Desertos de notícia são municípios sem veículos jornalísticos, ou seja, sem cobertura significativa de imprensa. (Crédito: Atlas da Notícia 2.0)
Análise quantitativa do panorama sobre a imprensa — impressos e online — no Centro-Oeste do Brasil revela que Goiás, estado mais populoso desta região, com cerca de 6 milhões de pessoas (Censo 2010, IBGE), apresenta o menor índice de veículos jornalísticos online por habitante. Ou seja, no estado foi identificado um online para cada 193 mil pessoas. Ao todo, são 31 sites jornalísticos ativos em Goiás.
Os veículos digitais, por outro lado, surgem com força no Distrito Federal, totalizando 53 sites jornalísticos ativos. Os levantamentos permitem afirmar que temos um online para cada 48 mil pessoas. Esses dados colocam o DF na melhor posição quando se trata da oferta de informações jornalísticas via internet considerando a população de 2,6 milhões de habitantes, a segunda menor da região.
Já em Mato Grosso, que tem metade da população de Goiás, cerca de 3 milhões de habitantes, a proporção é de um online para 89 mil pessoas. No estado, são 34 sites jornalísticos ativos. No Mato Grosso do Sul, estado menos populoso do Centro-Oeste com, aproximadamente, 2,5 milhões de habitantes, a estatística é de um online para cada 81 mil pessoas e 30 sites jornalísticos estão em atividade.
Impresso
Mato Grosso tem a segunda maior população do Centro-Oeste, com, aproximadamente, 3 milhões de habitantes. Contudo, é o estado com o melhor índice de jornais impressos por pessoas desta região, ou seja, um título para cada 82 mil pessoas. Ao todo, foram identificados 37 impressos ativos no estado.
Em seguida vem o Distrito Federal com 27 jornais ativos e proporção de um jornal impresso para cada 95 mil habitantes. Goiás, com o dobro de jornais que possuem como suporte o papel. Ou seja, 58 jornais totalizando índice de um impresso para cada 103 mil habitantes. Mato Grosso do Sul, tem um jornal impresso para cada 106 mil habitantes e soma 23 veículos deste suporte ativos.
Fechamentos
Na verificação dos veículos que encerraram suas atividades nos últimos anos, Mato Grosso do Sul lidera o ranking. Ao todo, são 11 veículos fechados no estado. Desse total, 9 impressos e 2 online. A capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, é o município do estado que apresentou o maior número de veículos impressos fechados (3). Em seguida, Rio Brilhante (2) e, depois, Dourados, Sidrolândia, Coxim e Bela Vista empatados (1). Vale ressaltar que, entre os municípios citados, estão aqueles que apresentam maior força econômica por se tratar de capital (Campo Grande) e de lugares onde o agronegócio avança significativamente (Dourados, Sidrolândia e Rio Brilhante).
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Loraine França é bacharel em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Jornalista pesquisadora no Laboratório de Investigação em Jornalismo, Direitos Humanos e Narrativas Complexas (Griot/UFMS/CNPq).
Edson Silva é jornalista e Professor Associado na UFMS. Doutor em Comunicación y Periodismo pela Universitat Autònoma de Barcelona (UAB). Coordenador do Griot/UFMS/CNPq.
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*NOTA: Este primeiro mapeamento realizado pela rede de pesquisadores do Atlas da Notícia com o apoio de colaboradores voluntários traz o melhor panorama possível, com informações detalhadas, sobre a existência e a natureza de veículos jornalísticos. Mas uma vez que a nossa amostragem reflete os dados obtidos — sem necessariamente cobrir todos os veículos — não a consideramos um retrato completo do jornalismo local e regional do Brasil. À medida que nosso projeto avance anualmente, seremos capazes de corrigir e refinar nossos dados e mapas. A propósito, solicitamos aos nossos leitores que nos comuniquem sobre possíveis incorreções no nosso mapeamento.