Um comitê do Partido Conservador britânico apresentou um projeto com mudanças radicais que propõe fazer na estrutura da BBC, como noticia The Guardian [24/2/04]. Segundo os conservadores, o sistema atual, pelo qual os cidadãos pagam uma taxa anual de 130 libras (cerca de R$ 700) para financiar a emissora pública, deixa-a atrelada às vontades do governo. A idéia seria criar canais de assinatura voluntária em sistema digital e diminuir gradativamente o preço da taxa atual. Assim, quando toda a população tivesse migrado para TV digital, a BBC estaria se sustentando com as assinaturas. A administração da companhia deixaria de ser feita pelo conselho atual, passando a ser executada pela autoridade reguladora de comunicações britânica, Ofcom. Finalmente, a programação seria produzida da mesma maneira que ocorre atualmente no Channel 4 – toda por produtoras terceirizadas. Para garantir que continuem sendo feitos programas de utilidade pública, seria criado um fundo com dinheiro de impostos a que os canais privados também poderiam recorrer. Uma nova autoridade de mídia regularia esse fundo, deixando-o independente do governo.
Grupo quer lançar novo jornal britânico
A imprensa britânica, abarrotada de tablóides e jornais pomposos, parecia saturada demais para aceitar a entrada de mais um jornal no mercado. No entanto, um pequeno grupo de jornalistas está à procura de US$ 29 milhões para iniciar um novo jornal, The World. O público-alvo seria de intelectuais e leitores sérios, nicho ocupado na França pelo homônimo Le Monde. A intenção é quebrar a tendência de toda a imprensa britânica de tentar aumentar a circulação publicando notícias de celebridades. Segundo Vicky Unwin, que seria a diretora administrativa do World, jornais de prestígio como The Times of London, The Independent e The Guardian sucumbiram à tentação das celebridades. O jornal, que deve ter formato tablóide, propõe circulação inicial de 100 mil exemplares (o Daily Telegraph tem 900 mil) e concorrerá com pelo menos 10 grandes diários londrinos. Informações de Alan Cowell [The New York Times, 23/2/04].