O novo longa hollywoodiano 300 de Esparta – que reconta a batalha de Termópilas, entre 300 dos melhores guerreiros de Esparta liderados pelo rei Leônidas e o gigantesco exército do imperador persa Xerxes, no ano 480 a.C. – recebeu duras críticas do Irã, que classificou o filme como um ‘comportamento hostil, resultado de uma guerra psicológica e cultural’. Em um momento no qual o país é criticado pelas nações ocidentais por conta de seus planos nucleares, iranianos fãs de cinema acreditam que 300 seja um esforço ocidental para difamar o país através da história.
Políticos e blogueiros iranianos disseram estar ofendidos com o modo como seus ancestrais foram expostos no longa. O porta-voz do governo, Gholamhossein Elham, afirmou que 300 é um insulto contra o Irã, onde o primeiro império persa surgiu para se tornar o mais poderoso do mundo no século VI a.C., antes de ser conquistado por Alexandre, o Grande, dois séculos depois. Quatro deputados pediram aos ministros do Exterior, Manouchehr Mottaki, e da Cultura e Orientação Islâmica, Mohammad Hossein Saffar-Harandi, que façam campanha para que outros países muçulmanos não exibam ‘este filme hollywoodiano anti-iraniano’.
Imagem distorcida
Uma petição contra o filme, afirmando que ele passa uma imagem ‘fraudulenta e distorcida’, circula na rede. ‘É um fato provado academicamente que o Império Persa no ano 480 a.C. era o império mais poderoso e civilizado do mundo’, diz o documento. Historiadores ocidentais geralmente alegam que a batalha foi o maior conflito entre o Oriente e as antigas cidades gregas, vistas como berço dos valores ocidentais.
Em contraste às reações furiosas no Irã, nos três primeiros dias de exibição nos EUA, 300 arrecadou US$ 70 milhões em ingressos. O filme, baseado na graphic novel de Frank Miller, conta com uma participação brasileira: o ator Rodrigo Santoro, que interpreta o imperador persa Xerxes. Informações de Fredrik Dahl [Reuters, 13/3/07].