Em teoria não faz sentido. Ao disponibilizar instantaneamente dados até há pouco inacessíveis, a rede mundial de informação deveria ter como finalidades únicas o estímulo à reflexão e o aumento do intelecto, não a propagação de boatos e a superficialidade generalizada. Bem se vê que, projetada por engenheiros, a internet parece não ter levado em […]
Artigos de Luli Radfahrer
O mundo está cada vez mais complexo. Os velhos modelos de abstração não conseguem dar conta da crescente sofisticação e interligação dos sistemas digitais. De uma rede de comunicação global, a internet evoluiu para uma espécie de memória coletiva, a que boa parte dos processos é delegada. Smartphones, computação em nuvem e internet das coisas, […]
Ainda me lembro da época em que o público de um espetáculo musical estava lá para ouvir música, talvez para cantar e dançar, certamente não para fotografar e ser fotografado. Silenciosamente algo mudou. A popularização das câmaras e das redes de compartilhamento parece ter despertado até nos mais tímidos uma compulsão por mostrar tudo o […]
Por que a Apple não processa o Google? A pergunta incomoda. Android, o mais popular sistema operacional móvel hoje, não foi desenvolvido pela HTC, pela Samsung ou por qualquer outro fabricante de celulares. Para atacar a raiz do problema de supostos plágios, o alvo principal da Apple deveria ser o fornecedor do sistema operacional cuja […]
Há mais ou menos um século, em uma Viena tão ou mais cosmopolita do que qualquer uma das novas cidadelas virtuais, são Freud tentava explicar um fenômeno que já incomodava muita gente: o esquartejamento do homem contemporâneo entre duas forças antagônicas, o corpo e o outro. Chamadas na época de id e superego, essas demandas […]
Com quase um bilhão de usuários, o Facebook parece inquebrável. Seus números são tão grandes que chegam a se confundir com os da própria Internet. Entrelaçado a praticamente tudo que é social no mundo eletrônico, ele se tornou uma plataforma de interação ampla, usada para fins tão variados quanto publicar fotos, trocar ideias, ler textos […]
No princípio era o verbo. As redes eram poucas, fechadas, criptografadas, baseadas em comandos de texto. Seu conteúdo, acadêmico e militar, não chamava a atenção de quem não devia. Usá-las demandava paciência, computadores gigantescos, comunicações lerdas e muito conhecimento técnico. A mãe de todas as redes nasceu, como toda tecnologia, grande, frágil e de abrangência […]
Ao ler muito do que é escrito hoje sobre a rede mundial de computadores, me pergunto a que internet tantos se referem. Dificilmente será a estrutura acadêmica, textual, monocromática, de configuração difícil, baseada em máquinas enormes e barulhentas. Soa estranho pensar que já houve o tempo em que “entrar na rede” implicava se deslocar fisicamente […]