Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Eleições presidenciais e cobertura política

Em sua coluna de domingo [11/11/07], a ombudsman do Washington Post, Deborah Howell, tratou da cobertura política na imprensa americana. Com as eleições presidenciais marcadas para o ano que vem, os leitores procuram obter notícias na grande mídia para conhecer melhor os candidatos. Uma crítica comum é que a cobertura costuma focar mais na disputa em si do que nos perfis e históricos dos pré-candidatos.


Esta questão foi avaliada em um estudo divulgado no dia 29/10 pelo Project for Excellence in Journalism (PEJ) em parceria com o Joan Shorenstein Center on the Press, Politics and Public Policy, de Harvard. Com base na análise da cobertura dos cinco primeiros meses de 2007, a pesquisa concluiu que a mídia ‘ofereceu aos americanos poucas informações sobre os candidatos ou o que eles fariam caso eleitos’. Apenas 15% das matérias focaram nas propostas políticas; 17% abordaram seus históricos e 63% foram dedicadas aos aspectos táticos da campanha.


Defesa


A pesquisa não citou nenhum veículo em especial. O editor-executivo do Post, Leonard Downie Jr, não acredita que as conclusões se apliquem necessariamente ao diário, pois as matérias avaliadas foram escolhidas de forma aleatória. Na opinião dele, a cobertura da campanha em si não foi excessiva.


Para o diretor do PEJ, Tom Rosenstiel, a cobertura das estratégias de campanha prevalece sobre a biografia dos candidatos porque os repórteres precisam de notícias diárias e as fontes mais acessíveis costumam ser estrategistas de campanhas e especialistas em política. Bill Hamilton, editor-assistente da seção de política do Post, defende-se e diz que o diário também ofereceu uma cobertura extensa dos históricos dos candidatos. A fim de monitorar a cobertura do Post, Deborah planeja publicar relatórios periódicos em sua coluna.