O livro A imprensa confiscada pelo Deops – 1924-1954, organizado por dois professores da Universidade de São Paulo, obteve o segundo lugar na categoria Ciências Humanas do Prêmio Jabuti 2004. A entrega do prêmio ocorrerá no dia 9 de setembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Maria Luiza Tucci Carneiro, professora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, e Boris Kossoy, professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes, são os organizadores da obra.
Como conta Maria Luiza, o livro é resultado de um projeto temático da FAPESP dedicado a inventariar os impressos políticos confiscados pelo Deops em São Paulo. ‘Originais dos impressos confiscados pela polícia política – dentre os quais os jornais – eram anexados aos prontuários como prova do crime político’, conta a organizadora.
Participaram da elaboração da obra pesquisadores do Projeto Integrado Arquivo do Estado/Universidade de São Paulo (Proin). A imprensa confiscada pelo Deops – 1924-1954 é o primeiro volume da Coleção Labirintos da Memória, publicada pelo Ateliê Editorial em co- edição com a Imprensa Oficial e o Arquivo do Estado.
Os próximos títulos da coleção serão Panfletos sediciosos, Risos contidos, Charges proibidas, Livros sediciosos e Bibliotecas revolucionárias. ‘Como já lançamos obras anteriores a 1924, nossa intenção também é avançar nessa cronologia até a ditadura militar’, disse Maria Luiza à Agência FAPESP.
O primeiro lugar na categoria categoria Ciências Humanas ficou com Crítica à razão dualista – o ornitorrinco, do sociólogo Francisco (Chico) de Oliveira (Boitempo Editorial), publicado primeiramente como um ensaio, em 1972.
De acordo com a editora, o livro, atualizado pelo autor, propõe uma nova forma de pensar a economia brasileira, oposta à da intelectualidade da época que, ao mesmo tempo em que denunciava a miséria da maior parte da população latino-americana, mantinha seu esquema teórico amarrado à economia de mercado.
Também classificados em segundo lugar no Prêmio Jabuti, ficaram O espiríto de Porto Alegre, de Isabel Loureiro, Maria Elisa Cevasco, José Corrêa Leite (Paz e terra), Vingança da história, de Emir Sader (Boitempo Editorial) e Brasil, Argentina e Estados Unidos, de Moniz Bandeira (Revan).