Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Janaína Leite


‘A BrT (Brasil Telecom) anunciou ontem que até o final do ano vai lançar um serviço de telefonia por meio da internet (VoIP, tecnologia de voz sobre IP) para seus assinantes residenciais. A empresa será a primeira operadora de telefonia fixa do país a ofertar esse tipo de produto para o cliente final. O anúncio foi feito pelo presidente da BrT, Ricardo Knopfelmacher, durante sua participação no Futurecom, em Florianópolis.


Ricardo K., como é conhecido o executivo, adiantou ainda que a BrT venderá celulares a R$ 99 nas promoções de Natal. Ele, no entanto, recusou-se a falar em números. Não quis falar o valor total dos investimentos em VoIP nem as expectativas quanto ao desempenho nas vendas de dezembro.


Segundo ele, outro ponto operacional que será revisto para novos clientes será o modelo ‘pula-pula’ da BrT GSM, braço de telefonia celular da empresa.


O anúncio da BrT é a face mais visível de uma das disputas mais acirradas da Futurecom, maior feira de telecomunicações da América Latina. Com bilhões no caixa, as grandes operadoras fazem movimentos defensivos para impedir o avanço do VoIP. Ao mesmo tempo, querem manter um pé nesse barco, que, ao que tudo indica, deve navegar bem.


O lado menos conhecido vem de operadoras menores cujo foco são os serviços de telefonia por internet. Sem estandes ou grandes equipes, elas lançaram mão do marketing de guerrilha. Interceptam com sucesso transeuntes do Futurecom para explicar seu plano de negócios. Exemplo é a Hip Telecom, que tem licença para oferecer ligações por meio de banda larga em todo o país.


A empresa lançou ontem o pacote Hip Net São Paulo Ilimitado, que prevê o pagamento mensal de R$ 99 em troca de quantas chamadas locais o cliente quiser. O sistema é diferente do Skype, porque o usuário não precisa ficar com o computador ligado e dá direito a cem minutos adicionais de conversação para fora da cidade de origem e ainda outros países.


O público-alvo são pessoas que usam muito o telefone, internautas e pequenos empresários. A favor, o argumento é que as ligações ficam até 70% mais baratas e livres do pagamento de assinaturas. Contra, que as queixas serão ‘endereçadas ao bispo’ -pela legislação atual, não está claro quem cuida do assunto.


No Brasil, estima-se a existência de 9 milhões de usuários da internet por meio de banda larga. Desses, 10% deverão usar serviços de telefonia IP até 2008. A Hip quer 40% desses 900 mil clientes.


Os EUA vivem situação semelhante. A AT&T lançou um serviço ‘defensivo’ VoIP. Segundo especialistas do setor, é dona de uma fatia de 5% desse tipo de mercado. A Vonage, especializada em telefonia IP, atende entre 90% e 95% do total de usuários.


A jornalista Janaína Leite viaja a Florianópolis a convite do Futurecom’



O Estado de S. Paulo


‘UOL pede autorização para lançar ações na bolsa’, copyright O Estado de S. Paulo, 26/10/05


‘O portal e provedor de acesso à internet Universo Online (UOL) pediu autorização à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), uma espécie de xerife do mercado de capitais no Brasil, para lançar ações no mercado. Os bancos Pactual e Merrill Lynch, segundo informação pública da CVM, serão os responsáveis pela operação de lançamento dos papéis na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que poderão também lastrear operações de crédito. Nesse primeiro momento, a empresa não solicitou o registro de emissão de ADRs, papéis com os quais são lastreadas operações de crédito no exterior que oferecem ações como garantia aos investidores.


O UOL não quis ontem comentar a operação, nem sinalizar os valores da emissão, que profissionais do mercado financeiro e analistas de ações acreditam girar em torno de US$ 150 milhões.


O portal e provedor de internet é controlado pela FolhaPar, empresa da família Frias, que edita o jornal Folha de S. Paulo, e a empresa de telefonia Portugal Telecom, sócia da Vivo e controladora, em Portugal, do portal e provedor de internet Sapo.


Para um analista de grande banco, o momento do lançamento é oportuno, uma vez que, afirma, ‘a internet vem recuperando a confiança perdida após 2000, quando vários projetos fracassaram’. Hoje, diz o analista, o mercado está mais consciente do papel desse meio de comunicação e de seu potencial.’



Folha de S. Paulo


‘Google preocupa a indústria literária ‘, copyright Folha de S. Paulo, 26/10/05


‘O Google roubou parte da cena da feira literária de Frankfurt (www.frankfurt-book-fair.com), na Alemanha, que terminou no último domingo. Foi na edição do ano passado que a empresa anunciou seus planos de digitalizar acervos de grandes bibliotecas e entusiasmou editores.


Neste ano, porém, após enfrentar processos por escanear obras sem permissão autoral, o Google encontrou hostilidade por parte da indústria literária. Na semana passada, a entidade Association of American Publishers (www.publishers.org) entrou com um processo contra a empresa, nos EUA.


Autores e editores temem viver os problemas de pirataria enfrentados pela indústria fonográfica. Afirmam que o Google poderá se tornar uma Napster -rede de troca de arquivos que permitia download de músicas gratuitamente- literário, caso, em vez de mecanismo de busca, ele vire ferramenta de leitura on-line.


Ainda assim, o Google aproveitou o evento para lançar versões de busca de livros em francês, em espanhol, em italiano e em alemão (print.google.com).


Basta que o usuário digite a frase ou o termo procurados para que, nos resultados, sejam exibidos links de livros escaneados. Os links conduzem a reproduções das páginas.


Livros de áudio


As vendas de livros de áudio devem crescer 20% em 2006, segundo previsões do mercado. Na Alemanha, segundo maior mercado do gênero depois do Reino Unido, as livrarias devem, em breve, oferecer estações USB para download de livros.’



CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS


Janaína Leite


‘Brasil precisa avançar em convergência’, copyright Folha de S. Paulo, 25/10/05


‘O Brasil tem condições de se firmar como o maior produtor mundial de conteúdo e dar um salto na área de comunicações, mas, para isso, precisa aperfeiçoar suas leis e avançar nas discussões sobre a convergência de mídias.


A conclusão é de estudo encomendado pela Telebrasil à Accenture e à Guerreiro Teleconsult, apresentado ontem durante a sétima edição do Futurecom, maior evento de telecomunicações do país, em Florianópolis (SC).


A convergência é um tema espinhoso. De um lado, estão as teles, nas quais não há restrição de capital estrangeiro, a fonte de receita é o consumidor e existem perspectivas de bons resultados. Querem rapidez na definição de conteúdos que poderão criar.


De outro, ficam as empresas de radiodifusão, nas quais os sócios internacionais têm participação restrita a 30%, o dinheiro vem dos anunciantes e nas quais há dificuldades de caixa constantes.


Como essas adversidades não impedem que sejam vistas como referência no mundo, defendem a comercialização do conteúdo que produzem sob regras favoráveis.


Nessa guerra de gigantes, as teles ganham quando está em jogo o desempenho financeiro. Abocanharam 93% dos R$ 39 bilhões registrados em 2004 pela indústria da comunicação. Rádios e TVs, em contrapartida, saem vitoriosas em igual proporção em termos de importância política.


Espremidos entre ambas -e sem poder deixar de olhar os próprios interesses- estão governo e Congresso. O primeiro participa das teles por meio do Banco do Brasil e do BNDES. O segundo abriga vários políticos donos de estações de televisão e rádio.


‘É verdade, ou acontece uma pressão política para que o problema seja resolvido ou ele não o será’, afirmou o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP).


Somadas todas as variáveis, o saldo é um imenso imbróglio, que tem tudo para atrapalhar o avanço de um setor em que os investimentos feitos desde 1998 correspondem a R$ 130 bilhões.


‘Concordem ou não, o modelo brasileiro de TV é vitorioso’, disse o secretário de Telecomunicações Roberto Martins. ‘A mim, parece mais certo um alugar o meio do outro e o outro colocar o conteúdo que ele quiser’, completou. O ‘um’ são as teles, e o outro, as empresas de radiodifusão.


‘Há dois modelos distintos, o das teles e o da radiodifusão. Mas não é possível imaginá-los separado’, ponderou o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa.


A resolução do nó, segundo especialistas, passa por outros itens: popularização da internet; elaboração de uma Lei de Comunicação de Massas; simplificação tributária e delineamento de regras para a TV digital.


‘É preciso um programa de universalização do tamanho do Brasil’, afirmou o presidente da Telebrasil, Ronaldo Iabrudi.


A jornalista Janaína Leite viaja a Florianópolis a convite do Futurecom’



MALHAÇÃO


Daniel Castro


‘‘Malhação’, 11 anos, foca na ‘nova família’ ‘, copyright Folha de S. Paulo, 26/10/05


‘No ar desde 1995, a novela-seriado ‘Malhação’ emplaca em 2006 com novo tema central: o da ‘nova família’. ‘A gente vai falar dessa nova família, com pais com filhos de casamentos anteriores’, anuncia Ricardo Waddington, diretor de núcleo da Globo, responsável pela novela (e também por ‘Bang Bang’ e pela próxima das seis, ‘Sinhá Moça’).


Assim, a 12ª temporada da adolescente ‘Malhação’, no ar a partir de janeiro, terá como trama principal um conflito de amor em família. ‘Dois irmãos vão se apaixonar pela mesma garota. Eles são filhos do mesmo pai, mas de mães diferentes’, diz Waddington.


Desde 1999, quando foi reformulada, ‘Malhação’ muda de tema a cada ano. Em 2005, por exemplo, foi saúde, com subtemas como a gravidez precoce.


Nesta década, ‘Malhação’ se tornou um fenômeno de público (também adulto). É comum dar mais pontos do que as novelas das seis e das sete. Neste ano, sua média acumulada é de 32 de pontos.


Em 2006, segundo Waddington, 70% do elenco de ‘Malhação’ será renovado. Recordista de permanência na novela (sete anos), Sérgio Hondjakoff, o Cabeção, finalmente a deixará.


‘Estou tentando tirá-lo há três anos, mas não consigo. Assim como Mocotó [André Marques], é um personagem que tem a cara de ‘Malhação’. Sérgio é muito carismático, pode ser um belo comediante’, aposta Waddington.


OUTRO CANAL


Trabalho 1 A novela ‘Prova de Amor’, que estreou anteontem na Record, promete dar trabalho à Globo. Deu 12 pontos no Ibope (a melhor estréia da emissora), contra 28 de ‘Bang Bang’ e nove do SBT. Cresceu justamente em cima da novela das sete da Globo.


Trabalho 2 ‘Prova de Amor’ pode atrair quem está estranhando a estética de faroeste e o humor ‘sofisticado’ de ‘Bang Bang’. Tem clichês que já deram certo na Globo (praia, gente bonita com pouca roupa, seqüestro de bebês), além de técnicos e atores ‘globais’. Em determinados momentos, lembra ‘Laços de Família’ _na qual trabalhou seu diretor-geral, Alexandre Avancini, ex-assistente de Ricardo Waddington, diretor de núcleo de ‘Bang Bang’.


Recorde O capítulo de anteontem de ‘América’ deu 61 pontos.


Doce lar 1 O advogado Enrico Gianelli, que deixou o SBT no início do mês, na véspera de participar de acareação na CPI dos Bingos (ao lado de Rogério Buratti, Carlinhos Cachoeira, Waldomiro Diniz), volta hoje a ocupar a função de assessor do mexicano Eugênio Lopez, principal executivo da emissora.


Doce lar 2 O SBT diz agora que Gianelli, acusado pela CPI de ter feito lobby em 2003 para a GTech, não rompeu contrato, mas que apenas se afastou para cuidar de ‘assuntos pessoais’. Extraoficialmente, seu retorno foi exigência de Lopez.’



TV DIGITAL


Folha de S. Paulo


‘Costa diz que SP terá TV digital em teste na Copa ‘, copyright Folha de S. Paulo, 25/10/05


‘Os paulistanos que gostam de futebol ou de tecnologia podem anotar na agenda: até junho de 2006, quando acontece a Copa do Mundo da Alemanha, a TV digital estará em teste na capital. A promessa -sem a dica de cobrança- foi feita ontem à noite pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, durante abertura do Futurecom, maior evento de telecomunicações da América Latina, que acontece até sexta-feira em Florianópolis.


‘Estamos preparando a implementação até junho do ano que vem, ainda em tempo, pelo menos em São Paulo, para podermos ver como primeiros testes da TV digital os jogos da Copa do Mundo em alta definição’, disse Costa. Os estudos sobre a TV digital, disse, serão concluídos até o final de 2005.


O ministro, que já defendeu como ‘ilegal’ a transmissão de vídeo por meio de telefones celulares, mudou o tom. Sustentou que a regulamentação da convergência de conteúdo, com o surgimento da terceira e quarta geração de telefonia celular, além do avanço de outras, é necessária. Costa ponderou que essa é uma incumbência do Congresso Nacional.


‘Temos alertado permanentemente as comissões da Câmara e do Senado para que, no ano que vem, sem dúvida, o mais rapidamente possível, possamos apresentar o marco regulatório do setor’, disse. ‘A nova Lei Geral de Comunicação Social Eletrônica deverá suprir as várias lacunas regulatórias do setor.’’



ALMA GÊMEA


Daniel Castro


‘Escritor diz que ‘Alma Gêmea’ é plágio ‘, copyright Folha de S. Paulo, 25/10/05


‘Um desconhecido escritor está processando a Globo por suposto plágio de um livro seu na trama central da novela das seis, ‘Alma Gêmea’. Há um mês, Carlos de Andrade entrou com ação em que pede 10% do faturamento de toda a novela. Na última sexta, o juiz da 33ª Vara Cível de São Paulo determinou a intimação da Globo.


Andrade sustenta que a trama de reencarnação de ‘Alma Gêmea’ é um plágio de seu romance ‘Chuva de Novembro’, lançado em março de 1997 e disponível em grandes livrarias de São Paulo. Com 6.500 exemplares impressos, a obra foi bancada pelo próprio autor e está na terceira edição.


Segundo Andrade, ‘Chuva de Novembro’ conta a história do músico Caio (equivalente a Rafael/Eduardo Moscovis em ‘Alma Gêmea’), que se apaixona por Caressa (Luna/Liliana Castro) e dá a ela uma ‘rosa única’, amarela (branca na novela), despertando a raiva de sua prima Regina (Cristina/Flávia Alessandra).


Regina elabora um plano e atrai Gaviola (Guto/Alexandre Barilari) para executá-lo. Mas o plano dá errado e Caressa morre. Assim como na novela, o mocinho adota uma vida reclusa, admirando um retrato da amada, e a alma da mocinha reencarna imediatamente.


O autor Walcyr Carrasco nega a acusação. ‘Não conheço o autor ou o livro’, se limitou a dizer. A Globo também não comentou o caso, porque ainda não foi notificada da ação judicial.


OUTRO CANAL


Tchau, peão A Globo nem esperou ‘América’ acabar para dispensar o americano Lucas Babin, apelidado de ‘Cigano Igor do Bush’. A emissora diz que não tem mais vínculo com ele. Tanto que Babin foi ontem ao ‘Hebe’, do SBT, divulgar seu CD _agora ele tenta emplacar como cantor. Por deficiência técnica do intérprete, o peão Nick simplesmente desapareceu da novela das oito.


Alerta 1 A novela das sete da Globo, ‘Bang Bang’, já sofre no Ibope. Deu 36 pontos de média na Grande São Paulo na terça passada. Mas, três dias depois, na sexta, já caía para 25, o que pouco para a Globo.


Alerta 2 A favor da novela, há o argumento de que o total de TVs ligadas variou, nesses dias, quase na mesma proporção da novela. A Globo já reagiu. Inundou a programação de chamadas em que explica tramas de ‘Bang Bang’, o que pode ser chamado de ‘relançamento’.


Aliada 1 Ao exibir arrasa-quarteirões nas noites de domingo, a Record está ajudando o ‘Fantástico’ a enfrentar os filmes do SBT, porque isso divide a preferência do público de cinema na TV.


Aliada 2 Anteontem, o ‘Fantástico’ registrou 31 pontos de média, contra 19 do SBT e 15 da Record no seu horário. Em seus respectivos horários de apresentação, o primeiro ‘O Senhor dos Anéis’ (SBT) marcou 21 e ‘+ Velozes + Furiosos’ (Record), 18.’