Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Imprensa alternativa guerrilheira

[do release da editora]

Num momento em que o tema censura volta a se tornar atual – com a proposta de criação de um Conselho Federal de Jornalismo – e em que também vem à tona o triste assassinato de Vladimir Herzog, provocando furor nos meios militares, é oportuno o lançamento de Jornalismo de Guerrilha – A imprensa alternativa brasileira da ditadura à internet, do jornalista Rivaldo Chinem, que está chegando às livrarias pela Disal Editora.

O livro é uma grande reportagem sobre um momento muito particular de nossa história recente (1964-1985), em que a chamada ‘imprensa alternativa’ ou ‘nanica’ desempenhou papel fundamental, tanto como meio de informação sobre o que de fato ocorria no país – cuja divulgação a ditadura procurava abafar a ferro e fogo –, quanto como forma de contestação a essa mesma ditadura. Seu autor narra os fatos da perspectiva privilegiada de quem deles participou, pois foi ele mesmo um dos atores desse enredo épico.

Jornalismo de Guerrilha apresenta um panorama sintético e abrangente da história de cerca de 300 periódicos que nasceram e morreram entre 1964 e 1980, e se caracterizaram pela oposição intransigente ao regime militar, denunciando a tortura e a violação dos direitos humanos e criticando o modelo econômico. Tendo como ponto de partida o furor dos censores e o assassinato de Herzog, conta também a história dos jornalistas que se encarregavam de fazer essas publicações – o que, muitas vezes, incluía desde a pauta e elaboração de reportagens até a distribuição em bancas e em esquemas improvisados nas periferias das grandes cidades do país.

A obra se detém com mais vagar em três dos veículos alternativos que, inquestionavelmente, se destacaram nos ‘anos de chumbo’, assumindo o papel de tribunas livres e independentes, pelas quais a sociedade brasileira conseguia se expressar, malgrado o regime, e que mudaram definitivamente a cara do jornalismo brasileiro: O Pasquim, Opinião e Movimento. Além disso, em seu capítulo final, faz reflexão original e atualíssima sobre como o espírito do ‘fazer algo alternativo’ continua vigorando em nossos dias de internet e de notícia em tempo real.

O jornalista Rivaldo Chinem foi repórter da Folha, do Estadão e da Veja e dirigiu o jornalismo da TV Gazeta e da Rádio Tupi. Na Rádio Bandeirantes, com Paulo Nassar, apresentou o programa Imprensa e Comunicação em Debate. Foi ainda um dos jornalistas que enfrentaram a ditadura na ‘imprensa nanica’, tendo trabalhado no Repórter, no Versus e em O São Paulo – o então combativo jornal da Cúria Metropolitana paulista –, além de colaborar em Opinião e Movimento.

Informações

MGA Comunicações – Telefone: (11) 3285-5858; e-mail: mgacomunica@terra.com.br