O juiz Lorenzo Medina alegou que calúnia e difamação não são crimes na Cidade do México e retirou, no final do ano passado, as acusações de difamação contra a jornalista Lydia Cacho, que publicou denúncias sobre ligações entre um grupo de ricos empresários do estado de Puebla e uma rede de pedofilia no livro Demônios do Éden. A decisão do juiz foi divulgada somente na semana passada, quando Medina declarou que Lydia estava em ‘liberdade absoluta’. Um dos empresários citados no livro, Kamel Nacif Borge, tinha aberto acusações criminais contra a jornalista.
Em dezembro de 2005, Lydia foi presa em Cancún e levada de carro até Puebla, onde ficou cerca de 30 horas na prisão antes de ser libertada sob fiança. Em fevereiro do ano passado, foram divulgadas conversas telefônicas entre Borge e o governador de Puebla, Mario Marin, nas quais ambos estariam planejando a prisão de Lydia.
O caso foi transferido de Puebla para a Cidade do México pela Suprema Corte do México, que determinou que a jornalista não teria um julgamento justo no estado. O caso de Lydia tornou-se conhecido em todo o mundo por organizações internacionais de mídia, que argumentaram que as acusações criminais eram tentativas de intimidá-la. Informações da Editor & Publisher [4/1/07].