abrem para a profissão.
Lílian Saback, autora do capítulo ‘Telejornalismo local’, trata dos desafios da cobertura jornalística nas grandes cidades e, sem esquecer as lições do improviso, demonstra a necessidade absoluta de investimento e estrutura para que ela seja eficiente. Com o exemplo da cobertura da cidade do Rio de Janeiro, Lílian aborda os grandes desafios e necessidades do telejornalismo local em qualquer parte do mundo.
Incidentes fabricados
Em ‘Editoria internacional: o mundo e nós na TV’, Lenira Alcure mostra como as redes de TV são, de certo modo, reféns das agências de notícias e de seu ‘olhar de Primeiro Mundo’. Ela defende, por este motivo, a necessidade de o jornalista enfrentar com determinação o desafio de buscar relevância e proporção em meio à oferta colossal de conteúdo da área internacional. Lenira também descreve o perfil, a rotina e o bê-á-bá da função de editor de internacional no telejornalismo e analisa o papel dos chamados ‘correspondentes três em um’ – aqueles jornalistas que entrevistam, operam a câmera e editam o material a ser gerado do exterior.
Jorge Pontual, em ‘O correspondente’, mostra que correspondência internacional, nos dias de hoje, é uma atividade completamente diferente daquela que, no passado, inspirou e realizou os sonhos profissionais de muitos jornalistas. No caso dos brasileiros, significa encarar muitas dificuldades e descobrir que, além de nos ignorar, não nos levam muito a sério no exterior. Ainda assim, Pontual deixa claro que a busca de um olhar brasileiro sobre o mundo continua sendo uma aventura jornalística que nenhuma agência de notícias vai substituir.
No capítulo ‘O esporte na televisão’, Ricardo Pereira explica como se faz e se refaz um programa jornalístico esportivo em tempo real, ao vivo. Ele também descreve como se dá o planejamento da transmissão dos grandes eventos esportivos, revela o que acontece nos bastidores do trabalho da TV nas Copas e Jogos Olímpicos, lembra os caprichos do fuso horário e faz uma rica radiografia da cobertura do futebol pela TV no Brasil. Trata ainda do desafio profissional e ético enfrentado pelos jornalistas de esporte quando eles estão na fronteira entre merchandising e o compromisso com a qualidade do conteúdo.
Roberto Wertman, em ‘TV digital’, mostra que esta novidade é muito mais do que um sinônimo de qualidade maior de imagem na tela. Seu impacto no mercado da comunicação e na profissão de jornalista é tão grande quanto o da convergência tecnológica. Roberto alerta que o Brasil, mais uma vez, corre o risco de pagar um alto preço não apenas por chegar atrasado a esta tecnologia, mas também pela indecisão sobre o sistema de TV digital que vai adotar.
Em ‘Webjornalismo: o que é notícia no mundo on-line’, Carlos Castilho nos ajuda a entender e assimilar o impacto da Internet nas redações, fazendo um detalhado retrospecto das experiências pioneiras de jornalismo na rede, das novas linguagens e dos novos papéis dos profissionais da área. Castilho aborda e explica o nanojornalismo, a sociedade da reputação e a convergência, entre outros conceitos que estão mudando radicalmente as perspectivas e o futuro da profissão.
E Patrícia Maurício, em ‘Controle social do telejornalismo’, nos dá uma visão detalhada da munição jurídica armazenada silenciosamente e pronta para ser usada para intimidar ou inviabilizar o bom jornalismo. Ela também descreve a experiência britânica de controle social do telejornalismo e as regras de conduta dos jornalistas ingleses diante de desafios éticos como a cobertura de tragédias, o trato com criminosos e os incidentes fabricados pela presença da câmera. O capítulo também mostra o que dizem a Constituição, o Código Civil Brasileiro, as leis relacionadas aos chamados delitos de opinião e o resto do arsenal jurídico ‘adormecido’. Patrícia trata ainda da experiência inédita do ombudsman da TV Cultura de São Paulo e da campanha dos jornalistas contra a baixaria.