O serviço de notícias online da BBC foi repreendido por diretores da companhia por uma matéria sobre o conflito entre árabes e israelenses. Publicada no sítio no ano passado, ela estava incluída em uma retrospectiva dos eventos na região e continha informações tendenciosas de uma resolução de 1967 da ONU sobre o cessar-fogo da Guerra dos Seis Dias entre Israel e a coalizão formada pelo Egito, Jordânia e Síria, como noticia Ben Dowell [The Guardian, 8/3/06].
A matéria sugeria que a ONU havia pedido a retirada unilateral de Israel dos territórios ocupados durante a Guerra dos Seis Dias, quando na verdade a organização pediu uma negociação de um acordo de ‘terra em troca de paz’ entre Israel e ‘cada Estado naquela área’. ‘O comitê considerou que, por selecionar apenas referências de Israel, o artigo online não ofereceu reflexões precisas sobre o acontecimento e forneceu uma noção tendenciosa do caso, o que viola padrões editoriais em relação à exatidão e imparcialidade’, afirmava o relatório dos diretores da BBC.
O parecer vem em um momento em que a cobertura da BBC sobre os eventos no Oriente Médio sofre um monitoramento minucioso constante, a pedido de grupos pró-Israel que afirmam que matérias da empresa são tendenciosas contra eles. Em outubro do ano passado, o conselho de diretores da BBC indicou um comitê independente para examinar a cobertura da empresa sobre o conflito, liderado por Sir Quentin Thomas, presidente da Comissão Britânica de Classificação de Filmes (British Board of Film Classification – BBFC). Os resultados da averiguação do comitê devem ser divulgados nas próximas semanas, de acordo com uma porta-voz da companhia.