[do release da editora]
Uma jornalista inglesa nunca acreditou que a Máfia era assunto exclusivo de homens, pelo menos não em tempos mais recentes. E resolveu pesquisar as mulheres que, cada uma a seu modo, mas sempre com métodos violentos, dão suporte ao trabalho dos pais e irmãos, servem de álibi, ou assumem o poder e os negócios dos pais, irmãos ou maridos, quando eles morrem ou vão presos. O resultado dessa pesquisa sai agora através do livro Mulheres da Máfia.
Na pesquisa, a autora percorreu diversas cidades da Itália e dos Estados Unidos, para onde migraram algumas famílias mafiosas. Nas suas andanças, Clare teve contato com diferentes tipos de mulheres, desde as bonitas e fortes, passando pelas excêntricas, até aparentemente comuns donas de casa. Mas em todas as entrevistas sentiu o mesmo desejo de vingança e de proteger os interesses da família.
Se no passado as esposas serviam apenas de troféu para serem exibidos socialmente pelos maridos, atualmente cada vez mais as mulheres da Máfia estão assumindo papéis de destaque: matam por vingança, compram e estocam armas, promovem extorsões, lavam dinheiro proveniente de drogas. E a maioria delas tem se saído tão bem que algumas até são admitidas em rituais de iniciação. Quando são acusadas de algo, vêm se saindo tão bem nos tribunais, que quase superam os homens no quesito cinismo e dissimulação.
Clare Longrigg é inglesa, já trabalhou em vários jornais e revistas, e foi editora da Women’s Page do The Guardian, onde agora se licenciou para atuar somente como repórter. Passou longos períodos na Itália onde, a princípio, conheceu mulheres mafiosas através de participantes da Associação Siciliana de Mulheres contra a Máfia, um grupo corajoso que ousou depor contra suas próprias famílias, arriscando-se assim a perder tudo o que tinham. Desde então, Clare ampliou seus contatos para Nápoles, onde chegou a ser convidada para o casamento de mafiosos, Calábria, Sicília (onde várias mulheres da máfia foram assassinadas recentemente) e nos Estados Unidos.