Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Assassinato de publisher ameaça unificação

Andy Hadjicostis, diretor do grupo editorial Dias, foi morto a tiros na segunda-feira (11/1) quando saía do carro em frente a sua casa, no Chipre. O incidente reflete o cenário de insegurança sob o qual vive a ilha e pode significar um retrocesso nos esforços para reunificar o país. Segundo o porta-voz da polícia, Michalis Kastounotos, a vítima recebeu dois tiros – um nas costas e outro no peito. O atirador fugiu em uma moto.


Hadjicostis era muito querido pela comunidade grega, maioria na ilha, sendo considerado uma estrela em ascensão após ter assumido o império de mídia fundado pelo seu pai – que inclui a emissora de TV Sigma, o diário conservador Simerini, uma emissora de rádio popular e diversas revistas. Ele era uma voz crítica aos planos para um acordo a fim de reunificar a ilha, rejeitado pelos gregos em um referendo em 2004. Em 2008, as negociações recomeçaram e estavam em andamento.


Divisão


O Chipre está dividido desde 1974, quando foi invadido pela Turquia em represália a um plano dos nacionalistas que apoiam a união com a Grécia. A parte grega da ilha juntou-se à União Europeia há seis anos. O presidente greco-cipriota, Dimitris Christofias, interrompeu as reuniões de negociação para a reunificação a fim de visitar a família de Hadjicostis. ‘A polícia irá usar de todos os recursos para resolver este crime terrível’, declarou.


O Simerini sugeriu que o assassinato de Hadjicostis esteja relacionado ao roubo do corpo do ex-presidente Tassos Papadopoulos de seu túmulo, no mês passado. Papadopoulos era visto pelos nacionalistas gregos como um símbolo de resistência aos acordos de paz. ‘Algumas pessoas não querem que este lugar se acalme. Não querem cidadãos vivendo em condições de segurança e paz’, declarou o jornal em editorial. Informações da AP [12/1/10].