Numa pequena cidade do interior paulista, Jumirim, 2.800 habitantes, 56,6 km2, antigo distrito de Tietê, dezenas de assaltantes que chegaram fortemente armados em quatro Kombis assaltaram no domingo (6/11) o caixa eletrônico da agência do Banco do Brasil. A PM estava lá – soubera da iminência do assalto por meio de uma interceptação telefônica na sexta-feira −, mas ficou em desvantagem e não conseguiu deter os assaltantes.
Um investigador de polícia de Tietê que quis parar os bandidos, José Maria de Oliveira Silva, foi morto. A agência foi destruída com bombas. Casas vizinhas ficaram danificadas. A Caixa Econômica Federal foi assaltada sete vezes até desistir de ter uma agência local.
Após o assalto, um dos suspeitos foi morto e outro, baleado. As buscas continuaram na região durante a segunda-feira, com a ajuda de helicópteros. Cinco outros suspeitos haviam sido presos até a manhã de terça-feira (8).
Três dias de medo
Os habitantes de Jumirim passaram o dia inteiro de sábado sem sair de casa, na expectativa da invasão. Ficaram sem telefonia fixa e móvel entre sábado e segunda-feira. Dias de muita tensão e medo.
O Estado de S. Paulo deu a notícia na edição de segunda-feira em nota de 65 palavras, título incluído. Apenas mais um assalto a caixa eletrônico. A Folha não noticiou. Os jornais da região deram cobertura ampla. Ver, por exemplo, a do Diário de Sorocaba.
Jumirim começou a ser alvo costumeiro de bandidos que assaltam residências há cinco anos. O fenômeno atinge uma região da qual as cidades mais importantes são Sorocaba, Piracicaba, Itu e Tietê.
Violência migra
Se os paulistanos não tivessem muitos parentes no interior, e se não fossem frequentes as viagens em todo o território paulista, poucos na capital teriam ideia do que é o aumento da violência em lugares antes tranquilos.
O PCC tem aparecido pouco na cidade de São Paulo, mas ampliou seu raio de ação de uma maneira tentacular no território estadual. Notar entretanto que há participação de gangues de policiais militares em assaltos a caixas eletrônicos.
Se os jornais mais importantes já tivessem conseguido canalizar a colaboração de usuários de internet para enriquecer o noticiário em seus portais, esse panorama hoje poderia ser diferente.