Repressão à mídia na Venezuela. Pelo menos é o que parece indicar a prisão do jornalista Gustavo Azócar Alcalá, detido na segunda-feira (6/3) logo após apresentar seu programa diário na emissora Televisora del Táchira, em San Cristóbal. A justificativa oficial para a prisão é, no mínimo, questionável.
Segundo a procuradoria geral, o mandado de prisão foi emitido com base em uma acusação de fraude de seis anos atrás. O jornalista, que na época trabalhava para a estação de rádio Noticias 1060, foi acusado de irregularidades em um contrato de publicidade assinado com a agência de loteria estadual e não teria comparecido ao tribunal quando intimado. A polícia do estado de Táchira afirmou que a prisão de Alcalá não tem nenhuma relação com seu trabalho jornalístico.
O advogado do jornalista, Jesús Vivas Terán, não compartilha da mesma opinião. Segundo ele, o governo da região estaria usando a alegação de fraude para silenciar seu cliente, conhecidamente crítico às autoridades locais e, especialmente, ao governador Ronald Blanco La Cruz. ‘Eles estão usando um argumento falso com a intenção de tirá-lo do ar’, protestou o advogado. Alcalá, que também é correspondente de Táchira para o diário El Universal, afirmou à equipe da emissora de TV Globovisión, no momento de sua prisão, que tinha certeza de que aquilo se tratava de uma represália a seu trabalho ordenada pelo governador La Cruz. Informações do Comitê para a Proteção dos Jornalistas [6/3/06].