No verão de 1981, chegava, acalorada e tensa, ao apartamento do intelectual português Vergílio Ferreira em Lisboa. Fui conduzida ao escritório no fundo do apartamento, passando pelo corredor lotado de livros. O dono da casa me convidou a sentar à sua frente e, ereto, com expressão austera, me inquiriu: “Afinal, qual é seu trabalho?” Logo […]