[Do release da editora]
Eucalipto – histórias de um imigrante vegetal, do jornalista Geraldo Hasse, está sendo lançado na 52ª Feira do Livro de Porto Alegre, no meio de uma acirrada discussão que envolve o governo do Rio Grande do Sul e órgãos ambientais do estado e dos municípios, a indústria de celulose, suas metas e propostas, organizações não-governamentais, ambientalistas, pequenos e grandes produtores com interesses divergentes e movimentos formados por agricultores sem terra, que já se subdividem em vários grupos. A área das papeleiras deve atingir 3% da metade sul do Rio Grande do Sul, que vive hoje a depressão da era do arroz.
É leitura obrigatória para ambientalistas e empresários da indústria do papel. Já na introdução, o autor de A laranja no Brasil e O Brasil da soja, entre uma dezena de livros, mostra que não veio rasgar seda para papeleiras ou ambientalistas, mas incomodar ambos os lados e também o que está entre eles: os órgãos de regulamentação ambiental. A história da Aracruz no Espírito Santo, os eternos conflitos, a ausência de regulamentação ambiental no Brasil e os subsídios são relatados por um texto genuinamente jornalístico, que não deixa de fora as pesquisas, a história e as múltiplas utilidades dessa árvore adaptada em solo brasileiro desde meados de 1800.
Hasse levanta questões até agora ignoradas, pontua as paixões asséptico-ambientalistas e o lucro a qualquer preço social e ambiental. Eucalipto – histórias de uma imigrante vegetal traça a trajetória do eucalipto no Brasil desfazendo mitos sobre essa nova árvore do Bem e do Mal.
Geraldo Hasse, natural de Cachoeira do Sul (RS), formou-se jornalista na Universidade Católica de Pelotas, em 1968. Aos 22 anos foi para São Paulo e empregou-se na Folha da Tarde com uma matéria apurada no caminho. Fez carreira em São Paulo como editor e repórter-especial em Veja, Exame, Guia Rural e Gazeta Mercantil. Além de A laranja no Brasil e O Brasil da soja, publicou Filhos do Fogo – História industrial de Sertãozinho e Mar de âncoras. Fez duas biografias: Semeador do sertão, sobre o paulista Maurílio Biaggi, e Darcy Azambuja, em dois volumes, um deles com contos escolhidos do autor gaúcho, que foi contemporâneo e amigo de Érico Verissimo.
Em parceria com Elmar Bones, lançou em 2002 Pioneiros da ecologia. Ainda este ano lança na Feira, além do inédito Eucalipto, a 2ª edição de Lanceiros Negros, que escreveu em parceria com Guilherme Kolling em 2005. Entre outras premiações ao longo de uma carreira de 37 anos no jornalismo, destaca-se o Esso de Reportagem Econômica, em 1979, e o Prêmio Interamericano de Jornalismo, em 1992.