No início deste século 21, ousar aproximar o universo simbólico de crianças e adolescentes de um mito alegórico de Platão, como o da Caverna, é incursionar por um amplo território filosófico, bem pouco explorado no campo da educação brasileira.
Wagner Bezerra, pai, professor, pesquisador e escritor intrigado com as relações entre as linguagens audiovisuais, digitais e impressas, expressas em múltiplas telas, assume o desafio e demonstra a possibilidade de que filosofia, educação e política possam fortalecer suas responsabilidades pela vida, pela contemporaneidade e pelo futuro de nossas crianças e adolescentes.
Sua narrativa do mito alegórico da caverna, talvez um dos mais célebres de Platão, pode familiarizar pais, responsáveis, professores e as próprias crianças e adolescentes, com o sentido do que ocorre nos dias de hoje, através de imagens em movimento e de efeitos sonoros e visuais impostos pelas telas da televisão, dos computadores, dos celulares e de tantos outros suportes tecnológicos.
O trajeto ascendente
A utilização da dupla intenção pedagógica do mito, que esclarece e estimula a discussão ética, estética e até política, é uma contribuição preciosa que O Segredo da Caverna – título proposto por uma das filhas mais novas do escritor – oferece ao campo da mídia e da educação. Este livro, tão oportuno e interessante, é enriquecido ainda pelas belíssimas e inspiradas ilustrações da artista plástica e escritora Silvana de Meneses.
Façamos com os personagens desta narrativa, o trajeto ascendente que leva ao Conhecimento, à Crítica e à Liberdade, indispensáveis aos Direitos de Cidadania.
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Consultora em Educação e Mídia, fundadora e presidente da MultiRio, secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro de 1993 a 1996 e autora de vários artigos e livros sobre educação