[do release da editora]
Celso Lungaretti, apontado durante 34 anos como delator e renegado pela esquerda armada dos anos 70, revela NO livro Náufrago da Utopia – Vencer ou morrer na guerrilha. Aos 18 anos a tragédia dos jovens numa guerra de adultos.
O autor autografa o livro dia 10 de novembro na Livraria Saraiva do Shopping Morumbi, a partir das 19h, com debate sobre os grupos de esquerda armada e a ditadura militar. Estarão presentes Audálio Dantas, o ex-preso político Ivan Seixas e o jornalista Paulo Nogueira.
Celso Lungaretti era um dos mais jovens dirigentes de uma organização guerrilheira de luta armada contra a ditadura militar, no fim dos anos 60 e início dos 70, quando foi preso e torturado. Acusado de ter delatado seu grupo, passou 34 anos como renegado, até conseguir provar, há um ano, sua inocência. O autor relembra as passeatas, a ocupação de faculdades e fábricas, os festivais de música, as ações armadas dos guerrilheiros, seus conflitos internos, as trajetórias de personagens como José Dirceu, Geraldo Vandré, Marighella e Lamarca, reconstituindo a história de sua geração – a dos jovens estudantes sem experiência militar recrutados para combater a ditadura pelas armas. E acerta, finalmente, as contas com sua consciência e a história.
Luta solitária
Neste desabafo, preso há mais de 30 anos na garganta, Celso Lungaretti reconstitui a trajetória de um desses grupos de estudantes, desde o recrutamento num colégio da Zona Leste de São Paulo, passando pelo aprendizado marxista, até as prisões, a tortura e as mortes nos anos seguintes.
Mais do que um ‘arrependido’, o autor passou a ser visto como ‘delator’, traidor da causa, aquele que não resistira à tortura e revelara informações preciosas sobre o movimento. Estigmatizado durante 34 anos, teve, em 2004, a oportunidade de lançar novas luzes sobre os acontecimentos na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Começando como uma epopéia e tragédia coletiva, Náufrago da utopia termina com a luta solitária de um ex-militante para resgatar sua dignidade.