‘Morreu às 11h desta sexta-feira, em São Paulo, o jornalista Murilo Felisberto, um dos nomes mais importantes da imprensa brasileira nas últimas décadas. Murilo estava internado no Hospital Santa Catarina desde a última segunda-feira com complicações hepáticas.
O corpo será velado a partir das 19h na Beneficência Portuguesa e segue para o Crematório da Vila Alpina às 8h de sábado.
O jornalista Murilo Felisberto começou a carreira como repórter no jornal Diário de Minas. Trabalhou mais tarde em algumas das redações mais importantes do País, como Folha de S. Paulo, Editora Abril e a revista Manchete.
Em 1964, a convite de Alberto Dines, mudou-se para o Rio de Janeiro para chefiar o Departamento de Pesquisa e Documentação (DPD) do Jornal do Brasil. O trabalho, considerado menor por seus colegas à época, ganhou notoriedade graças ao esforço de Murilo e à cobertura de sua equipe sobre a posse do presidente Castello Branco.
Sob a chancela da equipe ‘Pesquisa JB’, Murilo coordenou a apuração de um perfil exclusivo sobre o presidente antes de qualquer outro órgão da imprensa brasileira.
No ano seguinte, Murilo Felisberto deixou o jornal para voltar a São Paulo. Uniu-se a Paulo Patarra e outros jornalistas de peso para a publicação do número zero da revista Realidade, outro marco da imprensa no Brasil.
Em janeiro de 1966, ao lado de Mino Carta, Murilo Felisberto recrutou uma equipe de jovens e talentosos jornalistas (muitos deles mineiros, como ele) para a criação do Jornal da Tarde. Com seu estilo visualmente arrojado e inovador, o JT idealizado por Murilo tornou-se um marco para o jornalismo brasileiro.
Murilo começou a trabalhar como Diretor de Criação na agência de publicidade DPZ em 1984, onde ganhou diversos prêmios. Em 2000, voltou para o JT como Editor-Chefe para implementar o novo projeto gráfico criado por ele. O jornalista deixa uma filha, Carlota Felisberto, e o neto Antônio.’’