O anúncio da cidade-sede das Olimpíadas de 2016, nesta sexta-feira [2/10], provou-se um grande balde de água fria para os EUA. Os canais de TV americanos debatiam, durante a semana, o peso da ida do presidente Barack Obama a Copenhague. Na quinta, destacaram a importância do emocionado discurso da primeira-dama, Michelle, nascida e criada em Chicago. O correspondente da CNN deixava claro que a disputa final seria entre a representante americana e o Rio de Janeiro, descartando as chances das concorrentes Madri e Tóquio.
Hoje pela manhã, o mesmo correspondente ressaltou que a candidatura brasileira, como seria de se esperar de um ‘país latino’, havia apelado à emoção. Com a aproximação da hora dos resultados, era visível a confiança do apresentador da rede de notícias, que comemorou quando viu que teria o timing perfeito para acompanhar, ao vivo, o anúncio da primeira cidade eliminada. ‘Vamos a Copenhague’, afirmou, para, segundos depois, não conseguir esconder o choque. ‘Chicago está fora?’, repetiu, incrédulo, por três vezes. A transmissão já mostrava a multidão em Chicago, imóvel, e o apresentador continuava sem entender a situação. Pedia calma e dizia para a câmera voltar a Copenhague. Tinha que haver algum erro.
Não havia erro nenhum. Aos poucos, o apresentador da CNN e os comentaristas que o acompanhavam começaram a abandonar o tom de surpresa e a adotar o de ‘foi melhor assim’, ‘Chicago perderia dinheiro com o evento’, etc. Pulando para a MSNBC, a apresentadora, em tom aparentemente mais profissional, dava a notícia da vitória do Brasil sobre a Espanha. Seu colega de bancada pergunta se ela ficou feliz pelo Rio, e lá se vai a isenção. ‘Nãaaaao. Sou americana, eu torço pela América’, responde, sem titubear.