A China vive sua pior campanha contra a liberdade de expressão em mais de uma década. Esta semana, o Partido Comunista chinês suspendeu a publicação do suplemento semanal Freezing Point, que pertence ao jornal estatal China Youth Daily. O fechamento ocorre menos de um mês após a demissão, por ordem de autoridades governamentais, dos principais editores do Beijing News.
O China Youth Daily é o jornal oficial da Liga da Juventude Comunista, apoio importante para o presidente Hu Jintao. Por esta razão, acredita-se que qualquer repreensão ao diário necessite de sua autorização. O fechamento do suplemento semanal pode ser visto, portanto, como evidência do apoio pessoal do presidente às cada vez mais extremas tentativas de controle da mídia nacional.
Funcionários do PC intimaram os editores do diário e ordenaram que Freezing Point fosse suspenso um dia depois de distribuírem documento de cinco páginas acusando a publicação de ‘atacar cruelmente o sistema socialista’. O texto também condenava a recente publicação de um artigo crítico aos livros didáticos de história utilizados nas escolas chinesas. De acordo com as autoridades, a seção poderá voltar a circular se ‘retificar, reconhecer e corrigir seus erros’.
Logo após o fechamento da publicação, o Departamento de Propaganda emitiu uma ordem proibindo todos os veículos de mídia do país de reportarem sobre o ocorrido, todos os jornalistas de participarem de qualquer coletiva de imprensa sobre o assunto e todos os sítios de internet de discutirem o tema. O editor-chefe de Freezing Point, Li Datong, conseguiu confirmar a suspensão em uma mensagem em seu blog – pouco antes que censores deletassem a página. Informações de Philip P. Pan [The Washington Post, 25/1/06].