Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A bruxa está solta

O caso Kajuru reúne duas notícias: a primeira relacionada à farra dos convites para o jogo Brasil x Argentina, à desorganização do sistema de venda ao público, ao pouco caso para com os deficientes físicos, à ação dos cambistas, denúncias levadas ao ar pelo jornalista, ocorrências de responsabilidade final dos Srs. Aécio Neves, governador de Minas, e Ricardo Teixeira, presidente da CBF. A segunda relacionada com a demissão – no ar, pode-se dizer – do jornalista, pela Band.

A bruxa está solta, pois agora mesmo ocorreu a ‘suspensão’ do jornalista Alberto Dines pelo JB, por razões que se assemelham, se não forem exatamente as mesmas. E agora, senhora imprensa? Como é que fica a sua (que é também a nossa) liberdade? Haverá a mesma unanimidade cívico-discursiva na análise dos dois episódios, como aconteceu no caso Larry Rohter? Na verdade, eu torço para que sim. Porque, na minha opinião, a ameaça ‘interna’ à liberdade de imprensa é, definitivamente, o pior que nos pode acontecer.

Luiz Paulo Santana, Belo Horizonte



Abandonado pelos ratos

Quando foi demitido pela revista O Cruzeiro, por exigência da igreja católica, ou pelo menos de alguns de seus membros, o grande Millôr disse que se sentia ‘como o navio abandonado pelos ratos’. Pois bem, tanto Dines quanto Kajuru foram atropelados pela reação de governadores: a versão tupiniquim de Bonnie and Clyde, no Rio, e Aécio Neves, em Minas. Pelo menos o nome de uma das empresas, a do Kajuru, indica que elas agiram como band… não, não é ‘eirantes’.

Humberto Crivellari, médico, Belo Horizonte



Como ficamos?

Durante a academia aprendemos como montar um jornal, fazer matéria de TV, laboratórios (hoje as faculdades de Comunicação estão realmente dando mais atenção aos laboratórios), ler muito para quem deseja se enveredar pelo jornalismo científico e de repente dá de cara com um muro enorme: o silêncio, a falta de informação correta, ou seja, colocar um ponto final na história que acaba se arrastando. O caso Kajuru ficou assim, alquebrado, mal-amarrado, estranho. Outro dia, zapeando os canais de TV à tarde, deparei-me com Kajuru, pelo telefone, dando entrevista ao programa do Clodovil/Rede TV! Ainda assim não foram convincente as explicações do apresentador Kajuru, tá faltando alguma coisa. Que a rede Bandeirantes dê a sua versão e que tudo fique esclarecido de vez, senão, como diz o radialista Afonso Soares, que tem um bordão apropriado para situações como esta: ‘Como ficamos? Ou não ficamos?’

Gil Horta Rodrigues Couto, radialista e estudante, Juiz de Fora, MG



Triste e feliz

Fiquei muito triste com a demissão do Kajuru, mas ao mesmo tempo feliz por saber que ainda existe profissional digno e corajoso como ele. Isto só me dá incentivo para continuar estudando Jornalismo e quem sabe um dia poder me engajar nesta luta de uma imprensa realmente livre e comprometida com o público. Parabéns, Kajuru

Gilberto Siqueira Dias, estudante de Jornalismo, Rio de Janeiro



Não cale a boca

Kajuru, aprendi, de graça, a simpatizar com você e ser seu fã há muito tempo. Fiquei indignado com sua demissão da Band. Li sua carta de demissão no OI. Ouvi você falar da sua demissão no Ratinho e em seguida no Observatório da Imprensa. Você não é encrenqueiro, é justo e, como homem que se preza, fala o que deve, sem agredir ninguém. É a democracia. Lamentavelmente, ‘personalidades’ deste país pensam que são donos do mundo. Sou seu fã, repito, especialmente porque você não tem papa na língua, principalmente quando faz comentários justos, como foi o caso de ter criticado o Lula no programa do Ratinho, que ficou uma vela (pois puxa o saco) quando você sentou a pua no chefe da nação. Vai fundo, continue sendo esse homem que é. Não cale a boca.

José Monte Aragão, servidor público, Brasília

O preço de ser digno – Juca Kfouri, no Entre Aspas



Defeitos em Pindorama

Definitivamente voltamos ao regime de exceção no Brasil. A atitude do Departamento de Jornalismo da Bandeirantes foi lamentável. Jorge Kajuru é um jornalista honesto, franco, que não teme nem lutadores de boxe. Mas aqui em Pindorama franqueza e honestidade são defeitos, e não virtudes.

Robson Leandro da Silva, contador, São Paulo

Quando a franqueza incomoda – Leticia Nunes