A comunicação corporativa vive um momento privilegiado no Brasil. Chegamos ao fim da primeira década deste novo Século no limiar de termos a nossa atividade efetivamente reconhecida e valorizada nas organizações.
Podemos, e devemos atribuir esse reconhecimento, ainda que tardio, aos profissionais que atuam em nosso mercado e, especialmente, àqueles que se dedicam a também produzir, sistematizar e compartilhar conhecimentos, como os autores desta obra, uma contribuição enriquecedora para o desenvolvimento e a promoção da atividade de comunicação empresarial.
Não custa lembrar que o mercado brasileiro de comunicação é jovem, se comparado a países como os Estados Unidos e o Reino Unido, onde já existem agências de relações públicas centenárias.
Entre nós, a forte regulação da economia ao longo do Século XX e os sucessivos regimes autoritários comprometeram o desenvolvimento da cidadania. E sem democracia e imprensa livre, as necessidades de comunicação nas organizações, públicas ou privadas, eram pequenas e invariavelmente focadas em promoção e vendas.
Nas últimas duas décadas tudo se transformou. Abertura econômica, democracia e imprensa livre obrigaram empresas, ONGs e governos a saírem do silêncio cômodo. Hoje, é preciso organizar informações e promover constante relacionamento com todos os públicos estratégicos de uma organização.
E se o (re)começo de tudo foi o serviço de relações com a mídia, a complexidade crescente de nossa sociedade exige um competente planejamento estratégico de comunicação e o uso de múltiplas ferramentas para falar com públicos cada vez mais segmentados.
E estamos falando de um público que tem mais acesso a informação, maior capacidade de comparar números, selecionar conteúdos, exigir, cobrar, disseminar informações, criar comunidades por interesses específicos, ameaçar reputações com um simples clic do mouse.
Para navegar por esse ambiente complexo, as empresas precisam da comunicação corporativa. E precisam saber o que faz e quem faz a comunicação empresarial.
Em “Comunicação Empresarial, transformações e tendências” temos um elenco de pesquisadores e profissionais de comunicação dedicados a mostrar que o mercado de comunicação corporativa no Brasil tem inteligência e estratégia de alta qualidade.
Somos um mercado jovem, mas que atinge neste momento maturidade que o coloca em linha com as principais práticas internacionais de comunicação empresarial.
Agências e empresas brasileiras se destacam por boas práticas, reconhecidas internacionalmente em redes de negócios e associações mundiais de relações públicas e comunicação corporativa, nas quais integrantes brasileiros apresentam cases de sucesso.
No momento em que o Brasil ganha relevo no cenário internacional, tornando-se um país protagonista dos grandes acordos internacionais, e às vésperas de sediarmos grandes eventos mundiais, a reflexão sobre o trabalho de comunicação corporativa ganha ainda maior importância para nortear os trabalhos de profissionais em todo o país.
Nas páginas a seguir encontraremos alguns dos temas que hoje mobilizam os profissionais e as empresas do setor, cada vez mais ligadas em questões como a comunicação em novas mídias, a sustentabilidade, a comunicação interna, a governança corporativa, o futuro da mídia.
Desejamos a todos uma ótima leitura.
Resumo do livro
Comunicação Empresarial: transformações e tendênciasexpõe as mudanças constantes proporcionadas hoje pelos meios de comunicação, mostrando diferentes matizes do vínculo indivíduo-organização e como se dá essa dinâmica através das mídias e redes sociais, que geram milhares de influenciadores e multiplicadores. Expressões como “wikinomics”, “betaconsumidores” e “crowdsourcing” apontam na direção da inteligência colaborativa dos grupos, que, em busca de ideias renovadoras, adotam posturas de maior transparência e também rigor no acompanhamento das práticas empresariais e no combate aos desvios de conduta. Ao desenvolverem o pensamento sistêmico, o planejamento estratégico e programas de prevenção e de gestão de crise, organizações consolidam conscientemente novos relacionamentos com públicos e promovem atuações preventivas ou rápidas intervenções restauradoras. Assim, amplia-se o poder das empresas como instituições, estimulando que temas importantes da convivência coletiva sejam tratados a partir da linguagem empresarial. Este livro também mostra que, no processo atual de acentuada concorrência, a decisão da empresa de se comunicar bem com todos os setores é política imprescindível para a sua sobrevivência e deve ser assumida por quem a conduz.
Autores
Aluizio Trinta, Boanerges Lopes, Carlos Chaparro, Carlos Pernisa Júnior, Gustavo Gomes de Matos, Iara Marques do Nascimento, Jorge Duarte, José Benedito Pinho, , Judson Nascimento, Luiz Felipe Ferreira Stevanim, Marcia Yukiko Matsuuchi, Márcio de Oliveira Guerra, Paulo Roberto Figueira Leal, Simone Barros, Walace Nolasco e Wilson da Costa Bueno.