Na tentativa de diminuir os riscos sofridos por repórteres, o Sindicato dos Jornalistas do Iraque irá oferecer cursos de artes marciais e de sobrevivência a seus membros. De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras, com sede em Paris, mais de 200 jornalistas foram mortos no Iraque desde 2003. Já o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, em Nova York, contabiliza 112 repórteres e 40 profissionais de apoio à mídia – como seguranças, tradutores e motoristas – assassinados desde o começo da guerra. Independente da contagem correta, o conflito é considerado o mais letal da História para profissionais da imprensa.
Segundo o presidente do sindicato, Shihab al-Timini, repórteres, fotógrafos e equipes de TV receberão aulas para aprender a andar disfarçados e a esconder seus equipamentos quando estiverem viajando. Muitos jornalistas foram mortos ao ser reconhecidos quando parados por milícias em blitzes realizadas por insurgentes. ‘Sentimos que é nosso dever proteger os jornalistas iraquianos, que enfrentam constantemente o perigo de ser assassinados e seqüestrados’, afirma, admitindo que os cursos terão resultados modestos, dado o alto nível de risco enfrentado pelos repórteres. Al-Timini também pediu ao Ministério da Informação que autorize jornalistas a andar armados.
Na semana passada, o diretor de TV Jawad Saadoun al-Daami foi assassinado a tiros em Bagdá. Ele foi o segundo funcionário da al-Baghdadiyah a ser morto na guerra do Iraque. Transmitida do Cairo, a emissora é conhecida por seu tom crítico ao governo iraquiano e à presença militar dos EUA. Informações de Sameer N. Yacoub [Associated Press, 24/9/07].