As regras estão dadas. Definido o Regimento Interno da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, é hora de os movimentos sociais reforçarem aquilo que sabem fazer. Mobilizar.
Com a demarcação do tema ‘Comunicação: meios para construção de direitos e de cidadania na era digital’, a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) teve o seu regimento interno aprovado nesta terça-feira (01/9) pela Comissão Organizadora Nacional reunida em Brasília e publicado no Diário Oficial da União da última quinta-feira (03). Na quarta-feira (02/9), a CON se reuniu novamente no Ministério das Comunicações para debater os eixos temáticos e a metodologia da Conferência.
A coordenadora da Fenajufe Sheila Tinoco, representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) na CON, relata que o Fórum e a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), representada por seu coordenador executivo José Sóter, apresentaram na reunião de quarta-feira as propostas de metodologia e eixos temáticos aprovados pelos militantes sociais durante plenária nacional da Comissão Nacional Pró-Conferência, com as comissões estaduais, realizada no dia 29 de maio em Brasília. De acordo com Sheila, as entidades do setor empresarial não apresentaram propostas e os debates foram em torno do que havia sido pautado pelo movimento social.
‘Vamos para a rua’
A escolha dos temas sensíveis gerou polêmica. Ao final, foi aprovado o quorum qualificado de 60% para votar essas questões, com pelo menos um voto de cada segmento. Para decidir quais serão os temas sensíveis, será necessário o quorum de 50% mais um em cada segmento. ‘Para transformar uma questão em sensível, que vá para um quorum de 60%, todos os segmentos têm que passar dos 50%. Pode ser que acabem brecando todas as questões sensíveis e, ao final, não haja nenhuma. Aí, é 50% mais um’, explica o coordenador-geral do FNDC, Celso Schröder.
O número de delegados aprovados ficou em 1.539. A realização das etapas estaduais será até o dia 8 de novembro – as preparatórias devem acontecer até 20 dias antes da data do evento estadual. Cabe ao Poder Executivo convocar a conferência estadual até o dia 15 de setembro. Se isto não ocorrer, a convocação poderá ser feita até 20 de setembro pelo Legislativo local. A convocação ainda poderá ser feita pela comissão organizadora. Eventualmente, o ministro das Comunicações poderá indicar representantes dos três segmentos de estados que não tenham conseguido eleger delegados para a conferência.
‘Tivemos alguns ganhos. Alguns pontos que para nós serão importantes vão ser definidos em resolução posterior’, avalia Sheila. Na próxima semana, serão definidos temário e metodologia.
‘Essa conferência é o que nós conseguimos e vamos defendê-la. Quem não a quer, a está sabotando. O regimento viabiliza uma conferência minimamente democrática, mas isto desde que a gente se articule, mobilize. Agora é papel dos movimentos sociais fazerem aquilo que eles sabem fazer. Vamos para a rua’, reforça Schröder.
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Da Redação FNDC