Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Um palimpsesto conduz a jornada

[do release da editora]

‘Balenciaga Torres e os Corações Pelludos’ é uma história real, ainda que traduzida à clef: a de uma repórter que quer aprender a matar. Para tanto, o autor coletou cerca de 180 mil termos, de 15 autores, em 17 anos. Devidamente destruídos, redramatizados, constituíram esse gigante palimpsesto que é o livro.

No livro, é a forma que manda: o palimpsesto conduz o arbítrio e a jornada da estória. A obra pretende-se uma plataforma de download livre, em quatro partes, uma a cada semana. As fotos foram encomendadas a Rui Mendes e João Wainer. A capa e projeto gráfico vêm da editora Pinky Wainer, sobre foto de Mendes. A trilha sonora da plataforma foi composta especialmente por Apollo 9, produtor de Seu Jorge, Rita Lee, Otto e Bebel Gilberto. A engenharia de som do Apollo 9 é de Roy Cicala, ex-produtor de John Lennon, Sinatra, Hendrix e Miles Davis.

O cantor e compositor Lobão, biografado do autor, colaborou com uma faixa exclusiva em que toca bateria e sintetizadores. Paulo Ricardo, ex-RPM, entra com uma faixa. Guilherme Isnard, da banda Zero, Luiz Thunderbird e Amleto Barboni também entregaram faixas que, para eles, tinham a feição de alguns personagens. Jorge Luis Borges, o bruxo da Calle Maipu, escreveu o seu Prólogo dos Prólogos, em que compôs prefácios de livros inexistentes, num nada sutil ataque à indústria de prefaciadores.

O escritor Marcelo Rubens Paiva emulou Borges: também descrê dessa laboriosa empresa e entregou um prólogo solarmente irruptivo, ático. Já a professora Beth Saad tece loas à empresa do download e vê nela a promessa de um futuro.

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