Thursday, 28 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Décadas de existência, credibilidade e admiração

[do release da editora]

‘A leitura dos jornais pela manhã é a oração do homem moderno.’ A frase do filósofo alemão W.F. Hegel já tem dois séculos, mas continua a ser representativa da importância decisiva da imprensa na transformação do mundo. E, entre tantas publicações, alguns poucos jornais conseguiram chegar ao topo daquele que ficou conhecido como o ‘quarto poder’.

O livro Os Melhores Jornais do Mundo – Uma visão da imprensa internacional, que chega às livrarias pela Editora Globo, conta essas histórias de sucesso. Ele foi escrito por um dos mais respeitados jornalistas da área econômica, Matías M. Molina, espanhol radicado no Brasil. Molina influenciou gerações de novos profissionais, que hoje representam a elite da comunicação sobre mercado e finanças. A obra surgiu de uma série de reportagens especiais publicadas pelo autor no jornal Valor Econômico em 2005 e 2006.

Os jornais analisados são verdadeiras instituições, com décadas de existência nas quais conquistaram a credibilidade e a admiração dos leitores – e diante dos quais os governos dos países mais avançados e democráticos têm que prestar contas de suas decisões.

Os ‘grandes’ estrangeiros

A obra começa com os jornais franceses, com sua grande tradição em coberturas e reportagens profundas que influenciam o jogo da política internacional: Le Monde e Le Figaro. Seguem os norte-americanos: o de maior repercussão mundial, The New York Times; e o conterrâneo econômico, The Wall Street Journal. Há ainda nesse capítulo o veículo da capital do país mais poderoso do mundo, The Washingnton Post, e o jovem e vibrante Los Angeles Times.

Da Espanha, o representante é El País, decisivo na redemocratização após o longo período franquista. No entanto, a nação onde a leitura dos jornais foi desde seu início um hábito popular é a Inglaterra, de onde são o Financial Times, The Guardian e The Times.

O italiano Corriere della Sera, relativamente mais novo, conquistou um lugar importante na imprensa da União Européia, que também é dividida com os periódicos da Alemanha Frankfurter Allgemeine Zeitung e Süddeutsche Zeitung.

A Suíça, com sua longa tradição em abordar as principais questões políticas da Europa a partir do princípio da neutralidade, oferece o Neue Zürcher Zeitung. No Canadá, o mais influente jornal, analisado no livro, é The Globe and Mail.

Reflexão sobre o futuro

Finalmente, Molina descreve dois jornais japoneses, aos quais naturalmente o público brasileiro tem pouco acesso, mas que fazem parte desse rol das grandes publicações: Asahi Simbun e Nihon Keizai Shimbun.

Nessa obra, não estão os diários do Brasil e da América Latina. Mas, para quem sentiu falta, fica a expectativa: o autor tem o projeto de fazer um novo volume abordando o continente.

O livro não se limita ao passado e à história. Apresenta ao leitor, de maneira crítica e inteligente, os principais desafios do jornalismo contemporâneo e as perspectivas da imprensa a partir das novas realidades da mídia de nosso tempo.

Entender como se originaram essas publicações, as transformações pelas quais passaram e seus desafios futuros, é componente para entender o desenvolvimento de toda a sociedade. A instituição de uma imprensa livre e atuante é indispensável para a estabilização da democracia, que foi alcançada de maneira definitiva por cada um daqueles países.

Se há o consenso de que a mídia joga um papel decisivo na vida dos cidadãos, Matías M. Molina se debruça, com seu talento de jornalista, sobre os veículos de comunicação mais importantes do mundo para oferecer ao leitor a oportunidade de refletir sobre o futuro da grande imprensa. Veículos que, afinal, são as balizas das sociedades mais avançadas, desde os tempos de Hegel.

Sobre o autor

Matías M. Molina chegou ao Brasil, vindo da Espanha, com 17 anos de idade, em 1955. Estudou história na Universidade de São Paulo, mas sempre atuou como jornalista. Foi redator da revista de negócios Direção e da Folha de S. Paulo. Passou, em 1965, a editar as revistas técnicas da Abril, onde também foi o primeiro editor da Exame. Em 1973 retornou à Folha para trabalhar no projeto de renovação do jornal empreendido por Cláudio Abramo. Passou, algum tempo depois, para a Gazeta Mercantil, da qual foi correspondente em Londres. Entre 2005 e 2006 publicou no Valor Econômico a série de reportagens especiais que são o embrião desse livro.