Advogados de um importante clérigo do Iêmen pediram em um tribunal a condenação de pena de morte a Mohammed al-Asadi, editor do jornal Yemen Observer, pela publicação de algumas das polêmicas caricaturas dinamarquesas do profeta Maomé. O Yemen Observer publicou, no início de fevereiro, cópias pequenas de alguns dos cartuns, mas cobriu partes das imagens com uma cruz preta para expressar que desaprovava os desenhos. Em dois artigos, o jornal condenou os cartuns e noticiou as reações de protesto na comunidade muçulmana.
Ainda assim, al-Asadi foi processado pelo Estado e pelo clérigo Abdulmajid al-Zindani – que já foi acusado pelos EUA de apoiar atividades terroristas. Na audiência de quarta-feira (8/3), 21 advogados representantes de al-Zindani pediram a pena de morte ao editor. Eles argumentaram que o profeta Maomé aprovou a morte de uma mulher que o insultou, e que al-Asadi deveria sofrer a mesma punição. Os advogados pediram também que o jornal fosse fechado e tivesse seus bens confiscados. O juiz, por sua vez, afirmou que ainda faltavam argumentos para o time de advogados, e disse à acusação que implementasse seu caso.
O procurador do Estado pediu a sentença máxima, mas não especificou se o editor deveria ser julgado sob a lei criminal, que permite a pena de morte, ou sob a lei de imprensa, onde a punição máxima é de um ano de prisão. O julgamento, que foi acompanhado por representantes da Anistia Internacional, será retomado em 22/3.
Editores de dois outros jornais do Iêmen que publicaram os cartuns, al-Ra´i al-Am e al-Huriya, também foram acusados de ofender o Islã. Seus julgamentos ainda não foram iniciados. Informações de Maamoun Youssef [Associated Press, 9/3/06].