Inesquecível a voz entusiasmada de Jair Rodrigues cantando Disparada (1966), letra de Geraldo Vandré e música de Theo de Barros: “Boiadeiro muito tempo, laço firme, braço forte/ Muito gado, muita gente pela vida segurei/ Seguia como num sonho e boiadeiro era um rei/ Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo/ E nos […]
Artigos de Marcos Fabrício Lopes da Silva
Qual é o projeto educacional que sustenta a maneira big brother de ver o mundo, programada pela Rede Globo? Sucesso de audiência, ao oferecer entretenimento camuflado de diversão, esta versão pós-moderna da encenação da vida humana foi criada originalmente por John de Mol e Joop van den Ende em 1999, na Holanda. Naquela oportunidade, o […]
É de primeiríssima necessidade que tomemos conhecimento da tese Violência e singularidade jornalística: o massacre da Expedição Calleri (2013), defendida pela professora, jornalista e doutora em Comunicação Verenilde Santos Pereira, na Universidade de Brasília. Nas palavras da autora, expressas no resumo da pesquisa, “essa tese analisa os limites que a singularidade – considerada por Adelmo […]
Em Diário da corte (2012), coletânea de artigos do polêmico jornalista Paulo Francis, é possível extrair lições críticas sobre o fazer jornalístico. Sem papas na língua, o articulista, no texto “Bobos: jornalistas” (05/04/1980), ironicamente, menciona uma pesquisa bastante curiosa: “Tempos atrás, uma pesquisa de Harvard descobriu que os jornais eram tidos, em estima pública, abaixo […]
O nascimento do intelectual moderno se dá nas páginas do jornal, com a atuação de Émile Zola no chamado caso Dreyfus. O episódio é assaz conhecido. Em 1894, o oficial do exército francês Alfred Dreyfus, sob a acusação de ser um espião da Alemanha, é condenado sob gritos de “abaixo aos judeus”, alusão a sua […]
A respeito do pensamento selvagem, disserta o visceral poeta Paulo Leminski, em Poesia: a paixão da linguagem: “O pensamento que alimenta e abastece uma experiência criativa tem que ser pensamento selvagem, não pode ser canalizado por programas, por roteiros, tem que ser mais ou menos nos caminhos da paixão.” Assim também se inscreve a tese […]
Gentil e visceralmente, o poeta Eugênio Giovenardi propõe versos para melhor alertar a Humanidade sobre os perigos comportamentais oriundos do distanciamento da sensibilidade, levando, por exemplo, pessoas a cometerem atrocidades violentas que prejudicam a qualidade de vida no mundo. No livro Ventos da alma (2003), especialmente nos poemas “Preocupações” e “Horrores cotidianos”, Giovenardi destaca criticamente […]
Em Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento (2003), Adriana Falcão oferece ao verbete “Jornal” significado importante: “Algo que deveria dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade”. Para dizer a verdade, é preciso, primeiramente, ter humildade discursiva. Tipo a de Michel Foucault, em A ordem do discurso (1970): “Gostaria de me insinuar […]
Nos livros Cada tridente em seu lugar (2007) e Racismo no Brasil e afetos correlatos (2013), Cidinha da Silva tece críticas importantes a respeito do fazer midiático. A escritora dedica um conjunto especial de crônicas a discutir a democratização dos meios de comunicação, a qualidade de conteúdo realizado pelos agentes de difusão e a virtude […]
Um dos grandes sucessos da Legião Urbana, a canção “Metrópole” (1986), composta por Renato Russo, apresenta como um dos eixos temáticos principais o tema do sensacionalismo editorial adotado pela mídia na cobertura de acidentes: “É sangue mesmo, não é mertiolate/ E todos querem ver/ E comentar a novidade/ É tão emocionante um acidente de verdade/ […]
Interessante, a tese defendida pela jornalista Ana Dubeux no artigo “Informar não basta” (Correio Braziliense, 16/11/2014, ver aqui): “O papel do jornalismo, em especial da mídia impressa, tem despertado discussões acaloradas. Até promissoras, acredito, pois, ao contrário do que se pensa ou se diz por aí, não se trata apenas de sobrevivência. Devemos falar sobre […]
Há muitas vezes na História, ao lado dos fatos públicos, outros sucedidos nas trevas que frequentemente são a causa verdadeira daqueles e que os explicariam se fossem revelados. Por conta disso, cabe ao jornalismo, com responsabilidade argumentativa e liberdade de expressão, fiscalizar o poder e prestar informações e opiniões relevantes para o público, segundo os […]
Raul Seixas e Cláudio Roberto, em “Cowboy fora da lei” (1987), expressaram uma das críticas mais agudas e contundentes à mídia: “Eu não preciso ler jornais/ Mentir sozinho eu sou capaz”. Diante do público, os compositores em questão destacaram o afastamento do jornalismo enquanto meio de comunicação comprometido em compartilhar conteúdos de consciência. Compartilhar equivale […]
Em A guerra dos sonhos: exercícios de etnoficção (1998), Marc Augé, ao examinar as regras dos sonhos, mitos e ficção em tempos de TV por satélite e internet, afirma que no mundo há uma sobrecarga de informação que ameaça colonizar todos nós. Surge, então, à nossa frente um espetáculo que nos é perceptível aos pedaços, […]
Existe um notável e histórico empenho social pela causa da responsabilidade argumentativa na mídia. Jornalismo e desinformação (2000), escrito por Leão Serva, por exemplo, apresenta argumentos valiosos nesse sentido. Segundo o autor, o jornalismo tem como matéria-prima o fato novo, desconhecido, que pode causar surpresa. A surpresa pode ser compreendida como o resultado do aspecto […]
Além dos três poderes conhecidos e estabelecidos atualmente (o Executivo, o Legislativo e o Judiciário), a Constituição Brasileira de 1824, outorgada pelo imperador Dom Pedro I, previa, no artigo 98, a existência de mais um poder: “O Poder Moderador é a chave de toda a organização política e é delegada privativamente ao Imperador, como Chefe […]
Além de jurista renomado, Rui Barbosa também se destacou como notável jornalista e crítico da mídia. Ele depositava fé no compromisso da imprensa em pronunciar a verdade sobre os fatos. Verdade compreendida filosoficamente como a exata correspondência entre o conhecimento e a causa. Em 1919, nosso autor lança A imprensa e o dever da verdade, […]
Redes sociais existem desde sempre. Pelo menos desde que os primeiros australopitecos estabeleceram relações afetivas e conseguiram demonstrar isso de maneira objetiva, segundo códigos que puderam ser apreendidos pelo grupo e reproduzidos sistematicamente. Essa definição, que internacionalmente consagrou o fenômeno dos espaços virtuais agregadores de pessoas (ou perfis) e que proporcionam a interação remota entre […]
O mundo carece de atenção midiática em matéria de divulgação de ações edificantes realizadas pela população. No sentido de destacar os méritos coletivos, a mídia positiva tem o dever ético de tornar pública a vontade humanista de fazer o bem e promover a solidariedade. É necessário ressaltar, porém, que a projeção jornalística para nobres atitudes […]
Em entrevista concedida ao repórter Elmo Gomes, o jornalista e professor Dalmir Francisco (Fafich/UFMG) propõe um exercício interessante de crítica da mídia: “O jornalismo que não toca nas nossas sensações não comunica com as pessoas”. Porém, para alcançar este objetivo, temos acompanhado, conforme salienta Dalmir Francisco, a atuação distorcida de jornalistas como animadores de auditório: […]