O banco de investimentos americano Morgan Stanley, segundo maior acionista do New York Times, vendeu sua parte – de 7,3% – do jornalão na quarta-feira passada (17/10). As ações caíram 2,3% (o que representa US$ 0,43), atingindo o valor de US$ 18,48 – o mais baixo desde 1997. A transação ainda não foi divulgada oficialmente; em declaração, o banco informou que, ‘respeitando as normas da empresa, o Morgan Stanley Investment Management não publica comentários sobre mudanças em seu portfólio’.
Nos últimos dois anos, o diretor do Morgan Stanley, Hassan Elmasry, vem criticando o controle da família Sulzberger no grupo New York Times. Em abril deste ano, no encontro anual de investidores, ele comandou uma campanha para que os acionistas se abstivessem de votar nos diretores indicados pela empresa.
Pressão e críticas
Elmasry pressionou o publisher Arthur Sulzberger a abolir a estrutura atual de duas séries de ações (two-tiers) do grupo – a classe B, com direito a voto e de posse da família Ochs-Sulzberger, e a classe A, dos investidores externos. Com esta estrutura, a família pode eleger 70% da diretoria (ou seja, 9 dos 13 diretores), o que lhe dá controle efetivo da companhia e desagrada a Elmasry. Ele já havia pedido que Sulzberger abrisse mão de um dos cargos que ocupa, o de presidente do conselho ou o de publisher. Janet Robinson, executiva-chefe do New York Times, afirmou, por sua vez, que a família Sulzberger não tem intenção de eliminar a estrutura das ações e que o conselho está confortável com Sulzberger ocupando os dois cargos.
O Morgan Stanley criticava também os gastos de US$ 410 milhões com a compra do guia online About.com em março de 2005, e de US$ 500 milhões por um novo prédio para o jornalão nova-iorquino. Em resposta, o New York Times alegou que as ações do sítio aumentaram 28% no segundo trimestre e que o imóvel vale agora mais de US$ 1 bilhão. Informações da Bloomberg [17/10/07] e de Andrew Ross Sorkin [The New York Times, 17/10/07].