O jornalista e documentarista americano Andrew Berends foi libertado pelo governo da Nigéria, na terça-feira (9/9), após dez dias de interrogatório. Berends havia sido detido junto com seu tradutor, Samuel George, e com um empresário nigeriano, em Port Harcourt, em 31/8. O tradutor e o empresário foram soltos temporariamente, no início desta semana, mas deveriam se apresentar novamente aos serviços de segurança. O jornalista havia sido acusado de espionagem no Delta do Níger, conturbada região rica em petróleo.
‘Agora que o caso de Andrew foi resolvido, esperamos que o tradutor e o empresário que foram presos junto com ele sejam libertados o mais rápido possível. Esperamos que o governo da Nigéria tenha entendido, com este episódio, que é absurdo prender repórteres na região do Delta e acusá-los de espionagem quando eles estão simplesmente apurando [informações], com permissão, sobre as situações econômica e política daquele país’, declarou a organização Repórteres Sem Fronteiras [9/9/08].
Em abril deste ano, quatro documentaristas americanos e seus assistentes nigerianos também foram presos, por seis dias, sob a mesma acusação. Em setembro de 2007, dois jornalistas alemães e um ativista americano foram detidos por duas semanas. Grupos militantes, que lutam por um controle maior sobre a região do Delta do Níger e sua riqueza em petróleo, costumam atacar instalações e seqüestrar trabalhadores do setor. Os conflitos na área levaram o país a perder parte de sua produção e o título de maior produtor de petróleo da África para a Angola, segundo dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Com informações da AFP [10/9/08].